Estará a maré a virar contra Farage?
Declarações racistas contra romenos provocaram polémica. (...)

Estará a maré a virar contra Farage?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2014-05-20 | Jornal Público
URL: https://arquivo.pt/wayback/20140520170208/http://www.publico.pt/1636634
SUMÁRIO: Declarações racistas contra romenos provocaram polémica.
TEXTO: A imprensa britânica debate: estará a maré a virar para o UKIP? E, se sim, será que já não virou demasiado tarde?A maioria das sondagens continua a prever um espantoso primeiro lugar para o partido anti-União Europeia e anti-imigração: 30%, com 28% para os trabalhistas e 22% para os conservadores (uma excepção é a sondagem do Telegraph, que projecta o Labour com 29%, os tories com 26% e o UKIP com 25%). Mas um episódio parece ter quebrado a barreira teflon do UKIP, que denuncia cada escândalo como parte da conspiração mediática contra si, mantendo assim a imagem de ser um partido à parte. Na sexta-feira, mesmo na recta final da campanha, com menos de uma semana para a votação (que no Reino Unido se realiza na quinta-feira, dia 22), e os votos por correspondência já entregues, o líder do partido foi pressionado por um entrevistador sobre as suspeitas de despesas e sobre a sua posição em relação aos estrangeiros. O entrevistador perguntou a Farage se mantinha a afirmação de que o incomodava ouvir outras línguas que não inglês em comboios britânicos, questionando-o sobre que língua falam a sua mulher, que é alemã, e os filhos. Farage disse que pensava que os três falariam inglês nos transportes públicos. E se um grupo de alemães se mudasse para a casa ao lado da sua, incomodava-se tanto como se fosse um grupo de romenos? “Acho que sabe bem a diferença”, respondeu Farage. A polémica estourou e até o tablóide Sun fez um editorial contra o líder do UKIP: “Não é racista preocupar-se sobre o impacto de milhões de imigrantes na Grã-Bretanha, como temos vindo a argumentar há anos”, diz o jornal. “É racista dizer mal de romenos só por serem romenos. ”Tentando reagir ao que foi claramente um desastre (a entrevista acabou interrompida a dada altura por um assessor do partido), o UKIP publicou um anúncio de página inteira no Telegraph: uma carta de Farage (“Caro cidadão do Reino Unido”, começa) em que este se defendia contra “a previsível tempestade de protestos e acusações de racismo”. Porque “não é racista querer impedir gangues de crime organizado de destruir o nosso modo de vida – é senso comum!”. Mas o líder do UKIP veio entretanto dizer que estava já cansado quando fez o comentário e que o que queria dizer não lhe saiu da melhor maneira. Até agora, mais britânicos têm visto o partido de Farage como uma formação com “tendência a atrair candidatos com pontos de vista racistas, radicais ou estranhos” (35%) do que claramente racista (27%), enquanto outros inquiridos diziam que os candidatos do partido “simplesmente dizem o que as pessoas comuns pensam realmente” (26%), segundo uma sondagem do YouGov. Para alguns, como o editor de política do Mirror Nigel Nelson, o problema não é se o partido é racista – é se torna o racismo aceite. Para outros, as declarações de Farage são, como disse o líder liberal democrata Nick Clegg, a máscara a cair.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime imigração mulher racismo racista
Traficantes de cocaína apostam em nova rota de África e isso sente-se aqui
Com o Atlântico mais patrulhado do que nunca, os traficantes desbravam novos caminhos para a Europa. Abriram uma variante na África Ocidental, a sub-rota Sahel - referente à região entre as terras desérticas e as terras férteis, o corredor que inclui o Senegal, a Mauritânia, o Mali, o Burkina Faso, o Níger, a Nigéria, o Chade, o Sudão, a Etiópia, a Eritreia, o Djibouti e a Somália. (...)

Traficantes de cocaína apostam em nova rota de África e isso sente-se aqui
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.136
DATA: 2011-01-03 | Jornal Público
SUMÁRIO: Com o Atlântico mais patrulhado do que nunca, os traficantes desbravam novos caminhos para a Europa. Abriram uma variante na África Ocidental, a sub-rota Sahel - referente à região entre as terras desérticas e as terras férteis, o corredor que inclui o Senegal, a Mauritânia, o Mali, o Burkina Faso, o Níger, a Nigéria, o Chade, o Sudão, a Etiópia, a Eritreia, o Djibouti e a Somália.
TEXTO: Joaquim Pereira, director da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, não quer equívocos. Espanha e Portugal não deixaram de ser as maiores portas de entrada no espaço europeu, consumidor de cocaína só ultrapassado pelos Estados Unidos. Mas as organizações adaptam-se às estruturas de repressão que vão sendo montadas a pensar na droga e na imigração. "Isto é o jogo do gato e do rato. Nós vamos tentando perceber os passos deles, eles vão tentando desviar-se de nós. "Subsistem as três rotas conhecidas: a rota norte (via Açores), a rota centro (via Cabo Verde, Madeira ou Canárias) e a rota africana (via golfo da Guiné ou largo de Cabo Verde). Grandes quantidades apreendidas em países como a Mauritânia ou a Croácia deixam perceber o crescente peso da nova sub-rota: "A cocaína viaja por via marítima ou aérea até às costas da África Ocidental e acaba por sair pelo Norte de África", sobretudo, por Marrocos, Argélia, Líbia, explica Joaquim Pereira. "Entra na Europa pelos países de Leste. " A par da "dificuldade" de navegar o oceano, Joaquim Pereira foca a "facilidade" de o sobrevoar: "Está fácil para as organizações adquirirem aviões de grande porte, que permitem transportar grandes quantidades de cocaína da América do Sul para África. Já não aparecem tantas embarcações com grandes quantidades de cocaína, como acontecia há uns anos. " As autoridades continuam a apanhar veleiros que saem das Caraíbas para o Norte da Europa, via Açores. E barcos de pesca que saem da América do Sul para a Península Ibérica - embora menos, "porque esse tipo de embarcações está a dirigir-se mais para a África Ocidental". E, nos últimos tempos, surpreendem-se com o recurso a contentores. Joaquim Pereira recorda dois casos recentes: um com 200 quilos de cocaína dissimulada em tábuas de madeira; outro com 1, 7 toneladas disfarçadas em placas de gesso. A via aérea também desempenha um papel de destaque neste transporte América do Sul/Europa. "O tráfico de grandes quantidades para África acaba por vir para a Europa pela via marítima ou em aeronaves já com alguma capacidade", salienta o mesmo responsável. "A existência de pistas privadas sem controlo é um problema de Portugal, de Espanha, de França, de vários países. Se estivermos a falar de zonas fronteiriças, não há tempo para as estruturas que fazem o controlo do espaço aéreo detectarem. "Salvo algumas excepções, as autoridades já não apanham cocaína às toneladas, como acontecia em 2005, 2006, 2007. O director da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes insiste: "As organizações vão diversificando o modo de trabalhar, tentando camuflar, recorrendo a pequenas quantidades ou menores quantidades para reduzir o risco. " Veja-se, por exemplo, a droga apreendida pela Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo. Depois do pico de 2006, parece estar a diminuir a quantidade de cocaína nos aeroportos portugueses: 567 quilos em 2008, 441, 8 em 2009, 120, 2 no primeiro semestre de 2010. O controlo alfandegário ainda detecta amiúde passageiros com cocaína - 52 no primeiro semestre de 2010, 133 em 2009, 148 em 2008. Faz uma triagem. O que faz na vida? De onde vem? Para onde vai? Porque viaja? Quem pagou a viagem? "Há uns anos, havia um perfil muito definido", lembra Paula Soares, directora da Alfândega do Aeroporto do Porto. "Vinham com um fato novo, não sabiam para onde iam. Hoje, o perfil é diversificado. " As organizações calculam os riscos. Se um avião traz 200 passageiros e a alfândega tem seis controladores de turno, há uma grande probabilidade de escapar. "Se formos a controlar todos, as pessoas demoram mais no controlo do que na viagem", sublinha o inspector Fernando Franco. "É necessário fazer análise de risco para fazer a abordagem correcta. "
REFERÊNCIAS:
Sussurraram-lhe “goza a vida” e ele aceitou
Rui Daniel dava aulas de piano. Agora dá voltas ao mundo. Encontramo-lo a percorrer o continente africano rumo ao Bangladesh — com uma causa. (...)

Sussurraram-lhe “goza a vida” e ele aceitou
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.4
DATA: 2018-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Rui Daniel dava aulas de piano. Agora dá voltas ao mundo. Encontramo-lo a percorrer o continente africano rumo ao Bangladesh — com uma causa.
TEXTO: "A Internet aqui é espectacular. África é sempre uma surpresa. " Estamos online, via Messenger, com Rui Daniel. Nós cá, ele lá, em África, no Zimbabué (de partida para a Zâmbia), numa pousada nas cataratas de Victória, camisola da selecção portuguesa vestida, tez queimada de uma viagem que o deixa de sorriso rasgado e com vontade de pegar nos países todos e enfiá-los numa mochila para depois, como numa tômbola gigante, meter lá a mão e ir tirando sofregamente as histórias uma a uma — ou todas ao mesmo tempo. Rui tem 40 anos. Nasceu no Luxemburgo, onde viveu 15 anos, mas diz que é de Nelas, Viseu. “Dou aulas de piano”, apresenta-se. E viaja — e até já tocou piano nos sítios mais improváveis, mas isso é outra história. Já visitou mais — muito mais — de cem países e neste preciso momento está a atravessar todo o continente africano rumo ao Cairo (“vou atravessar a Palestina e tentar entrar na Síria”) e com os olhos postos no Bangladesh, onde tem um assunto pendente. O grande objectivo será chegar ao seu país preferido (“apaixonei-me pelas pessoas, senti que eram mais puras; emocionei-me com as crianças, que faziam filas para tirar fotografias comigo”) e pelo caminho angariar fundos para as crianças da Fundação Maria Cristina, ex-comissária de bordo, filantropa, a primeira mulher portuguesa a escalar o Monte Evereste e tripla titular do Guinness World Record graças a impressionantes registos como ultra-maratonista. A Fundação trabalha na educação e emancipação de crianças carentes desde 2005. Além de apoio às crianças dos bairros de lata do Bangladesh através da construção de escolas, tem vindo a conseguir introduzir com sucesso a gestão de resíduos, construção de estradas, abastecimento de água potável e saúde para os bairros de lata de Daca. “Há dois anos, ofereceram-me o livro Uma Mulher no Topo do Mundo. Contactei-a e dei-lhe os parabéns”, conta Rui, que entretanto lançou uma página JustGiving de angariação de fundos e que pretende cortar essa meta algures entre Abril e Maio de 2019. Esse é o pretexto de alguém que se foi deixando levar. “Fui-me apaixonando pelas viagens”, diz. “Fui-me apaixonando pelos países. Vai mudando a nossa mentalidade. Vejo muita gente que não tem nada e é feliz. Em casa, no Ocidente, estamos habituados a ter tudo. Temos uma casa, um, às vezes dois carros. Não sou rico nem milionário, mas penso nisso. Não acredito em vidas que chegam depois. Tenho esta”, resume este pianista em pausa sabática, um viajante no activo que usa países e cidades como vírgulas. “As pessoas, casa-trabalho-casa, chateiam-se e matam-se por tudo e por nada. Olho para o lado e vejo pessoas que gostavam de ter feito e não fizeram. ” No fundo, Rui ouve quem lhe sussurra “goza a vida”. Iniciou esta odisseia em Setembro, em Portugal. Partiu à boleia até chegar a Marraquexe e daí até Serra Leoa e Burkina Faso. Atravessou toda a África Ocidental até chegar ao Níger e voltou a Portugal para passar o Natal, cumprindo a promessa que fizera à mãe. “Infelizmente apanhei malária e estive internado durante duas semanas”, conta. Retomou a partir do Togo, em Fevereiro. “Este continente é bem mais difícil do que eu imaginava”, prossegue Rui, que carrega uma pequena tenda e que sempre que pode acampa com tribos nas aldeias. “Nas capitais apenas paro para tratar dos vistos. ” Já foi agredido na Libéria (“senti que não era bem-vindo”), foi assaltado no Burkina Faso (“já me borrei algumas vezes”) e no Mali teve que dormir com locais na berma da estrada por ser demasiado perigoso passar durante a noite numa zona de rebeldes. Bateu à porta de muitas igrejas e apelou a missionários. Cruzou a Nigéria toda a dormir em estações. Apanhou boleia de um cargueiro que o levou até aos Camarões (“disseram-me que não havia barcos de passageiros; durante 24 horas comi um ovo cozido, enquanto os tripulantes de binóculos procuravam piratas”). Tens um plano? “Sim”. Segue-lo? “Nem sempre”, brinca Rui, um “palhaço” (“gosto de me rir”). Um-dois-três-diga-lá-outra-vez: Guiné Bissau, Conacri, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Mali, Burquina Faso, Níger, Togo, Benim, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial, Gabão, Congo. República Democrática do Congo, Angola, Namíbia, Botswana, África do Sul, Suazilândia, Lesoto, Moçambique, Zimbabué. . . Não é fácil acompanhá-lo. Nem na conversa, nem no mapa, nem na conta de Instagram que alimenta com paisagens avassaladoras, boleias improváveis (“táxis de três à frente e seis atrás”), transportes à pinha, lugares imperdíveis e refeições mais ou menos comestíveis. Já picou a Europa toda (só não esteve na Bielorússia) e percorreu parte de África em duas etapas de bicicleta (Senegal, Gâmbia e Guiné Bissau de uma vez, Gana, Togo e Benin da outra; no final de ambos os percursos ofereceu as bicicletas a crianças). Descobriu o Irão com as próprias mãos (“diziam que era super-perigoso; é, vais lá e não queres sair”) e foi então que decidiu que “a televisão é uma treta”. “Não tenho visto notícias nenhumas. Não sei o que se passa em Portugal. Não sei o que se passa no mundo”, repete. Ganhou “coragem” e foi ao Iraque. Foi convidado por polícias no Paquistão para beber chá. Encontrou “pessoas espectaculares” em Moçambique e o povo africano mais hospitaleiro no Níger. Fez voluntariado em Angola e criou um coro infantil no Gungo. Há uma coisa que o deixa cabisbaixo: a escravatura infantil (“ainda existe”). Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Rui diz-se “descarado”. Gosta de “tudo o que é diferente”. E gosta de se aventurar. Sente-se “afortunado” por viver “uma carrada de histórias todos os dias” e o manual do desenrasque obriga-o a ser uma espécie de “mentiroso compulsivo em África” (na escala de Richter já ia em dez, “mais do que um terramoto"). Viaja com uma tenda, um adaptador universal e uma tripla, um bloco de notas e uma caneta. E pouco mais. Escreve sempre que possível e publica regularmente crónicas de viagem no site luxemburguês Bom Dia (“levar a lição estudada para este continente não serve de nada”, escreve a propósito da Guiné-Bissau). No Benin, fotografou uma miúda com um balão amarelo à frente da cara. Aparece assim coberta “para que a sua alma não fosse roubada”.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Cannabis e gays. Psicólogo da TVI volta a ser alvo de queixas
Entidade Reguladora para a Comunicação Social analisa novas queixas contra declarações de Quintino Aires já depois de ter pedido à TVI para não permitir comentários que incitem ao ódio ou à discriminação. (...)

Cannabis e gays. Psicólogo da TVI volta a ser alvo de queixas
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 Ciganos Pontuação: 6 Homossexuais Pontuação: 13 | Sentimento 0.0
DATA: 2017-07-01 | Jornal Público
SUMÁRIO: Entidade Reguladora para a Comunicação Social analisa novas queixas contra declarações de Quintino Aires já depois de ter pedido à TVI para não permitir comentários que incitem ao ódio ou à discriminação.
TEXTO: A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recebeu até quarta-feira nove queixas relativas a comentários proferidos pelo psicólogo Quintino Aires no Você na TV, de 14 de Junho. O comentador residente do programa da TVI afirmou que “75% das pessoas que consomem cannabis têm relações com pessoas do mesmo sexo”. Entre as gargalhadas do público presente no estúdio, o psicólogo repetiu a revelação, segundo ele “recente”, que lera num “estudo científico”. Perante as queixas, foi aberto um inquérito, diz Luísa Roseira, vogal do conselho regulador da ERC. “O operador televisivo vai ser ouvido e posteriormente o regulador decidirá”, esclarece. Esta é uma questão complexa sobre o que é “opinião livre e o limite de tudo o que pode incitar ao ódio”, diz. Porém, e como já houve “decisão anterior de sensibilização do mesmo programa com o mesmo comentador, os antecedentes terão obrigatoriamente de ser tidos em conta”. Luísa Roseira admite que, desta vez, “ao operador televisivo — a TVI — poderá ser aplicada uma sanção mais grave, que não uma mera sensibilização”. Sanção de que tipo? “Poderá considerar-se que houve uma violação legal da lei da televisão e em resultado disso haver uma contra-ordenação”. Em Julho do ano passado, no programa apresentado por Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira, Quintino Aires disse que “a maioria [dos ciganos em Portugal] vive dos subsídios ou trafica droga e não trabalha” A ERC recebeu então, em quatro dias, dez queixas de cidadãos e 27 outras queixas que tinham chegado ao Alto Comissariado para as Migrações. Seis meses depois, a ERC deliberou no sentido de “sensibilizar a TVI a garantir, de futuro, uma protecção cabal e constante da dignidade dos cidadãos e a não transmitir conteúdos que, de alguma forma, contribuam para a estigmatização de grupos sociais, em função da sua etnia”. Na decisão, distingue “os conteúdos de natureza informativa (. . . ) sob a alçada da direcção de informação” e que “se regem pelas normas legais e éticas da actividade jornalística” e os “conteúdos que, embora podendo possuir elementos que informam os públicos”, se inserem “na categoria de entretenimento”. Remete para “o campo do exercício da liberdade de expressão”, mas também lembra que a lei da televisão, no seu artigo referente aos limites à liberdade de imprensa, estabelece que “a programação televisiva não pode incitar ao ódio racial, religioso, político, ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo, pela orientação sexual ou pela deficiência”. Em conclusão, delibera no sentido de uma sensibilização da TVI para que situação semelhante não volte a acontecer. O PÚBLICO tentou ouvir o psicólogo Quintino Aires que não respondeu a dois pedidos de entrevista. A estação televisiva, também contactada, a propósito das reacções negativas às declarações de 14 de Junho, sobre a homossexualidade e o consumo de cannabis, defende-se e lembra que Quintino Aires participa “em vários outros órgãos de comunicação social”: “O Dr. Quintino Aires expressa-se na antena da TVI com a liberdade que o sistema jurídico lhe permite, e que é própria dos países livres e das sociedades abertas e democráticas. A TVI é uma instituição firmemente comprometida com o respeito pelas normas legais aplicáveis à sua actividade e o programa Você na TV não é excepção. ”Para Carla Cruz, socióloga da Comunicação e professora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa, “a liberdade de expressão do Dr. Quintino Aires vai contra a responsabilidade civil que tem a TVI, enquanto emissora de conteúdos mediatizados”. “A grande questão é que [o comentador] está [neste espaço] a confundir uma opinião pessoal com uma opinião de um especialista e essa confusão passa para as pessoas, acaba por haver essa contaminação. ” Com duas agravantes: “Os programas da televisão em Portugal, apesar da massificação da Internet, continuam a ser aqueles que chegam a mais pessoas” e a maioria dos telespectadores deste programa — como se pode ver nos perfis das audiências — são pessoas com um rendimento médio familiar baixo, “que integram muito facilmente qualquer opinião sem distinguir o que é subjectivo daquilo que é científico”. E alerta: “Quando do outro lado estão pessoas sem esse conhecimento técnico, vão recolocar-se nessa posição, vão aderir a ela. A TVI tem que ter em conta que está a credibilizar informação subjectiva. ”“Este senhor está nesse programa como psicólogo e não como cidadão Quintino Aires. E é moralmente censurável estar a fazer propaganda de alguma discriminação. Está a debitar opiniões pessoais e a transpô-las para o grande público que depois mimetiza essas posições, essa discriminação”, insiste Carla Cruz sobre “o consultório aberto e gratuito que [Quintino Aires] tem na televisão”. “Muitas pessoas exacerbam o reconhecimento público de alguém pelo número de vezes que aparecem na televisão”, nota ainda a socióloga e professora universitária. “Ele vai revalidando diariamente o seu valor e a sua opinião que passa como a opinião de um especialista. ”Numa entrevista à revista Happy Woman, em 2014, Quintino Aires afirmava: “Fazer sexo com animais aumenta a ligação entre o ser humano e a natureza. Não devemos considerar a zoofilia uma perversão, mas sim uma celebração das nossas origens. No fundo somos todos animais. ”Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Nesse ano, no programa da Rádio Antena 3 A Hora do Sexo, criticou um concorrente de um reality show que não tinha iniciado a actividade sexual aos 26 anos. Qualificou a virgindade como problema de “saúde pública” e aconselhou os ouvintes a recusarem “estas patologias sociais”. Sobre isso, a revista Sábado perguntou-lhe numa entrevista em Agosto do ano passado: “Tem dados científicos ou é uma opinião sua?” O psicólogo respondeu: “Não, isso não fui eu que descobri. É um estudo publicado, tem uma base científica. ”Nestas várias ocasiões, em comentários publicados nas redes sociais, muitas pessoas se insurgiram contra o potencial efeito das opiniões de Quintino Aires na “fanatização da sociedade” e houve quem apontasse “o risco que [ele] representa para a saúde pública”. Foram lançadas petições online — no caso das declarações sobre a comunidade cigana e no da ligação da comunidade homossexual ao consumo de cannabis — nas quais os signatários consideram que “a reincidência destas práticas”, entre outros aspectos, “demonstra uma postura de impunidade que deve ser combatida”.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE
Centro oftalmológico no sopé do Kilimanjaro é Prémio Champalimaud
Três instituições de vários países, reunidas num megaprojecto pioneiro de luta contra a cegueira à escala do continente africano, recebem este ano o Prémio António Champalimaud de Visão. (...)

Centro oftalmológico no sopé do Kilimanjaro é Prémio Champalimaud
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento -0.1
DATA: 2015-09-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Três instituições de vários países, reunidas num megaprojecto pioneiro de luta contra a cegueira à escala do continente africano, recebem este ano o Prémio António Champalimaud de Visão.
TEXTO: Tudo começou há 20 anos na imaginação de um casal de médicos norte-americanos. Cinco anos mais tarde, eles mudavam-se para a Tanzânia, em África, com dois filhos pequenos, e fundavam, na cidade de Moshi – no sopé do Kilimanjaro –, o Centro de Oftalmologia Comunitária do Kilimanjaro (KCCO). Hoje, o KCCO já trabalha numa série de países no desenvolvimento de programas sustentáveis de prevenção e tratamento da cegueira provocada pelas cataratas, o glaucoma e outras doenças dos olhos, das crianças aos idosos. E visa um dia abranger todos os países africanos, permitindo às populações daquele continente, mesmo as mais remotas, o acesso a cuidados oftalmológicos universais de qualidade. Esta rede de hospitais e de pessoas (médicos, enfermeiros, gestores, especialistas de saúde pública) é um dos galardoados do Prémio António Champalimaud de Visão 2015. E juntamente com ela, partilham o prémio – de um montante de um milhão de euros, o mais importante prémio a nível mundial nesta área – duas outras organizações, igualmente dedicadas à erradicação da cegueira a nível global e que financiaram e colaboraram com o KCCO, ao longo dos anos, no âmbito do chamado Projecto Kilimanjaro: a Fundação SEVA (com sede nos EUA) e a SEVA Canadá. “Eu adorava a medicina clínica e, de 1990 a 1994, tínhamos estado com o meu marido a trabalhar no Malawi”, disse esta quinta-feira ao PÚBLICO durante uma conversa matinal na sede da Fundação Champalimaud, em Lisboa, horas antes da cerimónia de entrega do prémio, a oftalmologista Susan Lewallen, relatando como ela e o marido Paul Courtright, especialista de saúde pública e de epidemiologia oftálmica, embarcaram nesta aventura em 2001. Foi no Malawi que eles perceberam que o problema do acesso aos cuidados de saúde ocular em África “ia muito para além da falta de médicos: desde o material de sutura acabar a meio de uma operação ao facto que muitos doentes nem sequer sabiam que estavam a cegar, nem como aceder aos cuidados disponíveis”. E acrescenta com um sorriso: “Sabe, os cirurgiões não se preocupam habitualmente com as questões de saúde pública…”O casal regressara do Malawi para os Estados Unidos, onde permaneceria durante sete anos, mas sem nunca deixar de pensar que um dia voltariam para lá para criar um centro de oftalmologia diferente. A decisão de partirem teve de ser tomada mais depressa do que tinham previsto: “Eu tive problemas de saúde naquela altura, e não sabia quanto tempo iria ter para realizar o projecto”, prossegue Susan Lewallen, hoje com 61 anos. “E como os nossos filhos eram pequenos, também achámos que devíamos partir o mais depressa possível, já que essa seria a melhor educação possível para eles. ”“Fomos imaginando e falando do projecto entre 1996 e 1998. Tivemos muitos problemas para angariar os fundos necessários mas, em Setembro de 2011, já tínhamos escolhido o nosso destino: Moshi, onde sabíamos que seríamos bem-vindos, onde existia uma universidade com um programa de formação em oftalmologia – e onde havia uma escola internacional para as crianças. ”Foi então que se deram os ataques do 11 de Setembro. “Nessa altura, já tínhamos vendido a nossa casa e eu já tinha avisado os meus colegas de consultório da minha partida por tempo indefinido para África. Por isso, decidimos ir na mesma. ”Susan Lewallen recorda ainda o choque da mudança para “quase o meio de nenhures”. “Chegámos durante a estação seca. Havia uma tal camada de pó na estrada que os meus filhos caiam quando tentavam andar de bicicleta. Choravam e pediam para voltarmos aos EUA e eu pensava: ‘Meu Deus, isto foi uma loucura…’”Mas no Natal, a família visitou uma reserva de animais e aí tudo melhorou. “Quando entramos, elefantes vieram ao nosso encontro, vimos passar umas zebras e os rapazes exclamaram: ‘Este é o nosso melhor Natal de sempre!’ Hoje, têm 25 e 23 anos; o mais velho trabalha no Peace Corp no Senegal e o outro tenciona regressar a África. ”Em 2012, o casal mudou-se para a Cidade do Cabo, na África do Sul, a partir de onde continua a gerir a investigação científica e a questões administrativas do KCCO. Susan Lewallen refere ainda como começou “a tentar ensinar os aspectos tão importantes de saúde pública” no hospital de Moshi. “Tivemos imensa ajuda do Hospital Oftalmológico Aravind, na Índia [laureado do mesmo Prémio Champalimaud em 2007]. “Íamos lá, levávamos o pessoal de Moshi para eles fazerem formação, e conseguimos adaptar o modelo deles à realidade africana. ”
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA
José ELuaty (ui, perdão) Eduardo dos Santos: E agora, Zedu?
Passaram os tempos em que chegavam angolanos a Lisboa para explicarem a terrível verdade aos empresários portugueses: “O problema de Portugal é que os políticos são corruptos.” Agora, com a quebra do petróleo, falta o dinheiro nos dois países. Mas em Luanda já se encontrou uma solução. (...)

José ELuaty (ui, perdão) Eduardo dos Santos: E agora, Zedu?
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento -0.5
DATA: 2017-09-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Passaram os tempos em que chegavam angolanos a Lisboa para explicarem a terrível verdade aos empresários portugueses: “O problema de Portugal é que os políticos são corruptos.” Agora, com a quebra do petróleo, falta o dinheiro nos dois países. Mas em Luanda já se encontrou uma solução.
TEXTO: No alto da colina, pertinho lá do céu, ou melhor, no Futungo de Belas, juntinho do poder, o Presidente acordou preocupado e foi à varanda. Era fim de Outubro, a baía esticava-se mas os musseques à distância continuavam com aquele ar encavalitado da pobreza. José Eduardo arranjou-se, comeu um bolinho com café e mandou chamar o vice. Manuel Vicente veio depressa, pensando se desta é que seria nomeado sucessor na presidência. Às vezes parecia que era, e depois não era. Um desgaste psicológico. — Chamou, sr. Presidente?— Vamos falar da situação?E sentou-se com ar de temos a manhã toda para isto. Mau sinal: José Eduardo falava o menos possível, sempre reservado. Um chefe de Estado mundialmente conhecido por pouco se dar a conhecer. Quanto ao vice, a sua fama era a de ser um mestre dos números. — Como é que vai essa cabeça de computador, Manuel Vicente?— Vai indo, senhor Presidente, vai indo. — Vamos ver. Ano do meu nascimento, ano do meu curso, ano da minha investidura?— O senhor Presidente nasceu a 28 de Agosto de 1942 em Luanda, formou-se em Junho de 1960, em Engenharia de Petróleos, em Baku, antiga URSS, e é presidente do MPLA e Presidente de Angola desde 21 de Setembro de 1979, ena, 36 anos e parece que foi ontem!— Boa. Mais números: o que é que aconteceu ao buraco de 32 mil milhões de dólares que o FMI descobriu entre 2007 e 2010 nos teus petróleos?— Ahhh. . . eram simplesmente despesas não registadas, só não conseguimos justificar 4, 2 mil milhões. E eu já não sou presidente da Sonangol. . . — Isso sei eu, mas já vamos ao petróleo. . . Como é que vai o custo de vida em Luanda?— Talvez a cidade mais cara do mundo, à frente de Singapura, Zurique, Tóquio. O preço do aluguer de uma casa é motivo de admiração geral. Chegámos a ter um T3 ao preço fantástico de 15 mil dólares por mês! O petróleo é que. . . — Já vamos ao petróleo, a como é que anda o champanhe?— Lá em baixo na baía, à saída dos iates, parece que uma garrafa de Dom Pérignon andava pelos 2000 dólares. E uma sandes em hotel de luxo, 30 dólares. O problema é que com a desvalorização do petr. . . — Já lá vamos! Nos musseques, qual é a capitação diária?— Em que sentido?— Com quantos dólares se vive, senhor vice-presidente. — Ahhh. . . As pessoas precisam em média de dois dólares por dia. Têm de poupar bastante para beber Dom Pérignon, claro. Mas com esta maldita desvalorização do petró. . . ahhh, que dia bonito lá fora, senhor Presidente. Olhe as acácias, de folhas verdinhas como as nota de dól. . . ena, que bolinhos tão apetitosos, posso comer um?— Pare com os disparates. E a mortalidade infantil?— Bom, em 2013, íamos só em segundo lugar. Só que no ano passado atingimos, com alguma contenção de despesas, o primeiro lugar. Os recordes são para se bater. — E os negócios internacionais?— Hum. . . Oh que lindo passarinho na varanda, recortado no céu azul de Luanda!— Fiz-lhe uma pergunta, vice-presidente. — As exportações caíram 27%, o investimento português desceu 40% e os tugas estão a ir-se embora como pássaros migratórios quando chega a estação das chuvas. . . — Deixe lá os pássaros!O Presidente andava para cá e para lá. Ouvia os motores de carrões à distância, a gastar gasolina como se não houvesse amanhã. — Bom, já posso falar naquilo, senhor Presidente?— Sim. — Hum. . . o valor das exportações de petróleo será de menos 60%, este ano, senhor Presidente, essa é que é essa. — Vamos ter de cortar nalguma coisa. Ideias?— Não sei, senhor Presidente, vender algumas empresas que comprámos em Portugal?— Isso não foi Angola, foi a Isabel. — É verdade, é verdade, e aquele país não é estável como o nosso, agora até discutem quem é o Governo! Mas de qualquer modo. . . — Olhe lá. Quem vive com dois dólares também pode viver com menos, não acha, senhor vice-presidente?— O angolano é forte. — Esse. . . argh, gasp, esse Luaty Beirão e os 14 perigosos rebeldes que leram livros contra a minha pessoa estão a ser bem tratados antes da imparcial condenação exemplar pelos perigosos delitos contra a pátria?Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. — Bem de mais. Ainda se põem a cometer leituras outra vez!— Um cantor de rap esteve 36 dias seguidos com um comportamento diferente em relação aos alimentos. Se ele pode estar tanto tempo em jejum voluntário, outros angolanos também poderão, ou não?— Claro, quem vive com dois dólares vive com um. É o mínimo que os angolanos podem fazer por nós nestes tempos difíceis, senhor Presidente.
REFERÊNCIAS:
Entidades FMI
Descoberto um tio-avô dos mamíferos que já era gigante
Um fóssil encontrado na Polónia mostra que um antepassado indirecto dos mamíferos (do tempo do Triásico) chegou a atingir 4,5 metros de comprimento e nove toneladas – o tamanho de um elefante-africano. (...)

Descoberto um tio-avô dos mamíferos que já era gigante
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2018-12-15 | Jornal Público
SUMÁRIO: Um fóssil encontrado na Polónia mostra que um antepassado indirecto dos mamíferos (do tempo do Triásico) chegou a atingir 4,5 metros de comprimento e nove toneladas – o tamanho de um elefante-africano.
TEXTO: Ao contrário do que se poderia pensar, os dinossauros não foram os únicos herbívoros gigantes a viver durante o período Triásico. Houve uma outra criatura herbívora gigante e quadrúpede, chamada Lisowicia bojani, a habitar o planeta durante o fim do Triásico Superior, há cerca de 237 milhões de anos. Este animal não era nem um réptil nem um mamífero. Pertencia ao grupo dos dicinodontes, animais conhecidos por terem dois dentes caniformes, ou presas, a sair da boca e que pertencem à classe dos sinapsídeos. Os sinapsídeos, por sua vez, são animais vertebrados terrestres, onde também se incluem todos os mamíferos. Poder-se-á dizer que o Lisowicia bojani é um tio-avô dos mamíferos – à semelhança de outros dicinodontes, de que é também exemplo um fóssil do lago Niassa, encontrado em Moçambique em 2009 e cujo animal tinha apenas 30 centímetros de comprimento e 800 gramas. Os dicinodontes não pertencem à linha directa de descendência dos mamíferos, da qual faziam parte os nossos avós cinodontes. Ainda assim, os dicinodontes levantam o véu sobre o aparecimento e a evolução dos mamíferos, que surgiram há cerca de 220 milhões de anos, mais ou menos na mesma altura dos dinossauros. A recente descoberta é revelada num novo estudo publicado esta sexta-feira na revista Science e sugere que, durante o Triásico, os dicinodontes foram capazes de atingir tamanhos colossais, abrindo caminho a um conjunto de novas teorias sobre a sua evolução, expansão e características. A investigação, liderada por Tomasz Sulej (da Academia de Ciências da Polónia) e Grzegorz Niedzwiedzki (da Universidade de Uppsala, na Suécia), vem revolucionar a história evolutiva destes animais e “mostra que antepassados já extintos dos mamíferos eram capazes de atingir tamanhos corporais que só foram atingidos novamente por mamíferos a partir do Eoceno [entre há 55 milhões e 36 milhões de anos]”, dizem os autores. De acordo com o estudo, estima-se que o Lisowicia bojani poderia chegar a medir 4, 5 metros de comprimento e 2, 6 metros de altura na idade adulta. Quanto ao peso, poderia atingir nove toneladas, assemelhando-se ao tamanho de um elefante-africano. O maior elefante de que há registo, dizem os especialistas, media quatro metros de altura (até aos ombros) e pesava dez toneladas. Este é, portanto, um recorde aos antepassados (muito distantes) dos mamíferos. Até agora, acreditava-se que os maiores dicinodontes que já existiram teriam no máximo 3, 5 metros de comprimento e um peso de duas toneladas. Quanto ao Lisowicia, a sua postura era também distinta do que seria de esperar, visto que este animal mantinha os membros dianteiros erectos, tal como grandes mamíferos (como rinocerontes e hipopótamos) e dinossauros (como os sauropodomorfos e os ceratópsios). Anteriormente, os investigadores pensavam que os dicinodontes do Triásico mantinham os membros dianteiros afastados na horizontal, como os répteis. A análise dos ossos de Lisowicia revelou que cresciam de forma rápida e constante. Outra hipótese seria que os fósseis analisados pertenciam a juvenis com um tamanho extremamente grande, porém, os investigadores depositam as suas convicções na primeira hipótese tendo em conta a ossificação verificada no esqueleto. Escrevem os investigadores que Lisowicia bojani poderá ter assumido tal tamanho e postura de forma a proteger-se de grandes predadores. Além disso, a postura erecta diminui a pressão nas articulações e facilita a locomoção, enquanto o tamanho corporal permitia a estes animais armazenarem mais comida no organismo e reter mais energia. Os fósseis de dicinodontes eram geralmente encontrados em África, Ásia e América do Norte e do Sul e, de forma mais escassa, na Europa, pelo que a nova descoberta em território europeu revela uma maior distribuição geográfica destes animais. Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. O estudo mostra assim que, durante o mesmo período de tempo geológico, coexistiram na Terra antepassados dos mamíferos e dinossauros, ambos herbívoros e gigantes. “A descoberta do Lisowicia mostra que pelo menos uma linhagem dos dicinodontes também participou no ‘impulso para o gigantismo’ ao mesmo tempo que os sauropodomorfos, mas sugere também que a sua história evolutiva durante o Triásico Superior está mal documentada”, concluem os autores. Quanto aos mamíferos propriamente ditos, pensa-se que só se tornaram maiores quando os dinossauros (pelo menos alguns deles) se extinguiram com a colisão de um meteorito com a Terra, há 65 milhões de anos. Em Portugal, temos exemplos mundialmente conhecidos de fósseis de mamíferos antigos: na mina da Guimarota (perto de Leiria) descobriram-se, há décadas, fósseis de mamíferos primitivos, do período do Jurássico Superior, com cerca de 150 milhões de anos. Eram mamíferos muito pequenos, do tamanho de ouriços. Texto editado por Teresa Firmino
REFERÊNCIAS:
Tornar o Mundo um lugar melhor, 67 minutos de cada vez
Assinala-se hoje o Mandela Day, o dia internacional dedicado ao líder sul-africano que conseguiu, através do diálogo e da integração, mudar o futuro da África do Sul, no dia em que o estadista completa 93 anos. Neste dia, a Fundação Nelson Mandela pede a todos os cidadãos que dêem 67 minutos do seu tempo a ajudar os outros. (...)

Tornar o Mundo um lugar melhor, 67 minutos de cada vez
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.5
DATA: 2011-07-18 | Jornal Público
SUMÁRIO: Assinala-se hoje o Mandela Day, o dia internacional dedicado ao líder sul-africano que conseguiu, através do diálogo e da integração, mudar o futuro da África do Sul, no dia em que o estadista completa 93 anos. Neste dia, a Fundação Nelson Mandela pede a todos os cidadãos que dêem 67 minutos do seu tempo a ajudar os outros.
TEXTO: Por quê 67 minutos? Porque cada minuto corresponde a um ano de trabalho do líder sul-africano em prol da causa pública. Neste dia em que se celebra o aniversário de Rolihlahla Mandela - nascido a 18 de Julho de 1918 - e em que se assinala o Mandela Day, a Fundação propõe uma série de acções que cada um de nós poderá praticar para tornar o Mundo um melhor lugar. Eis alguns exemplos:- Faça um novo amigo. Conheça alguém de um contexto cultural diferente do seu. Só através do entendimento mútuo é que as nossas comunidades se livrarão da intolerância e da xenofobia;- Leia para alguém que o não pode fazer. Visite uma instituição para cegos e abra um novo mundo para outra pessoa;- Dê uma ajuda no seu canil local. Cães sem dono também precisam de passear e de um pouco de atenção;- Ajude alguém a arranjar um emprego. Crie-lhe um currículo ou ajude-o na preparação da entrevista;- Muitas pessoas com doenças terminais não têm ninguém com quem falar. Reserve algum do seu tempo a falar com elas;- Leve alguém que conhece - e que não tem recursos para o fazer - a uma consulta de oftalmologia ou de medicina dentária;- Doe uma cadeira de rodas ou um cão-guia a quem precise;- Compre alguns cobertores, ou dê os que já não precisa a alguém em dificuldades. Estas são apenas algumas das 67 sugestões propostas pela Fundação Nelson Mandela no seu site. Poderá encontrar mais sugestões aqui: http://www. mandeladay. com/static/join Detido durante 27 anos por lutar contra o regime de apartheid na África do Sul, Mandela foi libertado em 1990 e mais tarde (1994) eleito para a presidência da África do Sul. Exerceu apenas um mandato como Presidente, até 1999, e retirou-se depois da actividade política. Em 1993, Mandela recebeu o Nobel da Paz e tornou-se, em definitivo, um símbolo planetário da reconciliação e da luta anti-segregação racial. Uma das citações mais famosas de Mandela é esta: “Nós podemos mudar o mundo e transformá-lo num lugar melhor. Está nas tuas mãos fazer a diferença”.
REFERÊNCIAS:
Assassínio de Terre'Blanche ameaça Mundial de futebol com terrorismo de direita
O assassínio, no sábado, do líder do Movimento de Resistência Afrikaner (AWB) cria o potencial para actos terroristas da extrema-direita branca durante o Mundial de futebol de 2010, alertou um académico sul-africano. (...)

Assassínio de Terre'Blanche ameaça Mundial de futebol com terrorismo de direita
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-04-05 | Jornal Público
SUMÁRIO: O assassínio, no sábado, do líder do Movimento de Resistência Afrikaner (AWB) cria o potencial para actos terroristas da extrema-direita branca durante o Mundial de futebol de 2010, alertou um académico sul-africano.
TEXTO: André Thomashausen, professor de Direito Internacional Comparado na Universidade da África do Sul (UNISA), declarou à agência Lusa que “o assassínio brutal e extremamente violento de Eugene Terre'Blanche se insere num quadro de homicídios igualmente brutais e sistemáticos de brancos de origem Afrikaner proprietários de fazendas, com um saldo de cerca de 4 mil vítimas desde 1994”. “Nesse sentido, e uma vez que o ANC tem permitido que o seu líder da Juventude, Julius Malema, ande a gritar slogans exortando à morte dos brancos, sem o criticar nem o calar, este incidente pode mobilizar as franjas de brancos empobrecidos pela política de acção afirmativa do Governo, e que se sentem marginalizados e sob ameaça física, a recorrer a acções que chamem a atenção do mundo durante o Mundial”, acrescentou aquele académico. O Campeonato Mundial de futebol 2010 disputa-se de 11 de Junho a 11 de Julho na África do Sul, com Portugal a disputar o Grupo G, juntamente com o Brasil, a Costa do Marfim e a Coreia do Norte. Tal ameaça, referiu Thomashausen, seria totalmente imprevisível, “uma vez que não viria dos suspeitos habituais neste tipo de eventos, como a esquerda radical ou os fundamentalistas islâmicos”. Apesar de o Presidente Jacob Zuma ter apelado à paz e ter enviado para Ventersdorp (local do crime ocorrido sábado) o seu ministro da Polícia e o comissário nacional dos Serviços de Polícia, o académico e analista político acusou o Chefe do Estado sul-africano de ter responsabilidades na actual polarização da cena política e racial no país. Para André Thomashausen, Zuma é um líder fraco, que representa apenas uma facção dentro do ANC e que não tem tido a coragem nem a força política para calar os que andam a polarizar a situação há vários meses. “Zuma não só não proibiu Malema (o líder da Juventude do ANC) de cantar slogans como Morte ao Boer, como ainda o tentou desculpar, afirmando que até Nelson Mandela quando era mais jovem entoou slogans radicais. Tem sido com o dinheiro e a bênção do partido no poder que Malema tem viajado, ainda a semana passada ao Zimbabué, afirmando que aquele país é um modelo para as nacionalizações necessárias na África do Sul”, insistiu Thomashausen. Para o analista, as condições socioeconómicas criadas pelo actual quadro político e a linguagem cada vez mais radical de responsáveis do Congresso Nacional Africano (ANC), com apelos à nacionalização das terras dos brancos e das minas, “auguram tempos difíceis para a África do Sul”. “Esperemos que os sectores mais moderados do ANC, como os sociais-democratas, e homens como o actual ministro das Finanças, Pravin Gordhan, ponham cobro a esta radicalização que está a assustar muitos sectores e alarmar os brancos e, até mesmo, os indianos e mestiços. Quando líderes afirmam que o Zimbabué é o modelo e a solução para os problemas da África do Sul, isso equivale a criar o potencial para encaminhar o país para o abismo”, concluiu o professor Thomashausen. O líder da extrema-direita sul-africano, um firme partidário do ‘apartheid’, foi morto no sábado na sua exploração agrícola por dois trabalhadores, na sequência de uma aparente discussão sobre salários, segundo a polícia.
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano
Oito jogadores lutam por quatro lugares em aberto na selecção
Paulo Ferreira, Coentrão, Pedro Mendes e Nani tentam ganhar vantagem nas quatro vagas. Cabo Verde é o primeiro de três adversários africanos. (...)

Oito jogadores lutam por quatro lugares em aberto na selecção
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 Africanos Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-05-24 | Jornal Público
SUMÁRIO: Paulo Ferreira, Coentrão, Pedro Mendes e Nani tentam ganhar vantagem nas quatro vagas. Cabo Verde é o primeiro de três adversários africanos.
TEXTO: No futebol nada é garantido, mas, à primeira vista, há pelo menos sete jogadores que têm lugar praticamente assegurado na selecção portuguesa. Para fechar o "onze" titular que no dia 15 se estreará no Mundial de futebol, frente à Costa do Marfim, Carlos Queiroz precisa de desfazer as dúvidas em quatro posições: os dois laterais, o trinco (embora Pedro Mendes leve vantagem caso Pepe não esteja ainda em condições) e um extremo. O jogo particular de hoje (19h30) frente a Cabo Verde, no Complexo Desportivo da Covilhã, é o primeiro de três testes antes da estreia no Campeonato do Mundo. Paulo Ferreira, Fábio Coentrão, Pedro Mendes e Nani vão ser titulares e têm uma boa oportunidade de mostrar serviço, tentando conquistar um lugar na equipa. Paulo Ferreira, na teoria um lateral mais defensivo, poderá partir em vantagem sobre Miguel para o encontro com a Costa do Marfim. E o mesmo se pode dizer de Pedro Mendes. Partindo do princípio de que Pepe poderá não estar ainda com ritmo para alinhar no primeiro encontro do Mundial, o médio sportinguista é o principal candidato a ser titular: Miguel Veloso pode ser outra alternativa. Já Coentrão e Nani, que hoje serão titulares, estarão teoricamente em desvantagem face aos concorrentes, Duda e Simão. O lateral do Benfica e o extremo do Manchester estão, aparentemente, em melhor forma do que o esquerdino do Málaga e o avançado do Atlético de Madrid, mas a favor destes dois joga o facto de ambos terem sido titulares em boa parte da qualificação. E Queiroz ainda ontem lembrou que Simão não alinha hoje porque é um dos jogadores mais sobrecarregados nesta época. Titulares frente a Cabo VerdeCarlos Queiroz até já revelou as escolhas para o encontro de hoje. Eduardo defende a baliza, atrás dos defesas Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão. Pedro Mendes, Miguel Veloso e Deco formam o meio-campo. Nani, Cristiano Ronaldo e Liedson são o trio de ataque. Estas escolhas, porém, não são ainda muito reveladoras quanto aos lugares em aberto. É que Carlos Queiroz explicou, ontem, em conferência de imprensa, que houve dois critérios para formar a equipa: dar prioridade aos jogadores que chegaram mais cedo ao estágio e dar ritmo aos que mais necessitam. Resumindo, seis dos sete futebolistas que já estão na Covilhã desde o dia 14 serão titulares. São eles Eduardo, Coentrão, Pedro Mendes, Veloso, Nani e Liedson. A excepção (inevitável, porque a equipa só pode alinhar com um guarda-redes) é Daniel Fernandes. No segundo critério de Queiroz parecem enquadrar-se Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho e Deco, três jogadores do Chelsea que não jogaram muito tempo nesta época, necessitando de ganhar ritmo, especialmente o central, parado desde Março. Restam Bruno Alves e Cristiano Ronaldo para completar o "onze", situação que estará relacionada com o reforço do entrosamento destes dois jogadores com o resto da equipa. A equipa titular frente a Cabo Verde reflecte ainda a preferência por um esquema táctico em 4x3x3, que Queiroz vê como o "modelo base" da selecção, embora o facto de muitos jogadores estarem habituados a alinhar em 4x4x2 permita alterar a táctica. O encontro frente a Cabo Verde servirá para a equipa se adaptar ao estilo do futebol africano. Depois do encontro de hoje, Portugal jogará ainda com os Camarões, no dia 1 de Junho, na Covilhã. E já na África do Sul, no dia 8, enfrentará Moçambique, no derradeiro teste antes do embate com Drogba e companhia.
REFERÊNCIAS:
Entidades DECO