Bin Laden ameaça EUA com novos atentados
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento 0.136
DATA: 2004-10-30
TEXTO: Osama bin Laden ameaça os EUA com novos atentados, num vídeo divulgado pela televisão Al-Jazira quatro dias antes das eleições presidenciais, no qual questiona a capacidade de liderança de George W. Bush. Admitindo ser responsável pelos atentados de 11 de Setembro, o líder da Al-Qaeda afirma que o ataque foi uma resposta ao domínio americano sobre o Médio Oriente. "Somos um povo livre e queremos reconquistar a liberdade da nossa nação", declara, acrescentando que continuam a existir "razões para repetir o que aconteceu" em 2001. O saudita acrescenta que a ideia de lançar aviões contra o World Trade Center surgiu depois da autorização dada pelos EUA para que a aviação israelita atacasse edifícios residenciais no Líbano, durante a invasão de 1982. O ataque "afectou-me pessoalmente e criou em mim um forte desejo de punir os responsáveis", explica. Bin Laden que, ao contrário de anteriores aparições, surge sozinho num cenário interior, a falar directamente para a câmara dirige-se aos americanos, avisando-os de que a segurança dos EUA "não está nas mãos nem de [John] Kerry, nem de [George W. ] Bush, nem da Al-Qaeda", mas é uma consequência directa da sua política externa. "A vossa segurança está nas vossas mãos. As nações que não nos atacarem não serão atacadas", sustenta. "Apesar de estarmos a entrar no quarto ano após o 11 de Setembro, Bush continua a mentir-vos e a esconder-vos a verdade", acrescenta, numa referência temporal que permite concluir que a gravação será recente. No vídeo, o líder da Al-Qaeda tece duras críticas ao Presidente norte-americano, acusando-o de ter sido demasiado lento a reagir aos atentados. "Nunca pensei que um líder supremo deixaria 50 mil dos seus cidadãos enfrentar sozinhos aqueles acontecimentos aterradores, numa altura em que eles precisavam dele", afirma, lembrando que Bush preferiu continuar a "ler histórias a crianças". "Isso deu-nos três vezes mais tempo para levar a cabo as nossas operações", sublinhou, segundo uma tradução feita pela versão inglesa do sítio da Al-Jazira na Internet. Bin Laden, que se acredita estar refugiado algures entre o Afeganistão e o Paquistão, acrescenta que a Administração Bush se assemelha aos governos "corruptos" do Médio Oriente que apoia e que ele mais uma vez promete derrubar. Bush diz que EUA não serão intimidadosNuma primeira reacção, a Casa Branca anunciou que o nível de alerta para atentados terroristas não será alterado na sequência desta ameaça. Pouco depois, o Presidente norte-americano fez uma curta declaração, à margem da campanha, afirmando que "os americanos não serão intimidados nem influenciados pelo inimigo" dos EUA. "Quero também dizer ao povo americano que continuamos a guerra contra estes terroristas e estou confiante que vamos ganhar", acrescentou. À mesma hora, o candidato democrata à Casa Branca garantiu que "os americanos estão unidos na determinação de encontrar e destruir Osama Bin Laden". John Kerry garantiu que, caso for eleito, não poupará esforços para "perseguir, capturar ou matar os terroristas onde quer que eles estejam". Durante a campanha, o senador criticou várias vezes Bush por ter privilegiado a guerra no Iraque em detrimento da perseguição a Bin Laden. "Ele preferiu não colocar as tropas americanas no seu encalço, atribuindo o trabalho a outros", acusou. Esta é a primeira vez, em cerca de um ano, que Bin Laden faz a sua aparição nas televisões árabes. A divulgação da cassete coincide com a recta final da campanha presidencial nos EUA, que continua a ser dominada pela guerra no Iraque e pela luta contra o terrorismo. A CIA confirmou, entretanto, a autenticidade da gravação, pouco depois do Departamento de Estado ter anunciado que diplomatas americanos tentaram, sem sucesso, impedir a divulgação do vídeo, após terem tido acesso, em primeira mão, a uma cópia.
REFERÊNCIAS:
Partidos LIVRE