Arca de Zoé: seis franceses condenados a oito anos de trabalhos forçados
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 | Sentimento -0.30
DATA: 2007-12-26
TEXTO: Os seis membros franceses arguidos no caso Arca de Zoe, relativo à tentativa de sequestro de 103 crianças no Chade, foram hoje condenados a oito anos de prisão com trabalhos forçados pelo Tribunal Criminal de N'Djamena. O presidente do tribunal, Ngarhondo Djidé, disse, ao ler o veredicto, que além dos seis franceses, o chadiano Mahamat Dagot e o sudanês Souleimane Ibrahim foram também condenados a quatro anos de prisão, tendo sido ordenada a libertação de dois outros chadianos, acusados de serem cúmplices do grupo francês. O responsável anunciou que o tribunal reconheceu os seis franceses como culpados da “tentativa de sequestro de crianças” e de “tentativa de ganhos ilícitos” ao tentarem, a 25 de Outubro último, fazer sair do Chade 103 crianças, de 18 meses a dez anos, com destino a França. Souleimane Ibrahim Adam, um refugiado sudanês, e Mahamat Dagot, líder de bairro da cidade de Tiné, na fronteira com o Sudão, que serviram de intermediários, foram considerados culpados de “cumplicidade na tentativa de sequestro das crianças”. Os outros dois chadianos, Sinine Amadou Nassour e Ahmat Harane Gnoye, presidente e secretário-geral do município de Tiné, respectivamente, acusados também de cumplicidade foram absolvidos. Os oito arguidos foram ainda condenados a pagar uma indemnização de 6, 3 milhões de euros aos pais das 103 crianças. Os seis franceses negaram sempre o crime de tentativa de sequestro, alegando que as crianças em causa se tratavam de “órfãos do Darfur”, província sudanesa vizinha do Chade, em guerra civil, e que a operação se destinava a encontrar famílias adoptivas. Mas as autoridades do Chade dizem que as crianças não eram do Darfur nem tão pouco eram órfãs. Antes tinham sido raptadas ou compradas aos pais para serem vendidas a redes de pedofilia ou tráfico de órgãos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime guerra tribunal prisão refugiado