Concurso para criar jovens empresários arranca sábado na RTP2
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DATA: 2008-02-11
TEXTO: A RTP2 estreia no próximo sábado um concurso de televisão inédito que tem como objectivo escolher jovens empreendedores e ajudá-los a lançar o seu próprio negócio, entregando no final um prémio de 50 mil euros ao melhor projecto empresarial. A RTP2 em parceria com o ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa) organizaram, e apresentaram hoje, o concurso televisivo AUDAX - Negócios à Prova, uma iniciativa inédita, que visa promover o empreendedorismo em Portugal e ajudar jovens a lançar os seus negócios. Apresentaram-se a concurso 260 projectos, dos quais foram escolhidos por uma equipa técnica do ISCTE apenas 30. Estes foram distribuídos por 10 programas (três concorrentes por programa), dos quais resultaram 10 vencedores (um por programa). Cada um destes vencedores ganha acesso imediato e privilegiado aos programas de apoio ao lançamento de novas empresas existentes no IAPMEI, bem como a linhas de crédito de um dos patrocinadores do programa. Posteriormente, o júri escolherá, de entre os 10 premiados, os três que vão disputar a finalíssima, para a qual está reservado um prémio monetário no valor de 50 mil euros, assim como o apoio logístico necessário ao arranque da empresa. Durante as 10 sessões do concurso (já todas gravadas), que decorrem até à finalíssima, três membros do júri, com a moderação do ex-director do Diário Económico e do Jornal de Negócios Sérgio Figueiredo, tratarão de expor as virtudes e defeitos dos projectos e dos seus líderes. Os concorrentes terão por sua vez que revelar capacidade argumentativa, e conseguir responder às questões e reagir às críticas do júri. Para o director da RTP2, Jorge Wemans, trata-se de um concurso "extremamente interessante", que comporta o "risco e a inovação de trazer o empreendedorismo para os ecrãs". "E apesar de este tipo de concurso ter tido pouca adesão em Portugal, quando fechámos as candidaturas e vimos que tínhamos 260, considerámos que a primeira etapa estava ganha", afirmou. Propostas insólitasEntre as 30 propostas apresentadas, encontram-se representadas as áreas mais díspares que se possa imaginar, desde um projecto de uma agência funerária para pequenos animais domésticos, até à criação de paramotores com motorização eléctrica (em vez da tradicional a combustão), passando pelo desenvolvimento de equipamentos para construção civil, tais como contentores rebatíveis. Sérgio Figueiredo sublinhou a importância de um concurso desta natureza, chamando a atenção para a baixa taxa de empreendedorismo em Portugal. "Temos a taxa de empreededorismo mais baixa da União Europeia. Em cada 100 pessoas com capacidade de gerar riqueza, apenas quatro se lançam para iniciar um negócio. Em casa não se ensina as crianças a serem empreendedoras, pois cultiva-se o medo do risco, e nas universidades a cultura empresarial também está ausente", sustentou o apresentador do concurso. Por isso mesmo, Sérgio Figueiredo aconselha a que os pais ponham os filhos a ver o concurso, para perceberem que "é bom quebrar tabus, é bom vencer, é bom ganhar dinheiro e é bom ser rico". O melhor projecto empresarial será escolhido por um júri composto por empresários e gestores de alguns dos maiores grupos económicos do país. Jorge Tomé, da Caixa Geral de Depósitos, considerou que "estas iniciativas fazem falta", porque "Portugal gera poucos empresários", enquanto João Pimenta, da PT, deixou o desejo de que não só os vencedores, mas os 260 candidatos consigam desenvolver os seus projectos, pois "muitas vezes a capacidade inovadora é superior às necessidades financeiras". Alberto da Ponte, da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, lançou o desafio de fazer o "follow up" do resultado do concurso, por considerar que "vale a pena seguir os vencedores e os finalistas: o que lhes aconteceu depois e que outros apoios tiveram". Jorge Wemans manifestou no final da apresentação desejo de que as pessoas ao verem o concurso percebam que ser "empreendedor afinal não é algo tão lunático nem é um bicho-de-sete-cabeças". O responsável sublinhou ainda que é objectivo do concurso, não só premiar financeiramente o finalista e apoiar os projectos dos vencedores dos 10 programas, como também ajudar os restantes 20 concorrentes a concretizar os seus negócios. Do júri fazem parte ainda Augusto Mateus, do Instituto de Formação Empresarial Avançada, Esmeralda Dourado, do grupo SAG, Francisco Murteira Nabo, da GALP, Jorge Armindo, da Amorim Turismo, José Manuel Carrilho, da Caixa Capital, Pedro Veloso, da Jerónimo Martins, e Rui Pedro Soares, da Portugal Telecom.
REFERÊNCIAS:
Entidades IAPMEI