Índia vai lançar a sua primeira sonda não tripulada que vai orbitar a Lua
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 9 | Sentimento 0.25
DATA: 2008-10-22
TEXTO: A 11 de Novembro a Índia espera colocar a sua primeira bandeira na superfície lunar e afirmar-se uma potência espacial asiática a par da China e do Japão. O primeiro passo para lá chegar está agendado para a madrugada de amanhã às 6h20 (1h50 hora de Lisboa) quando a Chandrayaan-1, a primeira sonda lunar indiana, for lançada a partir do centro espacial Satish Dhawan, em Sriharikota, a cem quilómetros de Madras, no Sul da Índia. A sonda irá a bordo do foguetão PSLV (Polar Satellite Launch Vehicle) e a missão, que vai durar dois anos, não cumpre só um objectivo político. Servirá também para recolher informação essencial sobre a Lua importante para o futuro da humanidade. Em 1959 a Rússia foi a primeira nação a pôr uma sonda a orbitar perto da Lua. Quase meio século depois a Índia tenta fazer o mesmo, incrementando a competição espacial no Oriente. No ano passado a China já fez esta aventura e em Setembro pôs astronautas chineses a passear pelo espaço. A Índia não quer ficar atrás. “Vamos à lua pela primeira vez. A China foi mais cedo, mas hoje estamos a tentar apanhá-los”, disse à Reuters Bhaskar Narayan um dos directores da Organização de Investigação Espacial da Índia (ISRO). Amulya Gaqnguli, um analista político explica: “a Índia quer que o mundo olhe para ela como uma nação que está a progredir e que também pode competir no espaço. Não podemos ficar para trás no acesso ao espaço por humanos, em relação a outros países como os Estados Unidos, a Rússia e a China”. A missão, para além de ser uma injecção de orgulho no povo indiano, tem objectivos científicos bem definidos e está enquadrada num calendário que visa colocar seres humanos na Lua em 2020. Para já, a Chandrayaan-1 terá objectivos menos ambiciosos. “Vamos obter um atlas tridimensional da superfície lunar, que vai ser utilizado para mapear a química e a mineralogia da superfície de Lua”, revelou Narayan. Para isso vão ser utilizadas sondas dos EUA, Suécia, Japão, Alemanha e Bulgária. A sonda também vai procurar hélio-3, um isótopo raro que é importante para a fusão nuclear. A humanidade ainda não domina esta tecnologia, que poderá ser uma resposta às necessidades energéticas do mundo de uma forma barata e com menos custos ambientais. Os especialistas calculam que a Terra contém apenas 15 toneladas deste componente, mas a Lua parece ter cerca de cinco milhões de toneladas. “É um plano a longo prazo. Não vamos necessitar dos minerais só para a Terra, mas também para colonizar a Lua e para viajarmos até Marte”, explica ao jornal indiano The Times of India” T. K. Alex, director do Centro de satélites da ISRO. Olhar em frenteO anterior Presidente indiano, Abdul Kalam, desejou sucesso à missão. Citado pelo The Times of India, defendeu que esta viagem vai ajudar economicamente o país. Mas o mesmo jornal criticava a missão, defendendo que o dinheiro investido deveria servir para combater a fome de milhões de crianças em toda Índia. A ISRO responde a estas acusações referindo os custos do programa. A Chandrayaan-1 custou mais de 65 milhões de euros, que foi metade do que custou o equivalente chinês. “Estamos a gastar 0, 5 por cento do orçamento nacional nos nossos programas científicos, e no Chandrayaan-1 só estamos a gastar três por cento do nosso orçamento dos últimos cinco anos”, disse Madhavan Nair, um dos presidentes da ISRO, citado pelo site Asia Times Online. O custo da missão é barato, mas segundo o mesmo site os ordenados dos cientistas da ISRO representam um oitavo do dos europeus ou norte-americanos
REFERÊNCIAS: