Jerónimo mantém entreaberta porta a entendimento com o PS
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2009-09-25
URL: https://arquivo.pt/wayback/20090925020500/http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1402270
TEXTO: No dia em que se despede da região de Lisboa – e do eleitorado seguro - para rumar a Norte, onde amanhã encerra a campanha com uma arruada à tarde na baixa portuense e com um comício à noite em Braga, Jerónimo de Sousa manteve a porta entreaberta a um possível entendimento com o PS. Ciente de que se o seu apoio for preciso pode impor regras, o secretário-geral do PCP deixou uma condição: só aceita dialogar uma aliança se primeiro o PS aceitar discutir políticas e bases programáticas. Na quarta visita que fez ao distrito de Setúbal nos 13 dias de campanha, Jerónimo passou pela zona antiga do Barreiro e foi almoçar com os trabalhadores da câmara do Seixal. “O PCP sempre esteve aberto a qualquer discussão. O problema não é aceitar ou não dialogar, o problema é dialogar em torno de quê e procurar convergência em torno de quê”, afirmou o secretário-geral comunista. O “obstáculo verdadeiro” é o facto de o PS estar “muito determinado em prosseguir a mesma política”, afirmou no final de mais uma arruada num município comunista. O apelo ao voto é cada vez mais dramático, com Jerónimo praticamente a responsabilizar todo e cada português pelo cenário político nacional da manhã da próxima segunda-feira. “Quando estiverem a votar pensem na CDU, mas pensem sobretudo nos vossos direitos. O voto é uma arma, que podem usar para a defesa dos vossos direitos e interesses”, pediu, insistindo no conceito de confiança: “Alguma vez me ouviram fazer um discurso aqui, neste refeitório, e depois fazer um discurso diferente na assembleia? Não. A CDU não trai. ”Perante os trabalhadores do município seixalense, Jerónimo contou que a sua bancada parlamentar vai apresentar uma proposta para revogar algumas normas do Código de Trabalho e que já estão também entregues no Tribunal Constitucional requerimentos com o mesmo intuito e para revogar as alterações laborais da administração pública (AP) (revisão de carreiras e avaliação). Acusando o Governo de “hostilizar e isolar” os funcionários públicos para “fragilizar a luta e a solidariedade”, Jerónimo realçou que “o problema não era terem direitos a mais como Sócrates dizia: os do privado é que tinham a menos”, acrescentando serem muitos os que ganham o salário mínimo e o médio. “Este Governo deve ser punido porque cortou nos direitos e nos salários” e porque apenas favoreceu “os senhores da banca e os grandes grupos económicos”. “Teve uma maioria absoluta com todas as condições de estabilidade governativa, com o apoio e a concertação estratégica do Presidente da República, que teve o apoio dos grandes grupos económicos”, descreve o líder da CDU. “O que é que faltou a Sócrates? Faltou governar bem. ”Numa altura em que utiliza os últimos argumentos, Jerónimo tirou na quarta-feira à noite um pequeno coelho da cartola. Num concorrido jantar em Santarém com agricultores e empresários da região, e depois num comício em Alpiarça, o líder do PCP piscou o olho aos independentes. Agradeceu aos “muitos homens e mulheres independentes que encontraram neste amplo campo democrático o espaço de convergência e de intervenção”: serão pelo menos 14 mil, integrados nas listas de Norte a Sul.
REFERÊNCIAS: