Jerónimo de Sousa extrema apelo ao voto num Campo Pequeno cheio
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.00
DATA: 2009-09-25
URL: https://arquivo.pt/wayback/20090925020500/http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1402285
TEXTO: A voz já está rouca, mas isso não esmoreceu Jerónimo de Sousa que esta noite, perante os cerca de sete mil apoiantes - segundo informação da equipa da praça de touros - que encheram o Campo Pequeno, em Lisboa, extremou o apelo ao voto. Se os números falam por si, então um pouco de estatística pode ajudar. Nos cerca de 30 minutos de discurso, Jerónimo de Sousa usou a palavra voto 40 vezes – mais do que as que pronunciou CDU (32). Falou 16 vezes em “direita" – a política que é preciso derrubar, seja a do PSD ou a “adoptada como sua” pelo PS –, e referiu pelo menos 39 vezes o “conjunto” Sócrates, Governo e PS. Numa resposta a Manuel Alegre – sem citar o seu nome -, que há dias disse que “Portugal precisa de um Governo da esquerda possível”, Jerónimo de Sousa afirmou que essa esquerda “é tão só a ‘esquerda faz de conta’ que acena com o papão da direita para que a sua política sobreviva” e só é citada “para justificar o voto útil”. E reforçou que “o voto no PS é fortalecer a política de direita; é dar força à política que o PSD não desdenharia realizar”. Rodeado de militantes e apoiantes, o secretário-geral do PCP acabou por falar mais para os que ainda estão indecisos sobre o seu sentido de voto – talvez apoiado nos números das sondagens libertadas esta quinta-feira e que indicam que haverá entre um quarto e um terço de portugueses que não sabem em quem ou se vão votar. Dirigiu-se directamente aos eleitores do PS “desencantados com o engano de há quatro anos”, aos que estão “desiludidos com as falsas promessas e desencantados com o que o PS e o PSD têm trazido ao país”, aos que ainda hesitam sobre qual “o voto certo para derrotar PSD e a política de direita do PS”, e a “todos quantos hesitam ainda sobre se vale a pena”. O grande objectivo, reiterou, é “impedir mais quatro anos de penosos sacrifícios, de inaceitáveis injustiças e de impune aumento da exploração de quem vive do seu trabalho”. Recusando o “fantasma da falta de governabilidade” e da “instabilidade” decorrente de uma eventual perda de maioria absoluta, Jerónimo afirmou que “o país está farto” de maiorias absolutas, sobretudo das que promovem a “estabilidade para os grandes negócios e tornam instável, insegura, incerta, se não mesmo insuportável, a vida de milhões de portugueses”.
REFERÊNCIAS:
Partidos PS PSD PCP