Emigrantes portugueses pediam substituição de cônsul há seis meses
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 7 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-04-01
SUMÁRIO: Abaixo-assinado acusava Jurgen Adolff de usar postopara "aproveitamento pessoal" nos negócios.
TEXTO: Não foi por falta de avisos que o Ministério dos Negócios Estrangeiros não soube mais cedo do cônsul honorário em Munique. A "substituição" do cônsul, Jurgen Adolff, era, há meses, uma bandeira da comunidade residente. De Julho a Dezembro do ano passado circulou um abaixo-assinado criticando o responsável e pedindo a sua saída ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Segundo os proponentes, o documento recolheu mais de 500 assinaturas. O abaixo-assinado faz acusações graves a Jurgen Adolff, designadamente de utilizar o posto para "aproveitamento pessoal nas actividades comerciais que exerce, nomeadamente no sector imobiliário". Está também escrito que o alemão pouco fazia pela comunidade na Baviera. "Não é possível apontar ao senhor Jurgen Adolff qualquer gesto em prol de Portugal ou dos portugueses que não seja a recente cedência do espaço onde, uma vez por mês, o funcionário consular vindo de Estugarda exerce a sua actividade". Como nada aconteceu então, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas viu-se agora forçado a reagir às recentes notícias. Ontem fez saber por comunicado que, "em resultado de informação proveniente das autoridades alemãs sobre acção judicial em curso naquele país, o Governo decidiu suspender de todas as funções relacionadas com o exercício do cargo o cônsul honorário de Portugal em Munique, a partir de hoje [ontem] e até cabal esclarecimento das investigações que o envolvem pessoalmente. "Contactado pela Lusa, o empresário alemão garantiu não estar a par. "Não sei de nada, nem faço ideia do que me está a falar", admitindo ainda ter sido apanhado de surpresa em relação à decisão do MNE. "Seria simpático se me tivessem informado de que estou suspenso. "Jurgen Adolff era cônsul honorário em Munique desde 1994, ou seja, quando Durão Barroso era ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco Silva. O actual presidente da Comissão Europeia admitiu ontem ter conhecido Adolff, "como, aliás, esteve em contacto com muitos outros representantes do Estado português no estrangeiro". Mas o ex-primeiro-ministro garante que "nunca [foi] por ele abordado sobre este processo". Aliás, esse não foi o único alerta recebido pela diplomacia portuguesa sobre Adolff. A embaixada portuguesa fora informada a 25 de Março pelas autoridades alemãs que havia sido "proposto um processo de instrução penal por tráfico de influências e corrupção contra o cônsul honorário da República Portuguesa em Munique, Jurgen Adollf". O secretário de Estado das Comunidades justificou a aparente demora na suspensão com o facto de a comunicação só ter dado "entrada na embaixada no final do dia 29 de Março, tendo a embaixada comunicado por telegrama para o ministério no dia 30".
REFERÊNCIAS:
Entidades MNE