Clegg tem apoio total dos lib-dem para negociar coligação
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 | Sentimento 0.35
DATA: 2010-05-09
SUMÁRIO: Conservadores e liberais-democratas retomam este domingo as negociações iniciadas sexta-feira sobre um eventual acordo de Governo, depois de os lib-dem de Nick Clegg terem passado o sábado a discutir a que pode ser a primeira coligação no Reino Unido desde a II Guerra Mundial.
TEXTO: Os deputados do partido de Clegg, o terceiro mais votado nas eleições de quinta-feira, “apoiaram completamente” a estratégia do líder, o qual defende que os tories, como força mais votada, com 306 deputados mas aquém de uma maioria absoluta, devem tentar formar Governo. Citado pela BBC, o negociador David Laws disse que os lib-dem estão determinados a cumprir a sua parte numa solução de governo “estável”. As palavras são do final da tarde de hoje, depois de os deputados terem discutido a proposta de coligação feita na véspera pelo líder conservador, David Cameron, o qual sublinhou a urgência de uma solução devido à gravidade da situação económica. Mas nas afirmações da manhã os lib-dem declaravam querer evitar precipitações. “Vamos agir com prudência, mas não vamos trair os nossos princípios”, disse Simon Hughes, outro dos negociadores, lembrando que os lib-dem são um “partido progressista de centro-esquerda”. O papel britânico na União Europeia e a imigração são temas em que os partidos divergem. Depois da reunião dos deputados lib-dem estava previsto ainda para ontem um encontro do “executivo federal”. Um acordo de governo deverá ter a aprovação de três quartos dos membros de cada um dos dois órgãos, o que pode ser difícil, segundo politólogos citados pela AFP. Um fonte tory admitiu que um eventual entendimento não deve acontecer antes deste domingo, dia em que se realiza uma reunião de eleitos conservadores. A fórmula de um acordo parlamentar, em vez de uma coligação formal, não estará também, segundo a Reuters, afastada. A coligação suscita reservas em qualquer das forças. O Guardian noticiava ontem que Cameron pediu ao ex-primeiro-ministro conservador John Major para sensibilizar os lib-dem e acalmar a ala mais à direita dos Conservadores. “Se este é o preço para assegurar que temos estabilidade para lidar com os problemas económicos, então penso que é o caminho que devemos seguir”, afirmou o antigo chefe do Governo, citado pela Sky News. As prioridades dos lib-dem são, como Nick Clegg lembrou, a reforma do sistema fiscal, a educação, a recuperação económica e a mudança de um sistema eleitoral que favorece conservadores e trabalhistas e penaliza os restantes partidos. Isso mesmo foi lembrado por cerca de um milhar de manifestantes, que este sábado se reuniram frente ao edifício onde se encontravam os deputados, gritando: “Voto justo, agora. ” Clegg, que durante a manhã esteve com Cameron e o líder trabalhista Gordon Brown, nas cerimónias que assinalaram o final da II Guerra Mundial, saiu durante momentos da reunião para lhes dizer, segundo a BBC, que a reforma eleitoral “foi uma das razões” porque foi para a política. Indispensável para a formação de um governo estável, o apoio dos 57 eleitos lib-dem é também cobiçado pelos trabalhistas, que elegeram apenas 258 parlamentares mas, pela voz de Brown, primeiro-ministro em funções, já se declararam dispostos a conversar com Clegg, caso os contactos com os conservadores fracassem. No que toca à reforma eleitoral, o que Brown tem para oferecer é mais sedutor do que a discussão do assunto proposta pelos tories: um referendo sobre um “sistema eleitoral mais justo”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave guerra imigração educação