Jovem em risco de vida no Porto foi quarta vítima grave nas praias em dois dias
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DATA: 2010-05-24
SUMÁRIO: Num mês morreram quatro pessoas afogadas na zona de Lisboa. Neste fim-de-semana de calor registaram-se quatro vítimas no país.
TEXTO: Uma jovem foi internada ontem nos Cuidados Intensivos do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, após se ter afogado na praia do Castelo do Queijo, no Porto, uma das muitas que ainda não inciaram a época balnear no país. Com este caso, contabilizam-se quatro vítimas graves de afogamento este fim-de-semana, duas das quais morreram anteontem na zona da Costa da Caparica e outra está ainda desaparecida. No total, este ano já cinco pessoas perderam a vida nas praias. Ontem, no Castelo do Queijo, a jovem de 15 anos afogada foi salva já depois de estar submersa três a quatro minutos, contou ao PÚBLICO o porta-voz do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), comandante Nuno Leitão. "Um patrão salva-vidas de Leixões estava a fazer um patrulhamento de prevenção naquela zona e apercebeu-se de uma grande agitação na praia, tendo sido informado de um desaparecimento. Imediatamente começou à procura e conseguiu recuperar a jovem a quatro metros de profundidade", relatou Nuno Leitão. A assessora do Hospital Pedro Hispano, Paula Carvalho, adiantou que a jovem foi assistida na sala de emergência, tendo depois sido internada nos Cuidados Intensivos. "O prognóstico é muito reservado", notou. Na sequência dos acidentes deste fim-de-semana, a Federação Portuguesa de Concessionários de Praia e a Liga dos Bombeiros Portugueses defenderam ontem a necessidade de as praias serem vigiadas pelas estruturas de socorro fora da época balnear oficial. O objectivo, dizem, é minimizar o impacto de comportamentos negligentes. "A culpa aqui é sempre repartida: as pessoas têm comportamentos errados, sem dúvida, mas neste momento as praias ainda não estão vigiadas. Deveria haver já alguma vigilância pontual assegurada por entidades oficiais que deviam garantir protecção às pessoas mais descuidadas", afirmou à Lusa o presidente da federação, Luís Carvalho. "Estamos com um mar de Inverno, muito alteroso, com muitos agueiros, com temperaturas da água muito baixas e correntes fortes. Se os banhistas cumprirem com as recomendações, é certo que o número de mortes e acções de salvamento diminuem", sustenta, por seu lado, Nuno Leitão. No sábado, nas praias da Sereia, do Traquino e dos Pescadores, duas pessoas (34 e 11 anos) perderam a vida e outra desapareceu (16 anos). "Assiste-se hoje a uma grande desresponsabilização. As crianças não podem, de modo algum, estar sozinhas nas praias ou aventurar-se no mar sem estarem a ser vigiadas", adianta Nuno Leitão, lembrando que, para além das mortes, as equipas de salvamento presentes na Costa da Caparica (que só vai iniciar a época balnear a 1 de Junho) e na zona de Cascais (onde a época arrancou a 15 de Maio) evitaram que várias pessoas se afogassem. Ontem de manhã, tal como já sucedera na véspera, alguns familiares do rapaz de 16 anos ainda desaparecido na Caparica olhavam o horizonte. No final da tarde de anteontem estes mesmos familiares foram assistidos por psicólogos da Associação dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Alguns dos utentes das praias da Caparica, como Renato Silva, entendem que não há falta de meios para as operações de salvamento. "No sábado, quando procuravam a criança desaparecida, vi uma lancha da Marinha e um helicóptero e estiveram sempre nas praias diversas motos do INS e da Polícia Marítima. Os afogamentos acontecem porque há muita falta de cuidado das pessoas. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave criança desaparecimento