Obama triplica meios humanos destacados para zonas mais ameaçadas
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DATA: 2010-05-29
SUMÁRIO: O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pôde hoje ver de perto os efeitos devastadores do derrame de petróleo na costa do estado da Luisiana, e ouvir as queixas das populações afectadas pela maré negra. “Esta é uma crise sem precedentes, um pesadelo”, reconheceu o Presidente. “As histórias que ouvi são de partir o coração”, acrescentou.
TEXTO: Obama esteve na localidade piscatória de Port Fourchon, e na Grand Isle, a última barreira de terra antes do golfo do México, onde assistiu à limpeza das praias fechadas aos banhistas. O almirante Thad Allen, que supervisiona a resposta ao desastre em nome do Governo federal, foi explicando aquilo que Obama via: milhões de pequenas bolas de alcatrão, do tamanho de moedas, dispersas pela areia. “Podemos posicionar as nossas equipas [de limpeza] para recolher todo este óleo que dá à costa, mas obviamente não resolveremos o problema enquanto não pararmos o derrame”, observou o Presidente. A ideia da visita de Obama ao local do desastre era, mais uma vez, demonstrar como a Administração está atenta à crise e mantém o controlo da situação. O Presidente pretendia ainda provar que não é imune à crítica e que compreende a frustração e impaciência das autoridades e dos moradores da região. “Vocês não estão sozinhos e não vão ser abandonados. Dou-vos a minha palavra que vamos fazer tudo o que for preciso para parar esta catástrofe e reerguer esta região”, sublinhou Obama, que anunciou a triplicação dos recursos humanos destacados para as zonas mais ameaçadas e garantiu assistência financeira imediata para os residentes obrigados a suspender a sua actividade. Numa inédita conferência de imprensa em Washington, na véspera da visita, o Presidente admitiu falhas na actuação do governo, e assumiu responsabilidade pelos erros cometidos até agora – na sua opinião, a Administração calculou mal a capacidade da indústria para reagir ao pior cenário possível. “Enganei-me”, confessou. Segundo documentos da BP, a companhia gastou 930 milhões de dólares até ao momento nas operações de limpeza e protecção da costa, nos procedimentos para consertar a fuga e no pagamento de indemnizações aos estados e ao Governo federal. A petrolífera mantinha ontem em curso a sua manobra top kill, para vedar a fuga de petróleo e gás, mas as más notícias não param. Uma equipa de cientistas da University of South Florida descobriu uma nova e densa mancha de petróleo subaquática, 35 quilómetros para nordeste da zona da plataforma, na direcção de Mobile Bay, no estado do Alabama. Esta mancha, que tem mais de dez quilómetros de diâmetro e permanece a uma profundidade de cerca de um quilómetro, pode ter sido causada pelo uso de dispersantes químicos. Está alojada num grande desfiladeiro aquático cujas correntes fornecem a cadeia alimentar das águas da costa da Florida: no cenário mais pessimista, esta sopa tóxica tem o potencial de eliminar as plantas e animais que habitam a região das Keys, uma das mais produtivas e turísticas dos EUA.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA