PSD e CDS reafirmam apoio a Cavaco face a eventual candidatura alternativa
MINORIA(S): Homossexuais Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-05-30
SUMÁRIO: Os sociais-democratas encaram contactos com Bagão Félix como reacção dos sectores católicos "mais radicais". Os socialistas referem abalo na base política do Presidente.
TEXTO: O ex-ministro do Governo PSD/CDS Bagão Félix assumiu ter sido con- tactado para se candidatar à Presidência da República, tal como noticiou ontem o PÚBLICO, e as reacções, da esquerda à direita, não tardaram. No PSD irromperam veementes declarações de apoio a Cavaco Silva - a excepção, porém, coube ao próprio líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, que se escusou a fazer qualquer comentário -, o CDS insistiu que estará ao lado do Presidente "independentemente" das decisões do chefe de Estado, disse o deputado centrista Nuno Magalhães. À esquerda surgiram manifestações díspares. Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, falou numa "vingança" oriunda de "sectores arqui-reaccionários" que, publicitando a hipótese de uma nova candidatura à direita, manifestam o seu desagrado por Cavaco Silva ter promulgado a lei que permite casamentos entre pessoas do mesmo sexo. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, desvalorizou as notícias. E o PS aproveitou para frisar que a eventual falta de consolidação da base política de Cavaco pode forçar uma segunda volta nas eleições presidenciais. À Lusa, Vitalino Canas disse que não se "surpreenderia que pudesse haver ou que haja movimentações no sentido de encontrar uma outra candidatura, não diria alternativa, mas adicional, que representasse um espaço político mais à direita". Passos Coelho não falou, mas a direcção do PSD não deixou de comentar o assunto. Miguel Relvas, secretário-geral do partido, reiterou que, perante a recandidatura de Cavaco, o PSD não deixará de dar um "apoio claro e inequívoco" ao Presidente. Questionado sobre a possibilidade de surgir uma candidatura alternativa, Relvas respondeu: "No PSD, em relação às presidenciais, não há nem ambiguidades nem estados de alma. O professor Cavaco Silva vai ser avaliado por aquilo que foi o seu mandato nos últimos quatro anos e, se se recandidatar, será em nome desse seu comportamento que ele será reeleito. "Outros dirigentes sociais-democratas, como Miguel Veiga e Paulo Cunha, este último da distrital de Braga, confrontados com uma eventual divisão em relação às presidenciais, interpretaram os contactos feitos a Bagão Félix como uma "reacção de desgosto de um sector católico mais radical", apontou Veiga. A reeleição de Cavaco "é um imperativo nacional", sublinhou Cunha, enquanto Miguel Veiga considerou que a hipótese de surgir um outro candidato é "um excesso de reacção". "Não terá consequências práticas, até porque um determinado eleitorado, mesmo esse sector direitista, não tem outro candidato em quem vote senão o professor Cavaco Silva", garantiu. com Lusa
REFERÊNCIAS: