Sete em cada 100 raparigas fumam, alerta OMS
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-05-31
SUMÁRIO: O consumo de tabaco está a crescer entre as adolescentes, alertou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS). Um estudo realizado em 151 países indica que sete em cada cem raparigas fumam, contra 12 por cento dos rapazes.
TEXTO: “É particularmente inquietante a crescente prevalência do consumo de tabaco entre as jovens”, afirma a OMS nas vésperas do Dia Mundial Sem Tabaco (31 de Maio), que alerta este ano para as estratégias utilizadas pela indústria do tabaco, ao longo de várias décadas, no sentido de aumentar o consumo entre as mulheres. Segundo a OMS, em metade dos 151 países estudados, é quase aproximado o número de raparigas e rapazes que fumam tabaco. No entanto, na Bulgária, Chile, Colômbia, Croácia, República Checa, México, Nova Zelândia, Nigéria e Uruguai a percentagem de raparigas fumadoras já ultrapassa a dos rapazes. Adolescentes e mulheres jovens fumam mais em PortugalEm Portugal, segundo a Direcção-Geral da Saúde, o consumo de tabaco tem registado, nos últimos anos, um ligeiro decréscimo nos jovens e um aumento nas adolescentes e mulheres jovens. A iniciação do consumo tem lugar, habitualmente, na adolescência ou no início da idade adulta, após um período de aquisição de crenças e expectativas positivas relativamente ao tabaco. “Após um período de experimentação irregular, muitos jovens tornam-se dependentes da nicotina, passando a consumidores regulares”, adianta a DGS. O relatório ”Mulheres e Saúde”, divulgado pela OMS, indica que cerca de sete por cento das adolescentes fumam, contra 12 por cento dos rapazes da mesma idade. “Os dados sobre Portugal confirmam que as adolescentes estão a fumar cada vez mais. Se as famílias não tiverem consciência disso, se as escolas não trabalharem e os cuidados primários de saúde não colaborarem e se não houver um ambiente propício à informação positiva, vamos ter problemas como aconteceu noutros países”, alertou à Lusa o presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo. Para Luís Rebelo, esta situação deve-se ao facto de os “estímulos externos aos jovens serem mais poderosos que a informação banal e generalista que existe”. “Os namorados fumam e elas querem parecer iguais, nos grupos de amigos também se fuma muito e as jovens não querem ser rejeitadas e começam a fumar”, exemplificou à Lusa Luís Rebelo. Por outro lado, disse, há pais que também são “pouco presentes e dão mesadas exageradas aos filhos” e as discotecas e os bares também propiciam os jovens a fumar. Ivone Pascoal, da Comissão de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, considera “preocupante” a aumento do consumo entre as jovens, alertando que este hábito “não compromete só a saúde delas, mas das gerações futuras”. “Além do tabagismo, do prejuízo no feto, há a questão de os filhos de pais fumadores terem mais probabilidade de vir a ser fumadores”, salientou, acrescentando: “é uma espiral de consequências complicadas”. Ivone Pascoal defende que tem de haver “um ambiente propício a informar e apoiar as mulheres e os jovens a deixar de fumar”.
REFERÊNCIAS:
Entidades OMS