Israel deporta mais de 500 activistas e desiste de levar alguns a tribunal
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2010-06-03
SUMÁRIO: Os activistas detidos por Israel na sequência da acção contra os seis navios que tentavam chegar à Faixa de Gaza continuavam hoje a ser repatriados. Segundo as autoridades do Estado hebraico, o processo já deveria estar terminado.
TEXTO: Israel deteve um total de 682 activistas de 36 países na segunda-feira. Um primeiro grupo de 50 pessoas tinha sido deportado na véspera depois de assinar documentos dizendo que admitiam ter entrado ilegalmente em Israel, e o Estado hebraico planeava fazer seguir processos judiciais contra algumas destas pessoas, mas entretanto desistiu. Responsáveis citados pelo diário britânico The Times afirmaram que isso “faria mais mal do que bem” ao país. Cerca de 200 activistas tinham sido transferidos da prisão de Beersheva, no Sul, para o aeroporto Ben-Gurion, Telavive, e 123 foram levados para a fronteira com a Jordânia, depois das autoridades de Amã terem prometido tratar do repatriamento dos cidadãos de países sem ligações diplomáticas com Israel. No caminho para Amã, alguns activistas contaram à agência britânica Reuters a sua versão do sucedido a bordo do Mavi Marmara: “Os israelitas atacaram-nos sem aviso depois da oração da madrugada”, disse Norazma Abdullah, da Malásia. “Dispararam com balas de borracha mas depois usaram munições reais. Cinco pessoas morreram logo e outras depois de nos termos rendido”, contou. Abdullah disse ainda que os comandos deixaram os activistas amarrados durante 15 horas, até chegarem ao porto de Ashdod. Enquanto isso, vários europeus iam saindo de Israel, embora não chegassem todos logo aos seus países. Muitos voaram em três aviões fretados pelo Governo turco até Istambul. De Valência, a mãe de um jornalista espanhol queixava-se das autoridades israelitas por estas não terem entregue os activistas a embaixadas ou consulados. “Puseram-nos sim em autocarros sem informar para que aeroporto os levavam”, disse Cristina Soler, citada pelo El País. Em Istambul, o comandante de uma das embarcações, Huseyin Tokalak, também deu uma conferência de imprensa para descrever como os comandos israelitas tinham entrarado no navio e dominarado a tripulação: “Eles apontaram duas armas à cabeça de cada um de nós”, disse Tokalak em Istambul. Tokalak não seguia no navio onde se centrou a violência, o Mavi Marmara. A pequena frota foi abordada pelos comandos israelitas quando ainda estava em águas internacionais. De Israel, o vice-ministro da Defesa afirmou que os comandantes de todos os seis navios foram avisados que deviam parar porque estavam a entrar numa zona bloqueada e que em resposta teve um chorrilho de impropérios, que estão gravados pela marinha israelita. “Não sabia que havia tantos palavrões em línguas estrangeiras”, comentou Matan Vilnai.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência prisão deportado