Serralves em Festa são 40 horas non-stop no fim-de-semana
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-06-05
SUMÁRIO: À sétima edição, o Serralves em Festa sai dos muros da fundação e alarga a sua acção não só no tempo mas também a outros espaços da cidade do Porto, apostando em novas parcerias.
TEXTO: A festa começou já no feriado de quinta-feira, com teatro de rua no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, e prolongou-se hoje na Baixa, de novo com teatro, mas também com música e performance. Foi o aperitivo para as habituais 40 horas non-stop de todas as artes para todos, que começam a contar às 8h00 da manhã deste sábado e vão até à meia-noite de amanhã. “O Serralves em Festa é importante para a democratização do acesso ao museu”, diz ao P2 João Fernandes, director do Museu de Arte Contemporânea de Serralves (MACS), destacando a importância que a festa tem para a divulgação das várias expressões artísticas contemporâneas. É uma programação que põe a tónica “no experimentalismo e no diálogo da cultura popular com a cultura erudita”, acrescenta Fernandes. E dá alguns exemplos, por entre os mais de 80 eventos que fazem o programa. Um deles é o concerto de homenagem a James Brown pela banda Burnt Sugar the Arkestra Chamber (a fechar a festa, às 23h00 de amanhã, no prado). Este colectivo criado em 1999, em Nova Iorque, por Greg Tate, um músico, compositor e crítico norte-americano (foi colunista do The Village Voice), revisita a herança da cultura afro-americana expressa na música de James Brown e no casamento do soul e do funky com sonoridades mais jazzísticas e experimentais. Outro cruzamento de linguagens e de imaginários, nota João Fernandes, referindo-se a uma produção portuguesa no programa, é o concerto Joker, uma composição de Nuno Rebelo interpretada pelo Drumming – Grupo de Percussão (amanhã, às 16h00, também no prado). Trata-se de uma game-piece, interpretada por oito instrumentistas da mesma família e um nono de um universo diferente – o Joker –, e que vão alternando sucessivamente a sua prestação em solos, duos ou trios, num jogo entre espontaneidade e contrastes. Uma disciplina que conquistou já um lugar de destaque, e público próprio, no alinhamento do Serralves em Festa é o novo circo. Este ano, um espectáculo tem um significado especial, nota o director do MACS. Shoot the Girl First, pela companhia francesa Le Nadir (hoje e amanhã, às 22h00, na clareira das azinheiras), foi ainda programado por Isabel Alves Costa, a desaparecida criadora do Festival Internacional de Marionetas do Porto e que foi, durante anos, directora do Teatro Rivoli. “Será um comovedor momento de homenagem à Isabel, e à importância que teve como programadora de novo circo e de teatro de marionetas nas edições da Festa”, diz João Fernandes.
REFERÊNCIAS: