Mortes evitáveis baixaram mais de 30 por cento na região norte
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2010-06-26
SUMÁRIO: As mortes evitáveis diminuíram substancialmente na região norte nos últimos anos (31,4 por cento entre 1989 e 2005) e para este resultado contribuiu decisivamente a queda acentuada nos óbitos de crianças.
TEXTO: A taxa de mortalidade infantil apresentou, aliás, valores inferiores aos do continente e dos "melhores a nível mundial" em 2008 e 2009, revelaram ontem os responsáveis da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, durante a apresentação dos resultados preliminares de dois estudos e de ferramentas informáticas que permitem o acesso fácil a uma multiplicidade de indicadores de saúde. Disponíveis no portal da Internet da ARS (http:// portal. arsnorte. min-saude. pt), estas aplicações incluem dados sobre mortalidade (Mort@lidades), internamentos hospitalares (Morbilid@des. hospitalar) e perfis de saúde (indicadores que permitem traçar um retrato populacional). É a primeira vez que uma ARS oferece um serviço deste tipo, mas os responsáveis do organismo mostram-se disponíveis para transferir estas ferramentas para o resto do país. Analisando os dados, percebe-se que a redução da mortalidade evitável foi ligeiramente superior à registada em Portugal continental e que foi nas mortes evitáveis relacionadas com os cuidados médicos que se verificou a evolução mais positiva (menos 45, 6 por cento no período considerado). Já nas mortes que dependem de factores ligados à promoção da saúde a redução ficou-se pelos 19, 8 por cento. "Os dados evidenciam que avançámos muito, mas também que ainda estamos longe do que pretendemos", defendeu o presidente da ARS Norte, Fernando Araújo. Há óptimas notícias - os óbitos evitáveis por doenças hipertensivas e cerebrovasculares baixaram 51, 1 por cento -, mas persistem lacunas preocupantes. Um exemplo: apesar de as mortes evitáveis por tuberculose terem baixado 18, 8 por cento neste período, em 2001-2005 verificaram-se mais 11, 8 por cento mais óbitos do que os esperados. "Queremos que a diminuição aumente, ainda há uma margem para ganhos em saúde", explicou Manuela Felício, do Departamento de Saúde Pública da ARS. Outros problemas que a análise destes dados pôs a descoberto: o tumor maligno de mama continua a ser a principal causa de morte evitável nas mulheres e os óbitos que podiam não ter ocorrido por tumor maligno de traqueia, brônquios e pulmões também sofreram um aumento até 2005, apesar de os responsáveis da ARS esperarem que tenha havido uma inversão desta tendência nos últimos anos, graças à lei do tabaco e à multiplicação de consultas de apoio à cessação tabágica (9282, em 2009). Face à dimensão da mortalidade do cancro de mama, Fernando Araújo aproveitou para pedir às mulheres que não deixem de participar no rastreio de base populacional já em curso nalgumas zonas do Norte (e que até ao final do ano vai ser alargado a toda a região). As mulheres, apelou, não devem faltar às convocatórias para as mamografias que a ARS está a patrocinar em colaboração com a Liga Portuguesa contra o Cancro.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte lei mulheres infantil