Instituições isentam de propinas os melhores alunos
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 1.0
DATA: 2010-06-27
SUMÁRIO: Ser bom aluno compensa. São muitas as instituições de ensino superior, públicas e privadas, que oferecem bolsas de mérito aos melhores alunos, seja no início do percurso, quando entram no primeiro ano da licenciatura, seja no final de cada ano lectivo, depois de conhecidos os resultados, ou no final do curso.
TEXTO: Há quem faça mais, oferecendo um ano de propinas. A Universidade Lusófona, depois de um ano de experiência, vai dar um ano sem propinas aos estudantes que a escolham. Os alunos devem ter uma nota de admissão igual ou superior a 16 valores (escala de 0 a 20). A oferta inclui alunos de licenciatura e mestrado. Chama-se Programa Excelência. "Era importante haver um sistema que privilegiasse o esforço dos estudantes. Esta é uma forma de o factor financeiro não ser um problema", diz Manuel José Damásio, director de marketing da instituição. Não é uma forma de evitar que os alunos optem pelo público? "Sim, se virmos o privado como supletivo, que não é. Na generalidade dos cursos competimos pelos mesmos alunos, os melhores", diz Damásio. Foi em 1995 que a Universidade Católica Portuguesa (UCP) iniciou esta prática para os alunos de Gestão e Economia. A isenção de propinas começou a ser atribuída aos alunos com média de candidatura de 15 valores. Nos anos seguintes, os alunos com pelo menos 15 valores ganhavam a bolsa. Aos poucos, o prémio foi adoptado pelas outras faculdades da UCP, que, além deste, têm outros para os melhores alunos. Por exemplo, a Faculdade de Direito tem prémios oferecidos por sociedades de advogados aos melhores alunos em determinadas disciplinas; existem ainda bolsas de instituições bancárias e empresas e mesmo bolsas para os alunos de origem africana. Na UCP há ainda escolas, como o Instituto de Estudos Políticos ou a Faculdade de Ciências Humanas, que oferecem estágios, alguns remunerados. Esta é uma forma de premiar os melhores estudantes, que, depois de um ano de isenção de propinas podem, caso mantenham os seus resultados, continuar a beneficiar de uma redução, acrescenta Manuel José Damásio. Também na UCP é possível que os melhores alunos continuem a beneficiar de uma redução de propinas nos anos seguintes. Esta situação também está prevista nas instituições públicas. Desde 1998 que, no ensino público, estão previstas as bolsas de mérito para os alunos com um aproveitamento escolar "excepcional", diz a lei. Onze anos depois, Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, decidiu alargar a atribuição destas bolsas aos alunos das instituições de ensino privadas, assim como aos cursos de especialização tecnológica, embora muitas escolas já o fizessem. Por exemplo, a Universidade do Porto devolve o valor da propina paga durante o ano aos melhores alunos de cada escola. O PÚBLICO solicitou ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior dados sobre a evolução da atribuição das bolsas de mérito, que não foram facultados.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei escola