Um em cada cinco adolescentes não lava os dentes diariamente
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-15
SUMÁRIO: Um em cada cinco adolescentes não lava os dentes todos os dias, sendo os rapazes os mais descuidados, revela um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e da Escola Superior de Saúde de Viseu.
TEXTO: O mesmo estudo indica que apenas um quarto dos jovens escova os dentes duas ou mais vezes diariamente e que o hábito está relacionado com as habilitações literárias dos pais. Pouco mais de um por cento cumpria todos os requisitos para uma saúde oral adequada - escovagem duas ou mais vezes por dia, utilização de fio dentário e visita ao dentista duas ou mais vezes por ano. A amostra da investigação foi de sete mil jovens, com idades entre os 12 e os 18 anos, de escolas públicas do distrito de Viseu, que foram questionados sobre hábitos de higiene oral e condições socio-económicas. O inquérito concluiu que as raparigas escovam mais vezes os dentes, usam mais frequentemente o fio dentário e vão mais a consultas de dentistas. Nélio Veiga, autor do trabalho, admitiu que a frequência da lavagem dos dentes está relacionada com as habilitações literárias dos pais. “Quanto mais escolarizados são os pais, maior é a probabilidade de o jovem escovar os dentes duas ou mais vezes por dia, seguindo as recomendações clínicas”, notou. A área de residência também influencia, uma vez que adolescentes de zonas urbanas indicaram maior prevalência de escovagem em relação aos que vivem em zonas rurais. Sobre o uso do fio dentário, apenas 4, 4 por cento disse usá-lo, enquanto mais de metade da amostra garantiu ter consultado um dentista no ano anterior. Mas 13 por cento dos jovens afirmaram nunca terem ido a uma consulta. Dos que foram consultados por um especialista em Medicina Dentária, metade procurou um dentista para consultas de rotina, 28 por cento devido a dores e 22 por cento por causa de outros problemas. O investigador manifestou a sua preocupação por uma “elevada proporção” de adolescentes irem ao médico apenas quando têm dores de dentes. Face aos resultados do inquérito, Nélio Veiga recomenda a criação de programas comunitários para melhorar os conhecimentos e os comportamentos. Nesses programas deveriam estar medidas de prevenção dirigidas em particular aos adolescentes do meio rural e com pior nível social e económico. “Em Portugal, as desigualdades registadas no acesso aos cuidados de saúde oral das populações são bem evidentes, resultando do facto de, na sua maioria, serem exercidos no sector privado, condicionando o acesso dos mais desfavorecidos por falta de recursos financeiros”, lembrou ainda o investigador.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave social estudo