"A mania de 'Espanha, Espanha, Espanha' foi um exagero"
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-19
SUMÁRIO: Mira Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva, prevê um período lento de recuperação no mundo e diz que, para Portugal, as exportações são a única salvação, mas com diversificação dos mercados.
TEXTO: Luís Mira Amaral, engenheiro electrónico, com as pastas do Trabalho e da Segurança Social (1985-1987) e da Indústria e da Energia (1987-1995), dedicou-se no último ano a pensar no futuro e nos problemas actuais do País, da Europa mas também do Mundo. O resultado da sua reflexão está publicado ao longo de 372 páginas onde procura responder a esta questão: “E depois da crise?” No livro, com prefácio do ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe, Mira Amaral, hoje presidente do luso-angolano BIC Portugal, defende que o País tem condições para sair da crise se cumprir o PEC e diz que a Europa só recuperará desta crise se caminhar para um maior federalismo orçamental e fiscal. Mas admite que vamos entrar numa recuperação lenta da economia mundial, não afastando o cenário da recessão. Miguel Cadilhe diz que o autor procura responder a uma questão: “Como se sai disto”? Primeiro não se pode esquecer a cena internacional. E existem três cenários, em U, em V e em W. O cenário em V será uma recuperação rápida da economia mundial, o em U será lenta e o em W será uma dupla recessão. Chamando a atenção para os três cenários, acho que uma recuperação rápida da economia mundial está fora de causa. Portanto vamos ter uma recuperação lenta havendo alguma ameaça, que não está afastada, de haver uma nova recessão. E essa recuperação lenta será muito liderada pela China, pela Índia e pelo Brasil. Há algum receio de que a China esteja sobre aquecida e que haja alguma travagem chinesa nessa matéria. Nesse caso começa a ser um problema para a economia mundial, pois a China é que tem sido o motor da recuperação da economia mundial. E temos alguns sinais de recuperação nos EUA. E na Europa, será pior do que os EUA. E Portugal?Vamos levar muitos anos de sangue, suor e lágrimas. Repare que aquilo que o Primeiro-Ministro disse, eufórico, que Portugal registou o maior crescimento da zona euro do primeiro trimestre, não é sustentável. Porquê? Porque a recuperação foi induzida pelo aumento do consumo e das exportações. Esperemos que este seja sustentável. Mas já quanto ao consumo, e com as medidas de aperto, vai haver uma queda. Daí que os cenários para 2011 e 2012 sejam mais sombrios do que aquilo que ele andava a anunciar. E 2009 para os que estão empregados até melhorou, pois as taxas de juro e a gasolina desceram o que deu o embalo no consumo. Agora bastam as medidas que aí vem, de aperto fiscal a sério, e nem é pelo facto de ter havido alguma subida dos juros ou da gasolina, para estes cenários piorarem. Vamos caminhar para uma crise da procura?Portugal já está em crise há muitos anos e vamos levar muitos anos para ultrapassar as nossas debilidades estruturais. A única hipótese é termos um crescimento liderado pelas exportações. Com os desequilíbrios internos não vejo possibilidade de liderar isto pelo consumo privado ou público, dado o endividamento externo, das famílias e do Estado. Mas já não podemos contar com alguns dos mercados mais próximos?No livro faço referência às relações com o exterior e evidencio dois casos, o de Angola e o de Espanha. Espanha tem, tal como nós, graves problemas e as análises mostram que não vai ter um crescimento rápido. E claramente hoje não é realista contar com a Espanha, que foi um grande mercado para Portugal antes da crise. O PS e o PSD fizeram bem ao elegerem a Espanha como prioridade?Aquela mania da Espanha, Espanha, Espanha foi um exagero. Mas Espanha estava a crescer e nós não podíamos deixar de aproveitar. Agora os governos [de Durão Barroso e de José Sócrates] ao dizerem esta frase deram um sinal de que a Espanha ia ser a nossa salvação, o que é um erro. No livro demonstro claramente que o modelo económico espanhol era um gigante com pés de barro. E não era sustentável. Porquê? Porque foi feito à custa da bolha imobiliária, as casas dos espanhóis cada vez valiam mais e eles sentiam-se mais ricos e consumiam mais. E depois havia um influxo de mão-de-obra não qualificada para o sector imobiliário. Se fosse ver a competitividade no sector espanhol dos bens transaccionáveis, onde está indústria, ela não era superior à portuguesa porque os ingredientes da economia espanhola não eram famosos. E pensar que Espanha era a salvação foi um disparate. Agora o Governo fez uma coisa correcta. É que a partir de certa altura, corrigiu o erro, e começou a diversificar e a apostar na Argélia, em Angola, na Venezuela, na Líbia e no Brasil. E fez bem. No livro afirma que não vamos crescer à custa dos mercados comunitários?A minha análise mostra que precisamos de estar no euro para ter estabilidade financeira e cambial, mas depois só vamos crescer à custa dos mercados não comunitários. E mesmo que a Alemanha aumente a procura e o consumo, como nós temos um perfil de exportações muito parecido com os asiáticos, é fácil perceber que o aumento da procura alemã será também aproveitado pela Ásia. Onde tem um perfil mais adequado às necessidades é em mercados não comunitários. As políticas keynesianas de aumento da procura não fazem sentido?Em Portugal não. Porque estamos a ajudar outros mercados, a dinamizar as exportações e o emprego noutros locais, pois somos um pequeno país aberto ao exterior. Esta politica só é valida para economias fechadas. E com a nossa divida publica e a divida externa, também não conseguimos relançar a procura cá dentro. Há asfixia financeira e depois em termos económicos não temos oferta para aproveitar. O único país europeu em condições de beneficiar de uma política keynesiana é a Alemanha e mesmo assim adoptou medidas de austeridade. Os países do sul deviam ter uma política de emagrecimento, mas a Alemanha como locomotiva europeia devia ser responsável por alguma compensação. Porque não o fez?O Governo alemã herdou uma velha tradição alemã de ter muito medo da disciplina orçamental e do aumento da inflação. E esse reflexo mental alemão que o leva a entrar num programa de austeridade. No seu livro tece considerações sobre a acção do BCE e da Fed (Federal Reserve norte-americana). . . Quando analiso as políticas monetárias do FED e do BCE chamo a atenção de que são diferentes, e não é porque o BCE não tenha a mesma competência técnica. Mas é porque o governo alemão quase que tem aqui um direito de veto de uma golden-share sobre o BCE que impede que este seja tão expansionista ou agressivo como a FED. Quando o BCE compra divida pública dos países em maior dificuldade, e compra no mercado secundário, o que votou contra foi o governador alemão, o que mostra o seu conservadorismo. Ele tem a tese de que se nós não tivermos estabilidade financeira, se os mercados não nos emprestarem, seria o desastre. Mas acho que ainda não estamos nessa situação. No final da crise vamos ter um BCE mais Budensbank (banco central alemão) ou Fed?Vai ser mais Budensbank. Os alemães têm no BCE uma GS e se quisermos salvar a zona euro vamos ter de caminhar para um maior federalismo orçamental e fiscal o que significa um maior comando alemão. E já se fala que os alemães vão indicar o nome que vai substituir o Trichet [o actual presidente do BCE]. Essa solução não vai criar tensões fortes, dentro da zona europeia?Vai. Mas os países do sul não têm outra alternativa: Portugal, Espanha, Grécia e, eventualmente, Itália. Com o ajustamento que fez, a Irlanda já saiu dos radares. Há vários cenários: a Alemanha farta-se e sai do euro, e o euro sem a Alemanha fica a falar sozinho; no meio do programa de ajustamento que vai ser doloroso pode haver pulsões populistas que levem, por opção estratégica, a Grécia a sair do euro, para desvalorizar a moeda, e depois Portugal e depois a Espanha; ou, finalmente, avançar para um maior federalização das políticas orçamentais e fiscais. O que para mim significa soberania partilhada com Bruxelas e sujeita ao visto alemão. Esta é a única forma de salvar a zona euro. E neste cenário os alemães ganham maior importância, pois são o país mais forte, e que impõe o comando. E o BCE também. O PEC é uma decisão alemã. Não se esqueça da capa do economista que diz três anos para salvar o euro. As questões vão-se colocar no prazo de três anos. A liderança europeia tem sido eficaz?Tem sido muito fraca. Helmut Schmidt [chanceler alemão entre 1974 e 1982] disse que na Europa só havia uma instituição que funcionava que era o BCE. Depois do que vimos na crise grega houve uma liderança tardia, difusa, de resposta lenta. E hoje estamos a pagar juros superiores do que se tivesse havido uma resposta rápida. O que é que isto revela? Que o reforço da UE se faz através de crises. A Europa só avança depois de uma crise. E só há duas soluções: ou retrocede; ou aprofunda a integração. Alguns defendem que a crise do euro vai permitir avançar mais na integração política. Discorda de Paul Krugman que diz que a Grécia vai sair do euro e a seguir Portugal?Ele às vezes exagera. Mas se olharmos para o que diz como um aviso é positivo. Mas para mim não é líquido que aquilo que ele defende esteja certo. Não acho que se a Grécia não conseguir pagar tenha que sair do euro. O ministro das Finanças alemão já disse, embora tenha sido criticado injustamente, que é necessário um default ordenado da divida pública grega, com algum corte dos juros. E isto não é dramático. O estado de nova Iorque, no contexto da União Económica Monetária (UEM) americana já o fez. A crise da UE passa apenas pela federalização das políticas orçamentais e fiscais?E deve criar mecanismos anti-crise mais rápidos e explícitos e ainda ter possibilidade de escalonação parcial de dividas públicas o que significa um default organizado. E o caso grego para mim já é evidente. É claro que os gregos vão sair deste programa com uma divida brutal, de 150 por cento do PIB, e que não vai ser paga e, portanto, vai ter que ser feito um programa de escalonação da divida grega com algum corte de parte dos juros. E o ministro das Finanças alemão já o disse. Compreende o governo alemão?Sim. Conforta-me pois há racionalidade na actuação do governo alemão. Apesar do povo alemão não querer que a Alemanha nos ajude e de estar descontente com o euro, é o governo alemão que está a introduzir racionalidade na Europa e a aguentar a situação. A solidariedade tem duas vias. Não podemos pedir que a Alemanha ajude a Europa e depois esquecer as dificuldades que o Governo tem com o seu povo. Teme a vinda do FMI a Portugal?Não, se as medidas propostas pelo governo forem executadas a sério e introduzidas mais algumas reformas não vamos precisar da ajuda do FMI, como necessitou a Grécia. Se o PEC não for aplicado, então vamos precisar da ajuda. O euro está em risco?Está. Se um país acabar por sair do euro o euro acaba?Se a Grécia saísse, ou outro país do sul, o euro reconstituía-se à volta da Alemanha e do Benelux. Era a velha zona marco, com a entrada de outros países do leste da esfera alemã. Neste cenário extremo, era um euro germanizado. Não criava tensões a Alemanha e a França?Sim. A França ficava numa situação desconfortável pois hoje faz um papel de charneira entre a Alemanha e os países do sul. “Não sei se dentro de cinco anos ainda se pode falar em bancos geridos por portugueses e com capitais nacionais”O sistema financeiro europeu vai resistir à crise de liquidez?Quando se fala em banca europeia, devíamos estar preocupados com a banca alemã e francesa. Vamos ver se os seus testes de resistência que estão a ser feitos aos bancos alemães e franceses têm em linha de conta o papel de divida pública grega, portuguesa e espanhola que possuem. E se os testes entram com algum cenário de incumprimento. Se o papel tiver risco de crédito, obviamente que terá efeito nos bancos franceses e alemães. Para mim deve-se olhar para a relação que os grandes bancos têm em termos de divida pública, isso é mais importante do que olhar para as cajas espanholas. Até porque o Governo espanhol já acordou e criou um fundo de recuperação dos bancosEnquanto presidente do luso-angolano BIC Portugal e ex-presidente da CGD, acha que os bancos portugueses vão resistir a esta terceira vaga da crise mundial?Os bancos portugueses têm rácios de capital adequados e portanto não têm problemas de solvabilidade. Podem ter problemas de liquidez, como aliás acontece a outros bancos europeus, porque os mercados interbancários se fecharam e porque não há poupança interna suficiente para lhe dar o “funding” de que necessitam. Daqui a cinco anos ainda se pode falar em bancos geridos por portugueses e com capitais nacionais?Sinceramente não sei. Um dos riscos desta situação de elevadíssimo endividamento externo é levar à venda ao exterior dos nossos activos empresariais. É como em nossa casa termos de vender as jóias da família. Está confiante que os quatro bancos nacionais [CGD, BCP, BES e BPI] vão passar nos testes de resistência que o BCE está a fazer?Sim. Mas é evidente que hoje existe uma questão que já se pôs com os testes de stress nos EUA e que é esta. Se os testes de stress dão bons resultados e os grandes bancos não têm problemas alguns dirão? Foi mais um instrumento de marketing e isto não é a sério. Pois se fosse a sério mostrava os problemas. O ponto crucial desta matéria é este: os testes devem ser transparentes para evitar dúvidas e desconfianças no sentido em que sejam mais um instrumento de marketing do que um exercício de ver se eles em condições extremas estão em condições de sobreviver. Mas a banca portuguesa tem rácios de solvabilidade adequados e é vítima do desequilíbrio externo, pois vai ao exterior buscar os fundos de que necessita pois tem falta de poupança interna. O que é isso significa?A curto prazo o problema de liquidez está resolvido. Mas se o País poupar mais então teremos mais liquidez interna e maior credibilidade junto dos mercados exteriores. O problema de solvabilidade, que é de médio e longo prazo, coloca-se se nós não pouparmos mais internamente e se os mercados externos se fecharem o que tem também a ver com o cumprimento do PE. “Qualquer líder político tem legitimidade para defender que o Estado deve manter posições accionistas em sectores estratégicos”Está ao lado do actual líder do PSD que defende que o Estado deve sair de todas as empresas? Há um profundo cinismo dos grupos portugueses que formam o que eu chamo o bloco central político financeiro. Querem que o Estado mantenha lá uma posição para os proteger e no dia em que querem vender estão-se nas tintas para o Estado e decidem sair do capital. Qualquer líder político, de qualquer partido, tem legitimidade para dizer: eu entendo que estes sectores são estratégicos para a economia portuguesa e se é assim devo manter uma posição accionista forte na empresa. O que eu não percebo é esta lógica de querer vender tudo e depois querer manter uma GS para mandar. A isto eu chamo o neo-liberalismo selvagem. Uma das bandeiras de Passos Coelho, para se distinguir do PS, foi a privatização da CGD. Concorda?Que eu saiba, neste momento não defende isso. Mas eu defendo um modelo de governação para a CGD mais imune à intervenção do governo, com um conselho geral formado por senadores, gente de grande competência técnica e credibilidade ética. O maior erro que cometi durante a minha vida profissional foi ter aceite o convite realizado pelo governo do PSD para ir para a CGD. Nessa altura defendi um modelo de gestão mais independente do poder político. Mas acabei por sair de lá enxovalhado pelo PSD. Da minha experiência na CGD, percebi que para ser Presidente da CGD, não interessa ser gestor bancário, como eu, o que interessa é ter “skills” de gestor público, que eu não tenho, sabendo dar graxa ao ministro ou ministra das Finanças. . . . No seu livro faz críticas ao modelo de supervisão financeira que vai ser adoptado em Portugal. Pode explicar porquê?Repetindo o que escrevi no livro, dir-lhe-ei que não estou de acordo com o modelo proposto pelo Governo e defendo que a supervisão prudencial e a supervisão comportamental não devem estar separadas em duas entidades distintas. Uma entidade que trata só da parte comportamental acaba por se transformar na associação de defesa dos consumidores – esquecendo a dimensão prudencial. Na altura disse mesmo que não me revia nos comentários realizados pelo presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) [António de Sousa], que não pôs em causa a proposta do governo apenas fazendo declarações com verdades de La Palisse e recomendando apenas alguns cuidados na implementação do modelo. Agi na qualidade de cidadão e enviei uma nota ao Ministro das Finanças dando conta da minha discordância em relação à posição da APB. Qual foi a minha surpresa quando constatei que quer o presidente da APB, quer o ex-Governador do BdP, este já em trânsito para Frankfurt, de repente começaram a fazer criticas à solução do Governo. “Ouvir os espanhóis queixarem-se de que o Governo português usou uma Golden Share dá para nos rirmos” Qual é a sua opinião sobre o veto do Estado, com uso da Golden Share (GS), à venda das acções que a PT possui na Vivo?Como não estou na vida partidária não entro na luta política contra o PM. Mas faz-me confusão que se utilize uma GS para evitar a venda de uma subsidiária da PT, que está no Brasil. Agora imagine se o presidente Lula viesse dizer: “O quê? Estão a exercer uma GS sobre uma empresa brasileira? Quem pode exercer a GS sou eu. ” Concorda com Pedro Passos Coelho que veio dizer que era contra a venda da Vivo e contra o uso da GS?Não vou entrar nessa guerra. Em todo o caso se a Telefónica ou outra empresa europeia avançasse para comprar a PT eu entenderia perfeitamente que o governo português usasse a GS. Somos todos europeus, mas todos actuam desta forma. E há alguns sectores mais sensíveis, como as telecomunicações, a energia e a banca, que são utilities para toda a economia, onde se pode aplicar aquela noção de que são estratégicos para o País. Em termos económicos não é bem assim, mas em termos políticos eu percebo que se diga. Nesses casos, tomando um estrangeiro o controlo desses sectores acho que a GS seria bem utilizada. A tese da Europa de que não devem existir GS é razoável, mas todos os países a utilizam ou usam instrumentos idênticos. Quando ouvimos os espanhóis queixarem-se de que o Governo português usou uma GS é para nos rirmos. Porquê?Quando a alemã E. On quis comprar a Endesa, lembro-me das patifarias que o governo espanhol fez para impedir e depois o Governo espanhol acabou se aliar à italiana Enel para travar a venda. O governo espanhol interferiu claramente no mercado e por isso não tem qualquer autoridade para criticar o governo português sobre o uso da GS. Nunca comprei a ideia dos centros de decisão nacional, porque agora um que subscreveu esta tese é agora um dos que quer vender. No momento em que quer fazer mais-valias qualquer grupo português ou estrangeiro actua na óptica da racionalidade económica. O que deve fazer o Estado quando quer manter algum poder sobre uma empresa?Primeiro deve ser o Estado a decidir se uma empresa é estratégica para o País e não os privados. E depois se quisermos manter algumas empresas sob controlo estratégico português então mais vale, ou não privatizar, ou manter uma posição relevante. O que me faz confusão é privatiza-se mas depois quer-se manter o controlo. Acha que o Estado deveria ter mantido na Galp e na EDP uma posição de 20 por cento?Com certeza. É mais sério manter alguma posição accionista do que vender tudo e depois querer mandar. Compreenderia que o Governo subisse a posição que detém na PT?Compreenderia, mas o Governo já não tem dinheiro para comprar. Qual é a solução?Fazer um acordo parassocial. Aceito que o Estado mantenha a GS até onde for possível para garantir que a PT não seja vendida. E para mim é muito simples: se a União Europeia não consegue pôr na ordem os franceses, os espanhóis e alemães, porque vem pôr na ordem Portugal?(Versão completa)
REFERÊNCIAS: