A diferença entre matar por compulsão ou por uma razão
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-07-22
SUMÁRIO: O psicólogo Rui Abrunhosa Gonçalves recusou ontem denominar o suspeito dos três crimes na zona de Torres Vedras como um assassino em série, visto que "as vítimas tinham uma ligação directa" com o alegado criminoso, que também teve "um motivo para eliminar pessoas", o que indica um crime passional. Já o professor de Psicologia Criminal da Universidade Lusófona Carlos Poiares observou que esta série de crimes "está num campo probabilístico", pois "ainda não há provas concretas que digam que estas pessoas estejam mesmo mortas".
TEXTO: "O princípio dos assassinos em série é a compulsão para executar crimes e não o número de mortes. Embora haja uma série de três mortes, aqui existe um motivo para as eliminar", explicou Rui Abrunhosa Gonçalves. "Nos assassinos em série há um padrão de funcionamento, ou seja, o assassino mata pessoas que tenham um elo de ligação entre as mesmas, como prostitutas ou homossexuais. Mas neste caso era apenas um pensamento do indivíduo racional", acrescentou o psicólogo, argumentando que a qualificação de assassino em série deve-se ao facto de "não haver este tipo de mortes em Portugal e assim colocam-se rótulos sem se avaliar os casos antes". Segundo Rui Abrunhosa Gonçalves, o último crime aconteceu porque "a terceira vítima descobriu os anteriores assassinatos e o suspeito teve a necessidade de aniquilá-la, antes que fosse denunciá-lo à polícia. Logo é um crime passional, pois toda a estrutura do crime foi organizada". Também Carlos Poiares afirma que "não se pode classificar o suspeito de assassino em série, porque ainda não se realizaram os testes psíquicos e entrevistas necessárias para se avaliar um diagnóstico". "Para termos a certeza que o suspeito é um assassino em série, temos que perceber o modo como ele actuou: se deixou elementos de assinatura, se as vítimas têm um fio condutor e principalmente compreender as razões que levaram ao acto", esclareceu. Porém, Carlos Poiares declarou que "ainda não há provas concretas que digam que as pessoas estão mesmo mortas" e que por isso o suspeito pode "estar a ser condenado por engano". Quanto aos vídeos do suspeito no YouTube, o professor de Psicologia Criminal defende que, "mesmo que se prove a culpabilidade dos delitos, o alegado criminoso deve ser objecto de intervenção terapêutica". "É uma pessoa que gosta de se exibir, mas deve-se ter em atenção que pode ser apenas uma simulação, e por isso é obrigatório fazer-lhe uma avaliação psicológica", rematou.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime