Partido da oposição ganha as eleições legislativas de São Tomé e Príncipe
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.3
DATA: 2010-08-02
SUMÁRIO: A Acção Democrática Independente (ADI), que se encontrava na oposição, ganhou as legislativas de ontem em São Tomé e Príncipe, tendo conquistado 26 dos 55 deputados, indicam os resultados divulgados hoje de madrugada.
TEXTO: O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), do até agora primeiro-ministro Joaquim Rafael Branco, ficou com 21 deputados. O Partido da Convergência Democrática (PCD) com sete e o Movimento Democrático Força da Mudança-Partido Liberal (MDFM-PL), do Presidente Fradique de Menezes, apenas com um. O MLSTP/PSD já fora o segundo partido mais votado nas anteriores legislativas, em Março de 2006, e ficara então com 20 lugares no Parlamento, mas mesmo assim conseguira formar uma coligação com o PCD e, ainda, com o MDFM-PL, que dela acabaria por se retirar. A afluência às urnas foi de cerca de 88 por cento dos aproximadamente 80. 000 eleitores inscritos, anunciou à AFP o presidente da comissão eleitoral, José Carlos Barreiros. Uma vez que a maioria da ADI foi relativa, o seu líder, Patrice Trovoada, filho do antigo Presidente Miguel Trovoada, terá de negociar com outras forças a possível formação do novo Governo, mas o MDFM-PL já dissera que o gostaria de ver novamente como primeiro-ministro. Ele que já o chegou a ser durante três meses, em 2008. Em entrevista dada hoje de manhã à RDP-África, Trovoada, de 48 anos, afirmou que “o povo escolheu a mudança”, ao passar a ADI de 11 para 26 deputados, que significam sensivelmente 42 por cento dos votos expressos; e disse que se baseará no “bom senso” para procurar “a alternância”. O líder da ADI destacou ainda o facto de esta ter saído largamente vencedora nos dois maiores distritos do país, os de Água Grande e Mé-Zochi. Aliás, já aí triunfara nas autárquicas realizadas uma semana antes; e nas quais o MLSTP-PSD foi quem obteve mais votos a nível nacional. Desde a institucionalização do multipartidarismo, em 1991, o arquipélago de São Tomé e Príncipe já conheceu 14 primeiros-ministros, à frente de governos muitas vezes saídos de frágeis coligações. Nenhuma destas coligações conseguiu durar toda uma legislatura. E os resultados das legislativas de ontem também não deixam muito claro como é que poderá ser formado o próximo executivo. O país, de 163. 000 habitantes, vive essencialmente da exportação de cacau, mas há já uma série de empresas internacionais interessadas na exploração de petróleo numa zona marítima de desenvolvimento conjunto que partilha com a Nigéria.
REFERÊNCIAS:
Partidos PSD