Bispos preocupados com excesso de trabalhadores chineses em Angola
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 3 Asiáticos Pontuação: 12 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-03
SUMÁRIO: A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé manifestou o receio de que a excessiva importação de mão-de-obra chinesa leve ao desemprego de milhares de angolanos.
TEXTO: Reunida em Luanda no fim de Julho, a Comissão Episcopal de Justiça e Paz pediu "maior ponderação e moderação no crédito chinês, para que o mesmo não seja tão excessivo que sobrecargue as gerações vindouras". Aquela mesma comissão católica recomendou ao Governo e ao Parlamento de Angola que melhorem a fiscalização das obras feitas com investimentos públicos, "dado o acelerar de obras céleres, mas frágeis, que são um desperdício de recursos e um risco para os seus utentes". Construído em 2006 por uma empresa chinesa, o Hospital Geral de Luanda teve de ser encerrado no mês passado, pois estava a ameaçar ruína e denotava grandes defeitos de fabrico. A obra custara oito milhões de dólares (seis milhões de euros), obtidos pelo Estado angolano através de uma linha de crédito do Governo chinês. Era uma das muitas grandes infraestruturas construídas no país por empresas chinesas, às quais têm sido atribuídos pelas autoridades muitos contratos de construção. A partir de 2004, a China passou a abrir linhas de crédito especialmente destinadas a Luanda e a enviar muitos milhares de trabalhadores para Angola. Em pouco mais de uma década, passaram de algumas centenas a pelo menos 40. 000, havendo mesmo quem já fale em perto de 100. 000. A China é hoje o principal financiador da reconstrução angolana, com empréstimos e apoios feitos em troca do fornecimento, sobretudo, de petróleo. Mas algumas vozes, como agora a Comissão Episcopal de Justiça e Paz, têm-se levantado contra o que consideram ser um excesso de mão-de-obra chinesa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave chinês