Fátima Felgueiras - Para além do saco azul
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-06
SUMÁRIO: É possível falar com Fátima Felgueiras sem falar do famoso saco azul? É. Numa entrevista a Anabela Mota Ribeiro, que será publicada no próximo domingo, a antiga presidente da Câmara de Felgueiras abre o álbum de família. Fala da mãe professora, da madrinha modista e do pai brasileiro. Confessa a insegurança que sentiu quando um dia, em 2003, se meteu num avião a caminho do Brasil e revela que foram os filhos, Sandra e João, que a obrigaram a fugir para não ser presa. Extracto da entrevista de Anabela Mota Ribeiro a Fátima Felgueiras da próxima Pública:
TEXTO: Foi um golpe duro a derrota das últimas eleições, em Outubro de 2009? Fiquei magoada. Não deixei de gostar de Felgueiras por causa do resultado. Com uma capacidade de endividamento negativa, estava embaraçada a possibilidade de avançarmos com novos projectos. Durante quatro anos fizeram uma campanha persistente de mentiras que, ditas muitas vezes, não passaram a verdade, mas surtiram efeito. Passaram quatro anos a dizer que não havia obra, não se fazia nada, que eu perdia o tempo no tribunal. É verdade que ocupei muito do meu tempo nos tribunais, mas despachei serviço nos tribunais. Ninguém, no meu lugar, tinha feito tanto quanto fiz nestes quatro anos pelo município. Por que é que decidiu reaparecer agora e assumir o seu lugar como vereadora da oposição?A sua cara, na televisão, falando sobre isso, parecia a cara de quem tinha precisado de um ano para digerir a derrota eleitoral. Na noite das eleições admiti que tinha terminado o meu ciclo autárquico. Porventura foram enganados, mas foi clara a decisão dos felgueirenses. Prefiro nem classificar a campanha eleitoral. Mas foi eleita muita gente pelo Movimento Sempre Presente. Essas pessoas fizeram-me reflectir sobre isto, fizeram-me não virar as costas à possibilidade de continuar a fazer coisas por Felgueiras; até porque estiveram na luta comigo. A verdade é que o actual executivo não pensou ganhar eleições, não estavam preparados para prosseguir a obra que estava em curso. Voltei para ajudar a que se retome a dinâmica de Felgueiras. O dinheiro nunca foi uma questão neste processo? Reformei-me muito cedo. Tenho uma reforma de três mil e poucos euros, com os descontos vai para dois mil e não sei quanto. Vivo da minha reforma. Foi com ela que vivi no Brasil. Se não tivesse a reforma, teria de pedir dinheiro. Não quer dizer que não tivesse de pedir. Pedi para fazer face a todas as despesas com que tive de arcar. Ainda tenho de pagar imenso dinheiro [que me emprestaram]. Outros temas da próxima Pública: A revista “The Atlantic” vaticinou “o fim dos homens” e Susana Almeida Ribeiro procurou saber se as mulheres estão a dominar o mundo;Porque Antonio Banderas, “o amante latino de Hollywood”, faz 50 anos e diz que gosta de envelhecer, Bruno Horta foi ouvir António Pires de Lima, Edgar Pêra, Francisco José Viegas, Agostinho Branquinho, Rui Horta e Rui Zink para saber como é chegar à meia-idade;Joana Amaral Cardoso dá-nos a conhecer Pedro Lourenço, o novo prodígio da moda brasileira;O humorista José Diogo Quintela escreve “Uma aventura sem chumbos”;Na rubrica de Ana Sousa Dias, “O que sei sobre os homens”, a actriz Guida Maria não tem papas na língua: “Desisti de os educar. Têm o síndrome do bombeiro, têm sempre que ir apagar um fogo, vejo-os sempre com o capacete e a machadinha. Sentem-se importantes porque têm a mangueira. ”
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens tribunal mulheres