Exportações continuam a aumentar mas défice comercial agrava-se em 436 milhões
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-10
SUMÁRIO: Se, nos três primeiros meses deste ano, Portugal tinha conseguido diminuir o défice da balança comercial em 168 milhões de euros, esse esforço foi agora apagado com a divulgação dos números do segundo trimestre. Entre Abril e Junho, o défice comercial nacional aumentou 436 milhões de euros, totalizando quase cinco mil milhões de euros.
TEXTO: De acordo com os dados preliminares ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações de bens e serviços aumentaram 15, 4 por cento para os nove mil milhões de euros, uma subida superior à registada no primeiro trimestre (14, 6). Contudo, as importações também aumentaram 13, 2 por cento para os 14 mil milhões de euros e, como o seu valor está acima das exportações, geraram um novo "buraco" na balança comercial. Os combustíveis, lubrificantes e material de transporte e acessórios continuam a ser as categorias a arrecadar fatias mais significativas, tanto do lado das importações como das exportações. De acordo com o INE, o saldo negativo foi provocado pelas trocas comerciais fora da zona euro e da União Europeia (UE), visto que o saldo comercial melhorou em relação aos parceiros europeus. Para os países da UE, as exportações aumentaram 13, 2 por cento, enquanto as importações subiram 7, 3. Com os países terceiros, o cenário é outro: as exportações subiram 22, 4 por cento, mas foram superadas pelas importações, que dispararam 33, 8 por cento. A Ásia (com destaque para a China) foi uma das regiões de onde Portugal mais aumentou as importações, enquanto que as exportações se mantiveram praticamente inalteradas face ao ano passado. Em vez dos 633 milhões de euros registados no segundo trimestre de 2009, Portugal importou agora bens e serviços dos países asiáticos no valor de 986 milhões. O peso da China é aqui superior a um terço. Do lado oposto, a pesar no negócio de exportação esteve a quebra de vendas para os Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que importaram menos 82 milhões de euros entre Abril e Junho, face a igual período do ano passado. Tal como já tinha acontecido nos três primeiros meses do ano, as exportações voltaram a acelerar no segundo trimestre, sinalizando uma recuperação da actividade económica a nível europeu que está a ser muito impulsionada pela Alemanha (ver caixa). Contudo, resta saber se esta subida das exportações será suficiente para, por si só, assegurar o crescimento. No primeiro trimestre, a economia portuguesa cresceu 1, 8 por cento face a igual período de 2009 e um por cento face ao trimestre anterior. Este desempenho foi alavancado nas exportações e no consumo privado, que cresceu sobretudo por via das compras de automóveis. Contudo, segundo os dados do Banco de Portugal, o indicador que mede o consumo privado inverteu a sua tendência de subida em Abril e, até Junho, tem estado em queda, reflectindo os receios generalizados com a crise económica e com o impacto que as medidas de austeridade lançadas pelo Governo possam vir a ter na economia. Paralelamente, a confiança dos consumidores portugueses permanece fraca, tendo atingido em Julho o nível mais baixo face à média da zona euro desde que a Comissão Europeia regista este indicador, ou seja, desde 1986.
REFERÊNCIAS:
Entidades UE