Portugueses preferem lipoaspirações e Botox a aumentos mamários
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DATA: 2010-08-13
SUMÁRIO: A Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética divulgou dados sobre os procedimentos realizados em 2009.
TEXTO: Os números divulgados esta semana pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética (ISAPS) colocam Portugal no 23. º lugar numa tabela referente a todos os procedimentos de cirurgia plástica e estética (cirúrgicos e não-cirúrgicos) em mais de 80 países. Os portugueses parecem também seguir a tendência internacional, que mostra que actualmente há mais procura de soluções estéticas não cirúrgicas do que cirúrgicas. A ISAPS revela que em 2009, no nosso país, foram realizados um total de 128 mil intervenções estéticas, cirúrgicas e não cirúrgicas. De acordo com a ISAPS, fundada há 40 anos nas Nações Unidas em Nova Iorque, os dados revelados no relatório ISAPS Biennal Global Survey(TM) representam 75 por cento dos procedimentos realizados em 2009. São, garantem, "os primeiros dados fiáveis e internacionais sobre a cirurgia plástica, que foram obtidos e analisados por especialistas independentes da área da estatística". O levantamento foi obtido com as respostas de cirurgiões plásticos a um inquérito de duas páginas e, nota a sociedade: "Embora os intervalos de confiança mudem de acordo com o procedimento e com o país (. . . ), o total geral do inquérito deste trabalho tem uma margem de erro de 4, 24 por cento a um nível de confiança de 95 por cento. " Victor Fernandes, presidente do Colégio de Especialidade de Cirurgia Plástica, reconhece o mérito científico da ISAPS e até admite a tendência de mercado retratada mas é demolidor na avaliação deste levantamento estatístico detalhado sobre Portugal. "É impossível chegar a esses números. Isto é uma fraude", acusa, explicando que "infelizmente, não há registo destes procedimentos no país" muitas vezes realizados em instalações que apenas têm ambulatório (a chamada out-patient surgery). O cirurgião plástico mostra-se ainda mais indignado com a revelação de dados sobre os procedimentos não cirúrgicos, como o Botox e os peeling químicos que muitas vezes não são realizados por cirurgiões. O colega José Carlos Parreira, representante português da ISAPS e membro da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica e Estética, também se mostra surpreendido com o detalhe dos números apresentados. "Não sei como foram recolhidos estes dados, se foi uma extrapolação, concordo que não será válida. É muito difícil saber o que se passa em cada país", reconhece, admitindo ter participado no trabalho fornecendo, por exemplo, o número de cirurgiões plásticos em Portugal (cerca de 200). Esta sociedade internacional conta já com 25 membros portugueses. Apesar das dúvidas, Victor Fernandes não desmente o retrato traçado. "Há um aumento progressivo da procura da cirurgia estética em Portugal e, nos procedimentos cirúrgicos, as liposaspirações estarão no topo da lista, seguidas pelo aumento mamário", confirma, associando esta tendência ao facto de as lipoaspirações serem procuradas por homens e mulheres (ao contrário do aumento mamário) e ao aumento de distúrbios alimentares na sociedade. E se Victor Fernandes refere que não sente o impacto das novas técnicas de liposaspiração não-invasiva, o cirurgião José Apleton, com mais de 12 mil doentes operados ao logo da carreira, tem uma experiência diferente. "Faço mais aumentos mamários do que lipoaspirações nas mulheres", constata, recordando que há cerca de 25 anos a "moda" era a redução mamária. E o que os homens procuram mais? "Também fazem liposaspirações e abdominoplastias, mas a maior parte são rinoplastias", afirma. Sobre a popular injecção com a toxina botulimica José Apleton comenta apenas que não faz este procedimento por receio de eventuais malefícios. O ranking
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens mulheres