PJ investiga indivíduo que filmava crianças nuas em Quarteira
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DATA: 2010-08-14
SUMÁRIO: Um homem está a ser investigado pela PJ de Faro, por suspeita da prática de crimes de pedofilia. O indivíduo foi detido pela GNR de Quarteira, ao fim de uma fuga de cerca de dois quilómetros entre as praias do Cavalo Preto e Forte Novo. A máquina de filmar que usava para captar imagens de crianças na praia registava vários miúdos nus. O indivíduo, natural da zona do Porto, desempregado, declarou às autoridades que se encontrava no Algarve "de passagem, à procura de trabalho".
TEXTO: O acto teria passado despercebido não se desse o caso de o indivíduo usar uma câmara, debaixo de um jornal, para filmar as crianças que brincavam na lagoa da foz da Almargem, junto à praia do Cavalo Preto. Quatro banhistas aperceberam-se do interesse inusitado pela captação da imagem de um miúdo de dois anos, filho de um casal luso-francês: "Olha ali aquele!", exclamaram. O pai da criança dirigiu-se ao veraneante, que simulava estar a ler o jornal, questionando, em francês: "O que pretende dos meus filhos?". Junto ao rapaz encontrava-se uma menina de cinco anos, vestida com uma tanga. Não obteve resposta. Mais quatro ou cinco pessoas aproximaram-se, a pedir explicações. O homem negou que estivesse a filmar, arrumou o guarda-sol e abandonou a praia. A partir deste momento, dava um filme o que se passou no passado dia 8 de Agosto pelo meio-dia, em Quarteira. O nadador-salvador é alertado para o que teria ocorrido, liga para o 112. A autoridade policial não tem resposta imediata. Quatro banhistas correm atrás do presumível pedófilo até ao pinhal junto à praia, onde se dá o confronto. O homem perseguido é atingido com um pontapé por um dos veraneantes. Puxa pelo varão do guarda-sol para se defender e consegue manter afastados os agressores. "O ambiente era de raiva", diz Guerreiro, o nadador-salvador, ao descrever uma situação que exigia a presença da autoridade marítima. "Quando lhe iam atirar com um pedra consegui que fosse desviada, caiu ao lado". O momento foi aproveitado pelo homem para desatar a correr, descalço, pela crista da arriba junto à praia. "Sou casado e tenho dois filhos", exclamou. O nadador-salvador, de chinelos, corre atrás dele: "Porque foge? Espere!". A fuga continua. "Eu não fiz nada, agrediram-me". "Então espere, chamo a polícia e diz quem lhe bateu". Não teve receptividade. Ao fim de mais de um quilómetro de corrida, junto ao restaurante Forte Novo, desaparece pelas traseiras do apoio de praia. Reaparece ao fim de algum tempo e mostra uma mochila: "Não tenho nada". A câmara já lá não estava. Neste instante, um veraneante que tinha assistido às filmagens na lagoa vem dizer ao nadador-salvador que a máquina de filmar tinha sido encontrada no chão, dentro de umas palhas, junto a uns caixotes do lixo. Segue-se nova corrida em direcção ao centro da cidade - Calçadão. Perseguição e fugaO nadador-salvador, estudante de Biologia na Universidade do Algarve, recebe o apoio ocasional de um ciclista, que se oferece para ajudar na captura do homem, cinquentão, mas ágil. A autoridade marítima tardava em chegar. O veraneante da bicicleta acelera a pedalada, agarra-o pela T-shirt: "Vamos acabar com isto, prendemo-lo", diz para o nadador-salvador. O fugitivo responde: "Eu não fiz nada, querem-me agredir". Pedem-lhe que aguarde pela chegada da autoridade. "Não quero problemas", justifica. O desfecho dá-se quando o estudante, já ao telefone com a GNR, pergunta: "Posso prendê-lo? Não tenho problemas com isso?". Deram-lhe o sim, quando já quase o ia agarrar: "Estava a saltar um muro, com cerca de metro e meio de altura, prendi-o pelo calções, sem resistência". À chegada dos guardas, acusou: "Estes senhores [ciclista e nadador-salvador] agrediram-me". A mochila, que tinha atirado para debaixo de uma autocaravana, foi recuperada. De regresso à praia do Cavalo Preto, as autoridades (GNR e Polícia Marítima) resgataram a câmara de filmar que estava na posse das pessoas que tinham feito a denúncia. Na altura que procuraram confirmar o registo da imagem do casal das duas crianças a brincar na lagoa, afirmou o nadador-salvador, os populares acabariam por ver outros retratos de rapazes nus, com idades compreendidas entre os cinco e os sete anos.
REFERÊNCIAS: