Cantora de jazz norte-americana Abbey Lincoln morreu aos 80 anos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-15
SUMÁRIO: A aclamada cantora e compositora de jazz norte-americana Abbey Lincoln, conhecida também pelo seu activismo político e compromisso com as minorias, morreu ontem em Nova Iorque, aos 80 anos, informou a sua sobrinha, Evelyn Mason.
TEXTO: As causas da morte não foram divulgadas, mas o estado de saúde de Lincoln era considerado delicado desde que, em 2007, foi operada ao coração. A cantora foi uma personagem controversa pela sua actuação em prol dos direitos humanos e raciais nos anos de 1960 nos Estados Unidos. Abbey Lincoln era o nome artístico de Anna Marie Wooldridge. Nascida a 6 de Agosto de 1930, em Chicago, Illinois, cresceu na área rural de Michigan, tendo sido a décima entre 12 irmãos. Em 1951, Abbey mudou-se para a Califórnia e actuou em clubes locais. Depois, passou dois anos em Honolulu, onde era conhecida como Gaby Lee. Posteriormente, decidiu partir para Los Angeles. Aí tornou-se Abbey Lincoln, ideia do seu manager Bob Russell. Nesta mesma época teve êxito no cinema. Em 1956 teve um papel no filme "The Girl Can´t Help It" que, juntamente com o seu primeiro álbum, "Abbey Lincoln's Affair: A Story of a Girl in Love", valeu-lhe uma imagem glamorosa. Abbey Lincoln contracenou com Ivan Dixon em 1964 no drama racial “Nothing But a Man” e com Sidney Poitier em “For Love of Ivy” (1968). Mas essa imagem de glamour iria mudar quando Abbey começou a trabalhar com o músico Max Roach, cuja música reflectia a luta pelos direitos civis. Casaram em 1962. A cantora, influenciada por Billie Holiday, teve uma longa e produtiva carreira, tendo continuado a actuar até 2007, quando adoeceu. Gravou seu último CD, “Abbey Sings Abbey”, em 2007, aos 77 anos. Entre as suas últimas interpretações contam-se “The World Is Falling Down” (1990), “Devil’s Got Your Tongue” (1993), “A Turtle’s Dream” (1995) e “Who Used to Dance” (1996). "Havia paixão no que ela fazia", comentou o crítico de jazz Don Heckman, ao "Los Angeles Times", notando que o facto de também ser compositora tornou Abbey uma raridade entre as cantoras de jazz. "Ela não era apenas alguém que estava a cantar uma canção. Ela tinha uma agenda e muito dela tinha a ver com direitos civis", acrescentou. A sua voz era "um instrumento especial, produzindo um som que não é puro ou perfeito", escreveu Peter Watrous do "New York Times", em 1996. "Mas as suas limitações levaram-na a cantar com honestidade. Mais importante, ela compreende as palavras que canta, declamando-as como se iluminasse todo o amor perdido e a tristeza que as pessoas sentem".
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos morte humanos cantora