A25: dois corpos carbonizados estão por identificar
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-08-25
SUMÁRIO: Meios de socorro demoraram 15 minutos a chegar ao local do primeiro acidente. Envolvidos saúdam a rapidez e coordenação entre bombeiros, GNR e INEM.
TEXTO: Duas vítimas que morreram carbonizadas nos acidentes de anteontem na A25, junto ao nó de Talhadas, em Sever do Vouga, continuam por identificar. Devido ao estado dos corpos, só as autópsias realizadas ontem em Aveiro permitiram perceber que se tratava de duas mulheres, o que contraria a informação inicial, que apontava para um homem e uma criança. O presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, Duarte Nuno Vieira, explicou ao PÚBLICO que foram feitas as autópsias das cinco vítimas mortais dos dois choques em cadeia e que duas delas continuam por identificar. Estas duas vítimas circulavam num carro a gás, onde seguia ainda outra mulher, um dos feridos graves dos acidentes que está agora no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com 25 por cento do corpo queimado. A mulher, na casa dos 30 anos, está ventilada e sem documentação, o que dificultou o trabalho da GNR, que está a tentar identificar as vítimas. "Já foi recolhido material biológico, para determinar o perfil de ADN das vítimas, que depois poderá ser comparado com o perfil dos familiares", adiantou Vieira. Ontem, erradamente foram contabilizados seis mortos devido a uma informação de que um ferido teria falecido no Hospital de Aveiro. Na realidade o doente foi transferido para Coimbra. Além das duas vítimas que estão por identificar, morreu uma jovem de 21 anos, uma criança e uma mulher na casa dos 70 anos. O primeiro acidente, no sentido Aveiro-Viseu, ocorreu por volta das 16h00 e envolveu 30 viaturas ligeiras e duas pesadas. Deu origem a três mortos, 11 feridos graves e 46 ligeiros. Uns minutos depois e, 600 metros à frente, o nevoeiro voltou a trair os automobilistas. Neste segundo acidente, já no sentido Viseu-Aveiro, estiveram envolvidas 19 viaturas ligeiras, dois pesados e um motociclista. Morreram duas pessoas, uma das quais a jovem de 21 anos que foi atropelada quando abandonava a sua viatura, e uma criança. Outras 13 pessoas ficaram gravemente feridas. Acidentes sem ligaçãoTudo indica que os dois acidentes não tiveram relação. Os bombeiros de Sever do Vouga foram chamados para um acidente em cadeia na A25, no sentido Aveiro-Viseu. Fernando Lourenço, adjunto de comando, foi o primeiro elemento do comando a chegar ao local, cerca de 15 minutos depois do alerta. "Quando chegámos, não sabíamos do outro acidente. O nevoeiro era muito denso, não se via nada", relatou ao PÚBLICO. Foi apenas quando os meios que tinham sido activados a partir de Viseu demoravam a chegar ao local que Fernando Lourenço foi informado do segundo acidente. Da mesma maneira que o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro, que coordenou as operações. Apesar da complexidade do cenário, os intervenientes aplaudem a rapidez e a coordenação dos meios. "Os primeiros bombeiros chegaram em 15 minutos e passados 35 minutos tínhamos no terreno quase todo o dispositivo, ou seja, cerca de 200 pessoas entre bombeiros, GNR e INEM", resume o comandante distrital, António Machado. O segredo? "O teatro de operações estava bem organizado, foi montado um posto de comando conjunto, as comunicações funcionaram bem e a retaguarda no CDOS foi eficaz", diz. O major Couto, da GNR de Aveiro, também realça a rapidez dos meios. Quanto ao local, diz que ao longo deste quilómetro da A25 o ano passado se registaram três acidentes, todos apenas com danos materiais. A Ascendi, concessionária da via, considera que a sinalização é "adequada" e não vê necessidade de tomar medidas.
REFERÊNCIAS:
Entidades GNR