Cancro: Certos sintomas devem ser valorizados na despistagem da doença
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.214
DATA: 2010-08-28
SUMÁRIO: O presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, Jorge Espírito Santo, considera que há sintomas que devem ser valorizados na despistagem de um cancro e levar uma pessoa ao médico.
TEXTO: Ontem, a revista britânica British Journal of General Practice publicou um estudo que identifica os oito sintomas mais frequentemente associados ao cancro: sangue na urina e no recto, anemia, nódulos nas mamas, tosse acompanhada de sangue, dificuldade em engolir, sangue vaginal após a menopausa e resultados anómalos nos exames da próstata. Segundo a investigação, em certos grupos etários estes sintomas ajudam a prever, de forma certeira, a presença de um tumor, pelo que o paciente deverá ser encaminhado para um especialista. Num comentário à agência Lusa, o presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, Jorge Espírito Santo, disse que se trata de “sinais de alerta” que os clínicos “valorizam muito”, sem que isso signifique que, na presença deles, uma pessoa tenha necessariamente cancro. “A leitura desses sintomas não pode ser directa porque nem todos os doentes que têm hemorragias pelo recto têm um cancro no intestino, nem todos os doentes com perda de sangue na expectoração têm que ter cancro do pulmão, nem todos os doentes que têm uma perda de sangue vaginal têm tumores no colo do útero”, exemplificou. “São sinais de alerta que valorizamos muito”, insistiu, acrescentando que “as pessoas que têm esses sintomas devem ir rapidamente ao médico avaliá-los”. Jorge Espírito Santo ressalvou que, no caso do cancro da próstata, é rastreado especificamente através de uma análise ao sangue em que se avalia o marcador Antígeno Prostático Específico (substância produzida pela próstata). Os cientistas britânicos procuravam sintomas que indicassem a presença de um cancro em pelo menos um em cada 20 casos. Para elaborarem a lista dos oito sintomas, os investigadores cruzaram os dados de 25 estudos anteriores que lhes permitiram concluir que em caso de pessoas menores de 55 anos apenas dois deles - resultados anómalos de exames da próstata e nódulos mamários - indicavam um risco de cinco por cento de cancro. Depois dos 55 anos, ainda que só relativamente aos homens, a dificuldade em engolir seria significativa para um cancro no esófago, enquanto a presença de sangue na urina se torna num sintoma especial de preocupação entre homens e mulheres a partir dos 60 anos.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homens estudo mulheres