Provados crimes praticados pelos sete arguidos
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-03
SUMÁRIO: Todos os arguidos do processo Casa Pia podem vir a ser condenados hoje, dado que o tribunal já considerou provado que cometeram ou favoreceram abusos sexuais com ex-alunos da instituição. O tribunal deu 19 crimes como provados, até ao momento.
TEXTO: A leitura do acórdão está agora a prosseguir com a sua fundamentação, que se deve prolongar durante a tarde. Às 13h20 a sessão foi interrompida para almoço, sendo retomada às 14h30, altura em que será lida a fundamentação do processo principal, prevendo-se que esta demore duas horas. O tribunal considerou como provados actos sexuais praticados por Carlos Silvino, Manuel Abrantes, Jorge Ritto, Carlos Cruz, Ferreira Diniz e Hugo Marçal com menores da Casa Pia. Os juízes deram também como provado que Gertrudes Nunes tinha conhecimento que a sua casa de Elvas era utilizada para a prática dos abusos. Os juízes – que se alternam na leitura da sentença – mencionaram em diferentes momentos que os arguidos praticaram os actos de forma voluntária e consciente, sabendo que a sua conduta era ilegal. A Carlos Silvino são atribuídos vários abusos de menores, na garagem da Casa Pia, em colónias de férias e no “barracão” onde o arguido vivia, entre outros locais. O tribunal deu também como provado que Silvino abusou dos três menores que o acusam no processo apenso, entre os quais "Joel", cujas queixas motivaram a abertura da investigação. Quanto a Carlos Cruz, foram dados como provados abusos cometidos na casa das Forças Armadas com um menor com idade inferior a 14 anos. O tribunal considerou também provados os abusos praticados pelo ex-apresentador na Casa de Elvas, com um menor de 16 anos, que recebeu cinco mil escudos. Em vários outros episódios, os juízes mencionaram que os arguidos pagaram aos menores. Em relação ao arguido Hugo Marçal, que está pronunciado por lenocínio (fomento à prostituição com fins lucrativos), o tribunal considerou provado que este providenciou uma casa em Elvas, pedida à arguida Gertrudes Nunes. Relativamente aos restantes arguidos, o embaixador Jorge Ritto e o médico Ferreira Diniz, os juízes deram também como provados abusos em diversos locais, como numa vivenda no Restelo e numa casa na Alameda Afonso Henriques. Acórdão na íntegra será distribuído até quarta-feiraA juíza Ana Peres disse, na abertura da sessão, que não seria feita uma leitura integral dos factos, mas uma síntese. Até quarta-feira, será distribuído o acórdão completo em suporte digital, disse a juíza. Advogados, réus e jornalistas começaram a entrar no tribunal, no Campus de Justiça, em Lisboa, às 09h00. Vítimas, familiares e público em geral também estão na sala de audiências. As jovens vítimas ocupam uma fila da sala de audiências, atrás dos advogados. Prevista para as 09h30, a leitura do acórdão começou às 10h49. Num primeiro intervalo da sessão, Carlos Cruz não fez comentários, dizendo que daria uma conferência de imprensa marcada para as 17h00, depois da leitura da sentença. José Maria Martins, um dos advogados de Carlos Silvino, só chegou ao tribunal por volta das 13h00, para se juntar ao outro causídico do arguido. José Maria Martins criticou a forma de actuação de Carlos Cruz, dizendo que ele é "uma espécie de Virgem Maria" e que cria confusão na opinião pública. E acrescentou: "Parece que está numa festa. Isto [o caso Casa Pia] é grave e merece contenção. " Depois, lembrou que, desde o início, a defesa de Carlos Silvino afirmou que todos os arguidos são culpados. Notícia actualizada às 13h19
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave tribunal prostituição espécie ilegal