Repatriamento dos corpos das vítimas do acidente em Marrocos ainda sem data
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 5 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-09
SUMÁRIO: Todas as vítimas mortais - oito mulheres e um homem - são portuguesas e estão identificadas. Alguns feridos graves permanecem internados num hospital marroquino.
TEXTO: O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, chegou ontem à noite a Marrocos, juntamente com um médico português, para acompanhar o processo de repatriamento dos nove portugueses que morreram no despiste de um autocarro, a poucos quilómetros de Ceuta. Ao final da tarde, as vítimas mortais - oito mulheres e um homem - estavam todas identificadas, segundo fonte do gabinete de António Braga. Que não conseguiu, contudo, adiantar quando será feito o repatriamento dos corpos. "As autoridades marroquinas têm sido extremamente colaborantes, mas há autópsias para fazer. . . ". Foi o mais grave acidente de viação envolvendo portugueses no estrangeiro dos últimos anos. Do lado da Classic International Cruises - a empresa turística portuguesa que operava o paquete Funchal de onde provinham os 44 turistas portugueses que seguiam no autocarro acidentado - também não havia certezas. "Esperamos que o repatriamento não se prolongue por muitos dias, mas os cadáveres estão espalhados por diferentes hospitais e, dependendo da cidade em que estão, o regresso poderá ter que ser feito de carro ou de avião. . . ", hesitava Nuno Fonseca, director de marketing da operadora turística, em declarações prestadas ao final da tarde, numa altura em que a agência EFE noticiava que o rei de Marrocos, Mohammed VI, decidiu assumir pessoalmente os custos médicos e do repatriamento das vítimas. 33 feridos de regressoAo final da tarde, 33 dos 36 feridos já tinham recebido alta hospitalar, adiantou ao PÚBLICO Nuno Fonseca, segundo o qual os restantes três feridos continuavam internados no hospital de M"diq, a dez quilómetros de Ceuta. "Estão em estado conside- rado grave e sem condições para via- jar", precisou, garantindo que os outros feridos embarcaram no paquete, cuja chegada a Lisboa deverá ocorrer pelas 15h00 de hoje, no cais de Alcântara. Mas também aqui as informações são contraditórias: nos telejornais, algumas estações de televisão adiantaram que 19 dos feridos portugueses continuavam ontem à noite hospitalizados. As vítimas deste acidente eram todas passageiros do paquete Funchal e seguiam numa excursão chamada Cruzeiro do Fado, que começou no domingo, em Lisboa, tendo passado por Gibraltar, Málaga e Ceuta, onde atracou ontem de madrugada. Daí deveria regressar a Lisboa, não sem antes os 480 passageiros (quase todos portugueses, mas também espanhóis e ingleses) participarem numa excursão com destino a Tétuan, uma localidade marroquina a cerca de 40 quilómetros de Ceuta. Os cinco autocarros saíram do porto em caravana por volta das 6h30 locais (7h30em Lisboa). Um quarto de hora depois, a sete quilómetros da fronteira com Ceuta, e já em território marroquino, o autocarro que seguia na frente despistou-se e caiu numa valeta. A bordo seguiam 44 turistas portugueses e um guia marroquino, além do motorista, que era simultaneamente proprietário da empresa que detinha o autocarro, a Abyla Tour SL. "Trata-se de uma empresa certificada que já opera há 25 anos. Cumprem as normas de segurança. Infelizmente, os acidentes acontecem", asseverou ao PÚBLICO Nuno Fonseca. Chuva, óleo e. . . velocidadeAs testemunhas que seguiam nos autocarros atribuíram o acidente à existência de óleo na estrada, ao nevoeiro cerrado e a uma chuva fina que caía àquela hora. Foi também nesse sentido a explicação dada pelo secre- tário de Estado à SIC, segundo o qual uma chuva repentina fez com que o motorista perdesse o controlo do veí-culo. O jornalista espanhol Antonio Gomez, do diário El Pueblo, de Ceuta, acrescentou à Renascença que o excesso de velocidade em piso molhado terá contribuído para o acidente.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave homem mulheres