Passos Coelho pede abordagem cautelosa sobre expulsão de ciganos e defende Durão
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DATA: 2010-09-17
SUMÁRIO: O presidente do PSD disse ontem, em Bruxelas, que a questão da expulsão de ciganos de França deve ser tratada “com muito cuidado”, evitando a via populista, e defendeu a posição do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Segundo Pedro Passos Coelho, o assunto não deve "ser radicalizado" e não é "um problema de racismo".
TEXTO: “Eu creio que este problema, que surgiu em França, deve ser visto com muito cuidado no espaço europeu, porque é uma questão que se presta às reacções mais populistas e mais primárias, que devem ser evitadas”, disse. Afirmando-se convicto de que “não se trata de um problema de racismo” e esperando “que ele nunca seja encarado como tal”, o líder dos sociais-democratas apelou a que não haja “nenhuma precipitação, mesmo na linguagem, transformando um problema, que é um problema real em França, num problema étnico ou num problema de xenofobia ou de racismo”. Passos Coelho falava à saída de uma reunião do Partido Popular Europeu (PPE), preparatória da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), que se celebra hoje, em Bruxelas, e que deverá ser marcada pela questão dos ciganos, com a França a querer responder às duras críticas tecidas na segunda-feira pela comissária europeia para a Justiça e Direitos Fundamentais, Viviane Reding. Para Passos Coelho, “a Comissão actuou dentro daquilo que é a sua competência”, pois “a Comissão não pode deixar de actuar quando pode estar em causa a livre circulação dentro da UE” e “aqueles cidadãos são cidadãos europeus que têm, portanto, direito a circular livremente dentro do espaço europeu”, pelo que “é natural que a Comissão tenha pedido indicações mais precisas ao governo francês sobre o que se está a passar”. Papel "apaziguador"Questionado sobre se Durão Barroso terá saído fragilizado do conflito entre Bruxelas e Paris – as palavras da comissária Reding, por ocasião do anúncio de um procedimento de infracção contra a França, foram muito mal acolhidas no Eliseu -, o líder do PSD disse acreditar que não, elogiando mesmo o papel apaziguador do presidente da Comissão Europeia. “Julgo até que a posição que o presidente da Comissão tomou mais recentemente, já depois de a senhora comissária se ter pronunciado, é uma posição de precaução, que põe alguma água na fervura e que traz novamente este assunto para onde ele deve ser tratado, quer dizer, sem ser aos gritos na praça pública”, declarou. Considerando que a Comissão pode ter um papel de mediação “útil”, Pedro Passos Coelho defendeu, todavia, que o problema dos ciganos, “que não está localizado apenas em França”, deve ser tratado de preferência “em íntima cooperação com o governo romeno”. “E enquanto puderem existirem avanços e bons resultados bilaterais entre os países onde estes problemas ocorrem e a Roménia, eu julgo que nós estaremos mais próximos de uma solução satisfatória, do que trazendo o assunto para uma escala mais europeia e obtendo uma radicalização que não ajuda à resolução deste problema”, disse.
REFERÊNCIAS: