Cardeal diz que expansão do islão é uma questão "sensível"
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.1
DATA: 2010-09-18
SUMÁRIO: O crescimento do islão em África é uma questão "sensível", considera o cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, do Vaticano, desde o ano passado, e que esta semana participou em Fátima na Semana de Pastoral Social. Muitos muçulmanos "acham que têm um sistema perfeito, que não precisam de dialogar", disse o cardeal, respondendo a uma pergunta do PÚBLICO sobre os seus eventuais receios acerca do crescimento do islão.
TEXTO: Natural do Gana, onde nasceu em 1948, o cardeal Turkson diz que tem essa experiência pessoal em estruturas em que participa. "Pertenço a vários grupos de diálogo com muçulmanos; se os convidamos, eles vêm, mas acham que não levam nada de novo para a sua religião. "Peter Turkson verifica que "o islão está a crescer em todo o lado, não só em África". No continente africano, há "dois cenários", dependendo se o islão é minoritário ou maioritário. "Onde é minoria, não é fácil. Quando é maioria, é duro. Quando é metade, como na Nigéria, toda a gente quer estar como a maioria. Queremos confiar que podemos dialogar, mas depende do outro lado. " Na última semana, de passagem pela Áustria, o cardeal verificou que há várias mesquitas a ser construídas. "É o mesmo na França, na Holanda, na Inglaterra". Mas a Europa "não está a tomar a sério o factor demográfico", ao contrário dos muçulmanos. O Sudão é o exemplo da atitude expansionista de alguns, diz. "Os muçulmanos que ali vivem acham que o islão deve ser a religião de África e tentam alargar [a sua influência] a toda a África. Naturalmente, os cristãos não querem que assim aconteça e esperam que o islão esteja sempre aberto ao diálogo. "Sobre o referendo no Sudão, previsto para o início de 2011, o cardeal diz que "é difícil" fazer previsões. "A intenção do Governo de Cartum é clara", no sentido de impor um domínio "árabe e islâmico". "Se falar com pessoas do Sul do Sudão, querem ser independentes. Mas, a um certo ponto, a religião torna-se uma questão de recursos. E a questão do Darfur é também uma questão de petróleo. "O cardeal Turkson relativiza o número de conflitos em África - "há 54 países e conflitos em meia dúzia" - e diz que eles são de diferentes tipos: "Tribais ou étnicos como no Ruanda, religiosos como no Sudão, ou de recursos, como na Nigéria. O mais básico é o étnico. Quando estamos na Igreja, o nosso ser cristão tem que ultrapassar a nossa pertença étnica. Se não, não somos cristãos. "
REFERÊNCIAS:
Étnia Africano