Lince que esteve em Portugal no início do ano foi encontrado morto em Doñana
MINORIA(S): Animais Pontuação: 12 | Sentimento -0.2
DATA: 2010-09-19
SUMÁRIO: Caribú, o lince-ibérico de cinco anos que em Janeiro passou a fronteira espanhola e esteve em Moura-Barrancos, foi ontem encontrado morto perto do Parque Nacional de Doñana. Esta época de reprodução em cativeiro saldou-se em nove crias.
TEXTO: O cadáver do animal foi localizado ontem de manhã, informaram os técnicos da Consejería de Meio Ambiente da Andaluzia à Europa Press. Caribú era originário da Serra Morena que, com Doñana, representa uma das duas únicas zonas com populações viáveis de lince-ibérico do planeta. Em Dezembro de 2008 foi um dos linces transferidos da Serra Morena para reforçar a população de Doñana. Graças a um emissor de GPS colocado no animal, os técnicos descobriram que Caribú fazia grandes deslocações para Norte. “Os seus movimentos proporcionaram muita e valiosa informação sobre os processos de dispersão deste felino, utilizada para a planificação das reintroduções” que o Governo espanhol tem realizado desde o final de 2009, segundo a informação disponibilizada nessa altura no site do projecto Life Lince da Junta da Andalucia. A 27 de Janeiro, as autoridades espanholas contactaram o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), comunicando que o lince tinha entrado em território português, na zona de Moura-Barrancos, onde ficou durante três dias. Foi uma confirmação rara de que animais desta espécie ameaçada de extinção atravessam a fronteira. A zona onde esteve Caribú, Moura-Barrancos, junto à fronteira com a Extremadura espanhola, é uma das zonas de Portugal seleccionadas para a reintrodução de lince-ibérico, estando no terreno programas de gestão do habitat. A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) terminou a 31 de Dezembro de 2009 um projecto onde, durante três anos, procurou recuperar e conservar os habitats favoráveis à presença de lince em Moura-Barrancos. A LPN considera os resultados “bastante satisfatórios”, com a participação na gestão de cerca de 7700 hectares, colaborando com sete proprietários e gestores públicos e privados daquela região. Época de reprodução de 2010 “trouxe” nove crias de linceEste ano, o programa ibérico de reprodução em cativeiro do lince-ibérico conseguiu nove crias nos centros espanhóis, todos no centro de La Olivilla, em Jaén, Andaluzia. Segundo o Programa de Conservação Ex-Situ do Lince-Ibérico sobreviveram cinco machos (Granito, Gitano, Génesis, Geo e Gamma) e quatro fêmeas (Galena, Grazalema, Granadilla e Guara). No centro de Silves nasceram duas crias mas ambas acabaram por morrer em Abril. As autoridades reconhecem que este ano teve, “sem dúvida, a época reprodutora mais difícil para o programa de criação em cativeiro” desde que começou, em 2003. O cenário explica-se pela doença renal crónica que atingiu uma elevada percentagem dos linces em cativeiro, pela baixa taxa de reprodução e pela reestruturação organizacional do programa. De momento, são 78 os linces nos centros de reprodução, 46 dos quais nascidos em cativeiro. Este ano, Espanha começou a reintroduzir linces na natureza, depois de anos de preparação. No entanto, alguns dos animais têm aparecido mortos. O último foi o Fado, macho com um ano de idade, cujo cadáver foi encontrado numa zona de difícil acesso perto do rio Jándula, na Serra Morena, revelaram as autoridades a 13 deste mês. Para conhecer as causas da morte, o cadáver do animal foi enviado para o Centro de Análises e Diagnósticos de Málaga, através de uma necropsia. Desde o início deste ano, este é já o quarto lince encontrado morto na Serra Morena. Romero foi encontrado em Abril em Andújar, um mês depois foi a vez da Furtiva na serra de Jaén. Em Julho, os técnicos da Consejería de Andaluzia localizaram o cadáver de uma outra fêmea. Além deste quatro linces, as autoridades revelaram a morte, em Agosto, de Cascabel, fêmea de quatro anos que tinha sido reintroduzida na zona de Guadalmellato. O animal morreu vítima de doença renal crónica.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave morte doença espécie extinção morto animal cativeiro