Suecos manifestam-se contra a entrada da extrema-direita no Parlamento
MINORIA(S): Migrantes Pontuação: 6 Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.080
DATA: 2010-09-21
SUMÁRIO: A entrada no Parlamento sueco de um partido de extrema-direita levou milhares de pessoas às ruas de Estocolmo, em sinal de protesto.
TEXTO: À volta do slogan “Esmaguem os racistas”, e palavras de ordem como “Somos pela diferença” e “Sim à vida em conjunto, não ao racismo!”, cerca de seis mil suecos respondiam às posições anti-imigração do Democratas da Suécia (SD), segundo os números da polícia. No domingo, o partido de extrema-direita de Jimmie Akesson conseguiu eleger 20 deputados, inviabilizando uma maioria da coligação de centro-direita e arrastando o país para um cenário de incerteza política. A manifestação foi lançada através do Facebook por Felicia Margineanu, uma jovem de 17 anos de Sollentuna, a norte da capital, segundo o site do jornal “Expressen”. Na segunda-feira à noite, uma outra manifestação já tinha reunido em Gotemburgo (a segunda cidade sueca, no Sudoeste do país) quase mil pessoas. “É muito importante mostrar que a grande maioria da população sueca está contra os extremistas de direita do SD. Foi um choque [ver] todos aqueles votos para eles”, comentou à agência francesa Per Branevig, de 33 anos, um sul-coreano adoptado e simpatizante do Partido Social-Democrata – que sofreu a sua pior derrota de sempre. “Sou muçulmano, não entre em pânico”, lê-se na T-shirt de Younes Sedik, de 18 anos, cujos pais vieram de Marrocos. “Ao estarmos aqui mostramos ao Governo que não os queremos no Parlamento”, ao contrário dos 5, 8 por cento dos eleitores que votaram neles. “Com esta eleição será mais difícil para nós que viemos do estrangeiro encontrar trabalho, ir à escola. ”O primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt, que espera ainda poder convencer o partido dos Verdes (aliado dos social-democratas) a juntar-se à sua coligação (que se ficou pelos 49, 3 por cento), afirmou ontem que conta anunciar a composição do novo Governo antes do dia 4 de Outubro. O SD fez uma campanha assente no descontentamento com os imigrantes (14 por cento da população). Mas para alguns analistas ouvidas pela AFP, o voto no partido foi mais uma manifestação anti-partidos políticos tradicionais, “e sobretudo um descontentamento com os social-democratas que os eleitores não conseguiram expressar de outro modo”, refere Aake Hammarstedt, presidente social-democrata de Bromölla.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave escola imigração racismo social pânico