Sócrates em campanha na ONU
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-25
SUMÁRIO: Ontem foi dia de encontros bilaterais para promover Portugal como "a melhor de todas as candidaturas". Brasil é aposta para membro permanente.
TEXTO: O primeiro-ministro, José Sócrates, tem "muita confiança" de que Portugal está bem posicionado para conquistar um lugar como membro não-permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, apesar de concorrer com dois pesos-pesados, Canadá e Alemanha. São três candidatos para dois lugares, e um deles será eliminado na votação marcada para 12 de Outubro. Falando ontem aos jornalistas portugueses pela primeira vez desde que chegou a Nova Iorque para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, onde discursará hoje, José Sócrates explicava que a sua presença "ainda é mais importante" devido à candidatura de Portugal a um lugar no Conselho de Segurança. Ontem o primeiro-ministro esteve literalmente em campanha na sede da ONU, seguindo uma intensa agenda de encontros bilaterais para promover a candidatura portuguesa como "a melhor de todas as candidaturas". "Portugal tem uma posição na política internacional que favorece o diálogo, que acredita nas Nações Unidas, que acredita na participação dos outros países e não apenas no directório de alguns países", disse Sócrates aos jornalistas. "Tenho a certeza que obteremos muitos apoios que resultarão dessa simpatia natural, do papel facilitador que a diplomacia portuguesa sempre teve, no diálogo quer com África, quer com Ásia, quer com o Ocidente. "De manhã, Sócrates encontrou-se com chefes de Estado e de governo do Gabão, Sri Lanka, São Vicente e Granadinas - o voto de uma pequena ilha das Antilhas conta tanto quanto o de qualquer outro país-membro da NATO. Portugal sabe, por exemplo, que pode contar com o Brasil, e ontem o primeiro-ministro português mostrou que o Brasil pode contar com Portugal na sua ambição de vir a tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança. "Somos a favor de uma nova representatividade nas Nações Unidas. As Nações Unidas têm de compreender que o mundo mudou aceleradamente nos últimos dez anos. Quanto mais tempo perdermos não oferecendo às Nações Unidas essa nova representatividade, menos legitimidade política será reconhecida às suas instituições. Apoiamos muito o Brasil, que é hoje uma das potências económicas e políticas da qual mais se espera. "José Sócrates também se mostrou optimista em relação aos apoios africanos. "Fomos o país que conseguiu fazer uma cimeira entre a União Africana e a União Europeia [em 2007], coisa que não se fazia há muitos anos. Isso gerou-nos naturalmente um prestígio na nossa relação com África. "Entre os pontos fortes da candidatura portuguesa, José Sócrates apontou "uma política externa muito aberta", "um grande relacionamento com todos os continentes, com todas as áreas políticas". O primeiro-ministro não quis antecipar o tema do discurso que irá apresentar hoje na Assembleia Geral das Nações Unidas, antes de voltar a Lisboa.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU NATO