Alemanha recusa-se a prolongar ajuda aos países em dificuldade
MINORIA(S): Ciganos Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-09-28
SUMÁRIO: A Alemanha não vai apoiar qualquer prolongamento das ajudas aos países em dificuldades e pressionou hoje a União Europeia a definir rapidamente as sanções a aplicar aos Estados-membros indisciplinados.
TEXTO: No final da reunião do Conselho Europeu, que hoje decorreu em Bruxelas, Angela Merkel disse aos jornalistas que deixou uma mensagem clara aos chefes de Governo dos 27: “Primeiro, a Alemanha não vai apoiar uma extensão das actuais ajudas [aos países em dificuldades]. Segundo, temos de trabalhar arduamente para definir as sanções e as lições a tirar desta crise”. A chanceler alemão exigiu um mecanismo permanente para combater a crise e substituir o pacote actual. A discussão sobre as sanções contra países indisciplinados no plano orçamental era para ter dominado a reunião do Conselho Europeu, mas acabou por ser suplantada pelo intenso debate sobre a expulsão de ciganos em França. O grupo de trabalho liderado por Herman Van Rompuy vai apresentar o relatório final em Outubro com todas as medidas de governação económica da União Europeia. Os países do sul e do leste da Europa contestaram os cortes às ajudas comunitárias. O pacto de estabilidade já prevê actualmente a aplicação de multas até 0, 5 por cento do PIB dos estados indisciplinados e a suspensão dos financiamentos do Fundo de Coesão, mas nenhuma destas duas medidas foi aplicada, sobretudo, porque precisam de passar pelo voto político dos ministros das finanças da EU. Há seis meses a Alemanha conseguiu garantir o reforço da governação do euro depois de ter aceite a ajuda europeia à Grécia e a criação do mecanismo de apoio aos países, nomeadamente através de empréstimos no valor total de 750 mil milhões de euros. Para criar este mecanismo também foi exigido a Portugal e Espanha que acelerassem a consolidação orçamental para tranquilizar os mercados financeiros. Revisão de tratados necessária para fazer face às exigências da AlemanhaOntem, segundo a Bloomberg, Angela Merkel defendeu que os estados membros que não cumpram os planos orçamentais não devem ter direito de voto, sugestão que mereceu forte oposição. “É preciso trabalhar mais. Continuamos a trabalhar nas sanções financeiras e não financeiras, tendo em conta alguns aspectos legais, constitucionais, práticos e políticos”, disse o presidente do Conselho Europeu Herman Van Rompuy. Rompuy afirmou mesmo que há a “hipótese real” de ser preciso rever os tratados europeus, na sequência das negociações que se seguem sobre o pedido da Alemanha de um mecanismo permanente de ajuda. Também em Bruxelas, José Sócrates saudou a aprovação do Semestre Europeu, classificando-o como um “passo significativo” no reforço da coordenação económica. Segundo a Lusa, o primeiro-ministro disse ainda que o debate que tem havido em Portugal sobre o visto prévio aos orçamentos nacionais é um equívoco. O semestre servirá para concertar objectivos que estimulem o crescimento económico na Europa.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave ajuda