Prémios IgNobel: dizer palavrões alivia a dor e demais ciência improvável
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.31
DATA: 2010-10-02
SUMÁRIO: Quem nunca passou por isto? Uma martelada mal dada, e é o dedo que fica amassado, em vez do prego — o palavrão que sai da boca parece que alivia a dor. Pois alivia, sim senhor, diz Richard Stephens num brilhante artigo científico, galardoado com o IgNobel da Paz deste ano.
TEXTO: A edição de 2010 dos prémios que distinguem a ciência mais divertida e inacreditável, atribuídos pela revista de humor científico Annals of Improbable Research é, como de costume, surpreendente. Stephens, professor de psicologia da Universidade de Keele, no Reino Unido, tem estudado os efeitos sobre a capacidade cognitiva de coisas tão variadas como a ressaca, o mercúrio do chumbo nos dentes e os telemóveis. Quanto ao estudo que ganhou o IgNobel, disse ao Guardian, teve a ideia de o fazer depois de ter dado uma martelada no dedo. Aparentemente, dizer palavrões só não alivia “homens com tendência para catastrofizar”. O rol de vencedores tem muito mais coisas interessantes. Por exemplo, o IgNobel da Física: vai para a equipa de Lianne Parkin, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, que demonstrou cientificamente que para evitar escorregar e cair no Inverno, quando há gelo no chão, o melhor é calçar as peúgas por fora das botas. “Usar as meias por fora dos sapatos parece ser um método eficiente e barato de reduzir a probabilidade de escorregar em caminhos com gelo”, escreve, num artigo publicado no The New Zealand Medical Journal, em Julho de 2009. Os cientistas que lidam com animais têm sempre boas ideias. Por exemplo, o igNobel da Engenharia vai para Karina Acevedo-Whitehouse, do Instituto de Zoologia de Londres, por desenvolver uma maneira de colocar pratinhos de laboratório por baixo de pequenos helicópteros telecomandados, para recolher amostras dos jactos das baleias — para verificar se têm parasitas. E o IgNobel da Biologia vai para Gareth Jones, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e para os seus colaboradores na China, que provaram que as fêmeas de morcego da fruta que fazem sexo oral aos machos conseguem que estes copulem durante mais tempo. Foi o primeiro caso documentado de fellatio por animais adultos para além dos humanos.
REFERÊNCIAS: