FMI dá novos passos para reforçar poderes de supervisão e controlo das economias
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DATA: 2010-10-10
SUMÁRIO: O comité que representa os 187 membros do FMI quer garantir que a retoma em curso não é ameaça.
TEXTO: A necessidade de recuperar do desastre financeiro desencadeado em 2007, e que se alastrou dos EUA ao resto do mundo, tem aberto brechas na ideia de combate colectivo, visíveis em questões como algumas políticas cambiais unilaterais. Ontem, veio uma nova tentativa de unidade a partir do FMI, que realiza a sua assembleia anual em Washington. Através de um comunicado, o Comité Monetário e Financeiro Internacional (CMFI, que define as grandes estratégias deste organismo em nome dos seus 187 membros), reiterou a necessidade urgente de reforçar o papel do FMI na supervisão eficaz da economia mundial. Os alvos deixaram de ser apenas as políticas cambiais e comerciais, com destaque para a moeda chinesa, que os EUA e a Europa acusam de estar subavaliada. No comunicado, refere-se que é necessário olhar para as grandes economias dos países mais desenvolvidos, e controlar a existência de vulnerabilidades camufladas. Uma mensagem que tem sido passada pela China, que assim deixa de estar só no centro das atenções. Horas antes do comunicado do CMFI, o secretário de Estado do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, defendeu que o FMI tinha de reforçar a sua vigilância sobre as políticas cambiais e as estratégias de acumulação de reservas de moedas estrangeiras. Não falou directamente da China, mas é óbvio que esta era o seu alvo. E, no comunicado do CMFI, lê-se que as questões monetárias e cambiais são críticas para a economia mundial, pelo que o FMI deve aprofundar as suas competências nestas matérias, nomeadamente através da realização de estudos aprofundados que sirvam para avaliar os reais impactos das políticas dos principais países. No fundo, o que parece ter saído do encontro do FMI foi, como escreveu a AFP, um "acordo tímido" entre as principais economias do planeta. Isto quando falta cerca de um mês para o encontro do G20 em Seoul, na Coreia do Sul, e numa altura em que se discute uma maior intervenção dos países emergentes no próprio FMI. Depois de ter ficado estabelecido que países como a China deviam ter mais poderes no seio deste organismo internacional, o certo é que ainda não se definiu como é que isso será feito. Na sequência da intervenção de Geithner, fica a ideia de que irão ser exigidas responsabilidades em troca da partilha do poder, como a China deixar a sua moeda flutuar um pouco mais ao sabor dos mercados. As autoridades chineses têm mostrado pouca vontade de dar passos nesse sentido, ou, pelo menos, de actuar à velocidade exigida pelas economias ocidentais. Para a China, a recente subida do yuan contra o dólar, em cerca de dois por cento, parece ser suficiente, e já sublinhou que nunca irá fazer uma "terapia de choque" na moeda. E os receios e pressões dos EUA e da Europa não parecem preocupar muito as autoridades chinesas. "A questão [cambial] tenderá a deixar de ser importante à medida que a recuperação económica for tomando forma", afirmou na sexta-feira o governador do banco central chinês, Zhou Xiaochuan.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA FMI