Fotógrafo de origem portuguesa gravemente ferido por mina no Afeganistão
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento -0.33
DATA: 2010-10-23
SUMÁRIO: O fotógrafo português João Silva, de 44 anos, ao serviço do jornal “The New York Times”, foi hoje gravemente ferido quando pisou uma mina durante uma patrulha com tropas norte-americanas no Sul do Afeganistão.
TEXTO: João Silva, nascido em Lisboa a 9 de Agosto de 1966, ficou ferido nas pernas quando percorria uma área perto da cidade de Arghandab, contou o seu jornal. Aquele destacado profissional foi retirado do local e levado para a base aérea de Kandahar, que serve tanto tropas dos Estados Unidos como da NATO. É aí que está a receber assistência médica. Nenhum soldado norte-americano foi ferido na explosão, mas três sofreram o impacto da mesma. Um grupo de sapadores e de cães tinha já passado pela zona alguns passos à frente de João Silva quando a bomba deflagrou. Engenhos de fabrico rudimentar e minas contribuem para as frequentes baixas entre as tropas estrangeiras destacadas no Afeganistão. Mais do que qualquer outro tipo de armamento. Muitas das bombas são feitas com uma pequena quantidade de metal e por isso mesmo extremamente difíceis de detectar. João Silva e um repórter do “New York Times” viajavam com uma unidade da Divisão Aerotransportada 101. Os soldados norte-americanos andavam em missão a expulsar os rebeldes taliban de Arghandab e dos campos em redor, desde há semanas, no âmbito de um grande esforço para garantir a segurança de todo o território próximo de Kandahar. Silva tem fotografado guerras no Afeganistão, Iraque, África Austral, Balcãs e Médio Oriente. E tem ganho muitos prémios pelo seu trabalho, incluindo o The Worl Press Photo. É autor, juntamente com Greg Marinovich, de “The Bang-Bang Club”, crónica de um grupo de quatro fotógrafos que na década de 1990 cobriram a violência na África do Sul. Os outros dois eram Kevin Carter e Ken Oosterbroek. “João é o repórter de guerra por excelência, destemido mas cuidadoso, com uma visão surpreendente”, comentou Bill Keller, director executivo do “The New York Times”. “Estamos todos a aguardar ansiosamente e a rezar pela sua rápida recuperação”. João Silva, que apesar de nascido em Portugal viveu a partir de dada altura na África do Sul, depois de uma passagem por Moçambique, começou a trabalhar como fotógrafo no “Albert Record”, de Joanesburgo, e a cobrir a violência em Thokoza, nos arredores da cidade. Depois começou a exercer a profissão como freelancer e a fornecer o seu trabalho tanto para o jornal “The Star” como para a Reuters. A embaixada dos Estados Unidos em Lisboa lamentou profundamente “o acidente que hoje atingiu o fotógrafo de guerra de origem portuguesa João Silva” e prestou-lhe “uma sentida homenagem”, extensiva “a todos os repórteres e militares que diariamente prestam serviço em condições de teatro de guerra”. Notícia actualizada às 12h50
REFERÊNCIAS:
Entidades NATO