Escândalos financeiros fazem EUA cair dos 20 países menos corruptos do mundo
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 | Sentimento -0.26
DATA: 2010-10-26
SUMÁRIO: Os Estados Unidos perderam a sua posição histórica na liga dos vinte países menos corruptos, com um ano manchado pelos escândalos financeiros e questionáveis financiamentos político-partidários, avalia a Transparency Internacional no relatório anual sobre corrupção global.
TEXTO: Já à beira do abismo no ano passado (19ª posição do ranking) os norte-americanos acabaram relegados agora para o 22º lugar, com uma pontuação que variou de 7, 5 para 7, 1 – numa classificação de zero a dez, com o valor mais baixo a indicar o mais elevado índice de corrupção. Esta é a mais baixa avaliação dos Estados Unidos nos 15 anos em que é feita a lista da Transparency Internacional, com base em estudos de instituições independentes, e também a primeira vez que Washington fica fora dos 20 menos corruptos do mundo. “Não é corrupção no sentido de violação da lei. Mas sim no sentido de que o sistema está corrompido por estas práticas e de que há um défice de integridade”, precisou a directora da organização nos Estados Unidos, Nancy Boswell, exemplificando com as práticas de empréstimos da crise do subprime, os esquemas financeiros do caso Bernard Madoff e a sequência de suspeitas a propósito dos financiamentos políticos. “Tudo isto corroeu a confiança pública na ética” nos Estados Unidos, concluiu. A Somália foi julgado o país mais corrupto (1, 1 pontos), seguido pela Birmânia e Afeganistão (ambos 1, 4) e o Iraque (1, 5). E, no extremo oposto – dos menos corruptos – foram avaliados a Dinamarca, Nova Zelândia e Singapura (ex-aequo com 9, 3 pontos), repetindo as posições obtidos no ano passado. A listagem da TI, que tem sede em Berlim, revela que quase três quartos dos 178 países do mundo estudados no índice são vistos como muito corruptos. “Isto demonstra que são necessários muito maiores esforços para fortalecer a boa governação no mundo”, é sublinhado em comunicado da presidente da organização, Huguette Labelle, a qual alerta que “demasiadas pessoas pobres e vulneráveis continuam a sofrer as consequências [da corrupção]”. A TI nota ainda que alguns países, como o Butão, o Chile, Equador, Macedónia, Gâmbia, Haiti, Jamaic, Koweit e Qatar melhoraram as suas classificações em relação a 2009. Mas, por outro lado, a percepção de corrupção aumentou significativamente em países como a República Checa, Grécia. Hungria, Itália, Madagáscar – e Estados Unidos. Entre os 36 países industrializados que assinaram a convenção anti-corrupção da OCDE, nota ainda aquela organização que pelo menos 20 demonstram “pouco ou nenhum entusiasmo” em fazer respeitar a legislação.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei violação