Republicanos vão "fazer tudo" para travar Barack Obama
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-10-30
SUMÁRIO: Os republicanos precisam de conquistar 39 lugares aos democratas na Câmara dos Representantes nas eleições da próxima terça-feira para obter a maioria no Congresso americano, mas isso pode não ser suficiente para reclamar vitória.
TEXTO: As previsões têm adquirido um tom catastrofista: a imprensa fala num tsunami, Karl Rove, ex-conselheiro de George Bush, num "apocalipse democrata", e o líder do Partido Republicano, Michael Steele, numa "onda sem precedentes". Os democratas têm razões para ter medo, portanto, mas se os resultados não derem a maioria absoluta aos republicanos, isso pode ser lido como uma derrota para a oposição. Os republicanos têm razões para estar confiantes - as sondagens sorriem-lhes. Esta semana, o Cook Political Report, um barómetro independente e reputado pela sua credibilidade, anunciou que os republicanos deverão ganhar entre 48 a 60 lugares na Câmara dos Representantes. A conquista de uma maioria no Senado é possível, mas os indicadores são mais tímidos. Numa sondagem da Gallup divulgada quarta-feira, 55 por cento dos inquiridos disseram ser republicanos ou independentes com preferências republicanas, valor mais alto do que os resultados daquele partido nas últimas quatro eleições intercalares. Mas a sondagem mais desastrosa para os democratas é a do New York Times/CBS, segundo a qual segmentos do eleitorado tradicionalmente fiéis a este partido parecem estar a dar vantagem aos republicanos numas eleições que são um teste à actuação de Barack Obama nos dois primeiros anos da sua presidência. A sondagem mostra que o Partido Republicano lidera as preferências das mulheres em quatro por cento, quando há um mês os democratas tinham uma vantagem de sete por cento. Católicos, americanos com rendimentos mais baixos e independentes também favorecem os republicanos, ao contrário dos últimos ciclos eleitorais. Sinal de que a campanha de Obama pode não estar a ter o efeito desejado de convencer e mobilizar os grupos demográficos que o elegeram. Por último, a sondagem confirma que o eleitorado republicano está mais motivado para votar este ano: seis em cada dez republicanos contra quatro em dez democratas. Contra ObamaOs republicanos não quiseram esperar por terça-feira para mostrar a sua posição de força. Se há um slogan da campanha, ele é: Bloquear a agenda de Obama a todo o custo. "Vamos fazer tudo o que pudermos para matá-la, impedi-la, atrasá-la", disse esta semana John Boehner, congressista do Ohio que deverá ser o próximo speaker da Câmara dos Representantes se os republicanos obtiverem a maioria. "Esta não é uma altura para compromissos. Se o Presidente estiver disposto a trabalhar connosco, em termos dos nossos objectivos, o seu envolvimento será bem-vindo. " O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, resumiu à revista National Journal: "A coisa mais importante que nós queremos atingir é que o Presidente Obama não tenha mais do que um mandato na Casa Branca. "Uma maioria na Câmara dos Representantes dará aos republicanos o controlo da agenda legislativa. Não têm feito segredo das suas intenções de alterar, ou mesmo rejeitar, algumas das medidas mais significativas aprovadas este ano no Congresso, graças à maioria democrata nas duas câmaras. As reformas dos sistemas de saúde e financeiro são vistas como atentados à liberdade individual e é esperado que usem a sua maioria para as desafiar ou travar. Os analistas políticos consideram que a revogação total dessas reformas é impossível graças ao poder de veto do Presidente. Mas a nova lei do sistema de saúde, por exemplo, vai necessitar de fundos públicos - 100 mil milhões na próxima década -, o que requer a aprovação do Congresso. A estratégia republicana pode passar por travar esse investimento.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave lei medo mulheres