Expo 2010: arquitecto "satisfeito e honrado" com prémio para pavilhão de Portugal
MINORIA(S): Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento 0.5
DATA: 2010-10-31
SUMÁRIO: O arquitecto português Carlos Couto disse hoje à agência Lusa sentir-se "satisfeito e honrado" com o prémio de design e arquitectura atribuído hoje, em Xangai, ao pavilhão de Portugal na Expo 2010 pelo Bureau International des Exhibitions (BIE).
TEXTO: Portugal foi distinguido entre os 42 pavilhões alugados do certame, enquanto nos 40 pavilhões construídos de raiz pelos participantes ganharam o Reino Unido (mais de 4000 metros quadrados) e a Finlândia (entre 2000 e 4000 metros quadrados). Trata-se de um prémio que avalia a fachada e decoração exterior do pavilhão, o desenho arquitectónico, as técnicas de construção usadas e a sua relação com o tema da Expo2010, "Better City, Better Life" (Melhor Cidade, Melhor Qualidade). Portugal ficou em primeiro lugar no grupo que reunia os países com pavilhões construídos pelos organizadores e depois alugados ou construídos pelos participantes mas com áreas inferiores a 2000 metros quadrados. "É um prazer receber este prémio. Representa um reconhecimento, e sobretudo é importante pelo material utilizado na construção do pavilhão, que tem muito a ver com Portugal", comentou o arquitecto sobre o edifício inteiramente revestido de cortiça. Carlos Couto - que liderou uma equipa de 12 pessoas, quase a totalidade do próprio atelier - disse ainda que este foi o projecto que mais prazer lhe deu nos últimos 20 anos. "É raro ter a possibilidade de fazer um pavilhão neste género, e, por outro lado, é fabuloso o número de visitantes que esta Expo teve. Tem a ver com o facto de ter decorrido na China", avaliou, referindo-se ao facto de o certame, que encerra domingo, ter recebido mais de 72 milhões de visitantes. Desde a abertura do certame, a 1 de Maio, o pavilhão de Portugal foi visitado por quase cinco milhões de pessoas, um recorde na história da participação portuguesa em exposições universais. O arquitecto salientou ainda que a escolha da cortiça "foi uma boa aposta para divulgar este material pouco conhecido na região". A cortiça suscitou grande curiosidade sobretudo nos visitantes chineses, que tocavam e cheiravam o material e chegavam a retirar pedaços de cortiça dos painéis que revestiam o pavilhão, indicou Carlos Couto. "Tivemos que substituir painéis várias vezes por estarem tão desgastados. Chegou-se a um ponto que desistimos de o fazer", observou. A Expo 2010 foi a maior exposição universal de sempre, com mais de 240 países e organizações internacionais, e também a mais concorrida. O anterior recorde de afluência (64 milhões) durava desde a Expo de Osaka, em 1970.
REFERÊNCIAS:
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