Vida pessoal de Berlusconi pode pôr em risco a "segurança nacional"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-05
SUMÁRIO: O primeiro-ministro italiano foi chamado a uma comissão parlamentar para “clarificar” os procedimentos de segurança nas suas residências, depois de membros dos serviços secretos terem dito ao comité que o estilo de vida e as relações de Silvio Berlusconi com acompanhantes põem em risco a segurança nacional.
TEXTO: Berlusconi terá mentido à polícia de Milão, afirmando que a dançarina Karima Ruby Keyek, então com 18 anos, era neta do Presidente egípcio, Hosni Mubarak, para assim a livrar de acusações de roubo. Outras notícias da semana passada na imprensa italiana alegam que primeiro-ministro pagou a uma prostituta chamada Nadia Macri dez mil euros. Macri já foi ouvida por procuradores no âmbito de uma investigação judicial. As duas jovens terão participado em festas nas casas de Berlusconi na Sardenha e em Milão. Os jornais italianos dizem que nessas mesmas festas houve raparigas de 17 e 18 anos a participarem em orgias. O ex-primeiro-ministro do centro-esquerda Massimo D’Alema, que dirige o comité de segurança do Parlamento, afirmou compreender a situação da polícia, “farta” de escoltar mulheres para as casas do líder da direita italiana. “Os serviços secretos têm a cargo a segurança do primeiro-ministro e queremos regressar a este tema. Consideramos que é correcto ouvir o que o primeiro-ministro tem a dizer sobre o assunto”, disse D’Alema, para explicar ter convocado Berlusconi. A oposição considera que os alegados hábitos de Berlusconi o deixam demasiado exposto: “Existe a suspeita de que Berlusconi possa ser chantageado e isso é um problema para a segurança nacional”, disse Luigi De Magistris, deputado da Itália dos Valores, o partido do ex-juiz Antonio Di Pietro. A juntar às consequências dos novos escândalos, Berlusconi enfrenta uma rebelião cada vez mais forte liderada pelo ex-aliado Gianfranco Fini, presidente da Câmara dos Deputados e co-fundador do seu partido, o Povo da Liberdade. Como habitualmente, o Cavaliere respondeu tentando demonstrar em público a sua força e apelando directamente aos italianos, desta feita na reunião da direcção nacional do PdL. Máfia, inveja e ódio“Vou ficar apesar dos ataques diários sem fundamento contra mim, e vou ficar enquanto os italianos me apoiarem”, afirmou, antes de sugerir que a máfia pode estar por trás dos “boatos”. “Ninguém pode excluir que algumas das coisas que têm acontecido sejam o resultado de vendettas do mundo do crime. ” Em seguida, Berlusconi disse resistir aos ataques “por amor à liberdade” e garantiu que o que está por trás das campanhas contra si é “a inveja e o ódio”. Quanto a Fini, Berlusconi disse-lhe que ou trabalha com o Governo ou deve preparar-se para eleições. O primeiro-ministro afirmou-se disponível para forjar um pacto de governação até 2013, quando acaba o seu mandato. Comentadores respeitados, como Sergio Romano, do Corriere della Sera, apelaram ao chefe do Governo para chegar a acordo com Fini e assim garantir alguma estabilidade política. As sondagens ainda dão ao PdL do primeiro-ministro 30 por cento das intenções de voto, mais cinco pontos do que ao Partido Democrático, que lidera a oposição de centro-esquerda. Mas como disse o analista Franco Pavoncello, citado pelo "Independent", Berlusconi “está a ficar cada vez mais fraco e fraco”.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave crime mulheres prostituta