Junta Militar da Birmânia declara vitória nas legislativas, com combates em pano de fundo
MINORIA(S): Refugiados Pontuação: 6 Asiáticos Pontuação: 2 | Sentimento -0.1
DATA: 2010-11-10
SUMÁRIO: A Junta Militar que governa a Birmânia há mais de duas décadas sem eleições, declarou esta manhã ter vencido o sufrágio legislativo de domingo, com uns esmagadores 80 por cento dos votos, enquanto os combates no Este do país já forçaram mais de 20 mil pessoas a procurar refúgio na vizinha Tailândia.
TEXTO: Registando uma participação em volta dos 70 por cento do eleitorado, um responsável do Partido da Solidariedade e do Desenvolvimento de União (USDP), criado há alguns meses pela junta para o sufrágio, afirmou terem ganho “cerca de 80 por cento dos votos, nas assembleias nacionais e regionais”. Desvalorizadas pela grande parte do mundo – se não mesmo criticas como umas eleições “fantoche” em algumas capitais ocidentais” – estas eleições foram porém elogiadas pela China, talvez o último aliado do regime militar da Birmânia na cena internacional. “[As eleições] constituíram um passo crucial na aplicação na Birmânia do seu mapa de marcha de sete pontos em direcção a um Governo saído das urnas. E assim são bem-vindas”, declarou o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros esta manhã. Na mesma comunicação foi ainda sublinhando que o escrutínio de domingo, tido como uma “etapa da democracia disciplinada”, se desenrolou “sem incidentes”. Por seu lado, o jornal estatal chinês, em editorial, elogiava o “avanço” que as eleições na Birmânia representaram e instava o Ocidente a encorajar esta “mudança” no regime. Entretanto, os combates que opõem os rebeldes da etnia karen e os militares forçaram mais de 15 mil aldeões a procurar refúgio cidade tailandesa de Mae Sot – já sobre populada há vários anos de refugiados birmaneses (mais de 100 mil pessoas) –, ao mesmo tempo que outros cinco mil atravessaram igualmente a fronteira mas mais 150 quilómetros para Sul. Testemunhas ouvidas pelas agências noticiosas reportam que os combates prosseguem na floresta em volta de Myawaddy, onde eclodiram na segunda-feira, um dia depois das eleições – desmentindo as declarações oficiais da junta militar de que hoje não era já registada qualquer violência na zona este do país, fronteiriça à Tailândia.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave violência chinês