Posição de Bento XVI sobre uso do preservativo é um "volte-face"
MINORIA(S): Mulheres Pontuação: 2 Homossexuais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-21
SUMÁRIO: D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas, considerou um "volte-face" que o Papa Bento XVI tenha admitido o uso do preservativo "em certos casos", para reduzir os riscos de contaminação pelo vírus da sida.
TEXTO: “Se me pergunta se é um estrondo, sem cairmos em excessos, nem em exageros, é indiscutível que é. É indiscutível que é um volte-face, com o qual rejubilo”, disse D. Januário Torgal Ferreira em declarações à Lusa, reconhecendo que a prática dos cristãos há muito assumiu essa opção em nome da responsabilidade e de princípios éticos e morais. O bispo das Forças Armadas mostrou-se “muito satisfeito” com as palavras do Papa diante de dramas e dificuldades “tão reais”, em que se “joga a vida” e em que estão em causa “princípios éticos”, designadamente de que “a vida tem de ser defendida”. “A vida não pode ser infectada, a vida não pode ser assassinada”, realçou D. Januário Torgal Ferreira, observando que a “verdade pode aparecer um pouco alongada no tempo”, mas que “quando é dita tem sempre lugar marcado”. Bispo espera que não apareça uma “contracorrente”O bispo fez votos para que dentro de dias não apareça uma “contracorrente” a dizer que Bento XVI foi mal interpretado no que disse ou uma qualquer outra rectificação, observando que equívocos desses já ocorreram. Manifestou contudo confiança que o jornalista que transmitiu a palavra do Papa o fez com rigor. Pela primeira vez, um Papa admitiu a utilização do preservativo “em certos casos”, desde que “para reduzir os riscos de contaminação do vírus da sida”. A declaração é de Bento XVI e, segundo a AFP, consta num livro a ser publicado na quarta-feira. “Em certos casos, quando a intenção é reduzir o risco de contaminação, este pode mesmo ser um primeiro passo para abrir caminho a uma sexualidade mais humana, de outra forma vazia”, afirma Bento XVI. O livro, intitulado “A luz do mundo”, foi escrito por um jornalista alemão e aborda vários temas polémicos, como a pedofilia, o celibato dos padres, a ordenação das mulheres e a relação com o islão. Até hoje, o Vaticano sempre baniu toda e qualquer forma de contracepção, excepto a abstinência sexual, mesmo relativamente à prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave sexual mulheres sexualidade