Portugal é o terceiro país da Europa com maior taxa de adultos com VIH
MINORIA(S): Africanos Pontuação: 2 Mulheres Pontuação: 6 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-11-23
SUMÁRIO: Em Portugal estima-se que vivam 42 mil pessoas com o vírus da imunodeficiência humana (VIH), responsável pela sida. Um valor que coloca o país como o terceiro com maior taxa de prevalência da infecção em adultos na Europa Ocidental e Central, logo depois da Estónia e da Letónia.
TEXTO: Os dados fazem parte do Relatório Global da ONUSIDA - Epidemia da sida, divulgado esta terça-feira, e que neste campo volta a confirmar que o país está em contracorrente com a tendência mundial: pela primeira vez, desde 1999, o número de novos doentes a nível mundial diminuiu 19 por cento, passando de 3, 1 milhões de pessoas para 2, 6 milhões em 2009. Em Portugal, pelo contrário, o número total de infecções (prevalência) subiu de 31 mil pessoas para 42 mil (35 por cento), das quais 13 mil são mulheres, indica o documento. Aliás, a diferença entre homens e mulheres está também espelhada no risco de contrair VIH, que nos homens é de 25 por cento e nas mulheres baixa para dez. Preservativo ainda é esquecidoEm sentido contrário está o uso de preservativo como método contraceptivo, que é mais comum nos homens entre os 15 e os 49 anos que tiveram mais do que um parceiro sexual nos últimos 12 meses (50 por cento) do que nas mulheres (45 por cento). Neste ponto, é de destacar que se se olhar para os dados apenas entre os 15 e os 19 anos a percentagem sobe para 74 por cento nos homens e 65 nas mulheres. No que diz respeito à taxa incidência, isto é, ao aparecimento de novos casos, e não ao número total, o relatório mostra que há muitas semelhanças entre os países da Europa Ocidental e Central (um total de 33 países). Mesmo assim, também neste parâmetro Portugal volta a ser, em 2009, o quinto país com um maior número de novos casos (entre 1000 e 2300), um valor que só é superado por França, Itália, Alemanha e Espanha. Ainda assim, existem alguns dados positivos a destacar, como o facto de 100 por cento dos doentes com tuberculose infectados com o vírus da sida terem acesso ao tratamento com anti-retrovirais. Contudo, nos toxicodependentes essa percentagem derrapa para os dez por cento. A taxa de sobrevivência de doentes infectados com VIH que fazem anti-retrovirais situa-se nos 80 por cento e o todo o sangue doado é objecto de análise para o VIH. Na tabela onde é feita a contabilização das mortes relacionadas com sida, Portugal fica-se pelas 500, o que corresponde ao sexto lugar, em empate com Estónia e Grécia. Direitos humanos e igualdade de género protegidosComo pontos a destacar sobre Portugal, o relatório - que inclui dados de 182 países de todo o mundo -, no capítulo sobre os direitos humanos e a igualdade de género, destaca que a legislação portuguesa prevê a protecção e a não-discriminação de pessoas infectadas com o vírus da sida, dirigindo-se também a grupos mais específicos como as mulheres ou os toxicodependentes. Além disso, todas as escolas disseram ter incluído de alguma forma a abordagem deste tema junto dos alunos. A ONUSIDA lembra que o objectivo continua a ser "discriminação zero, zero novas infeções por VIH e zero mortes relacionadas com a sida", o que passa pelo acesso à prevenção da doença, ao tratamento em caso de infecção e a cuidados e apoio. E, a nível mundial, dá como exemplo dos ganhos conseguidos o facto de, dentro de um total de 15 milhões de pessoas que precisam de anti-retrovirais nos países de rendimento baixo ou intermédio, 5, 2 milhões já terem acesso a estes fármacos. Os dados são especialmente animadores em África, onde o aparecimento de novos casos caiu 25 por cento entre 2001 e 2002. "As maiores epidemias na África subsariana – Etiópia, Nigéria, África do Sul, Zâmbia e Zimbabwe – ou estabilizaram ou apresentam sinais evidentes de declínio", refere o estudo. E lembra: "Parar as infecções, salvar vidas e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com o VIH continuam a estar no centro da resposta global à sida. Os sucessos e os desafios contínuos, descritos neste relatório, devem servir de catalisadores para a acção continuada. "
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave direitos homens humanos campo doença igualdade género estudo sexual mulheres discriminação