Seul em estado de alerta e apelos à contenção após ataque da Coreia do Norte
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DATA: 2010-11-24
SUMÁRIO: Pode ser apenas mais um incidente – ainda que dos mais graves – na longa lista de incidentes entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Ou pode ser o princípio de um conflito mais sério. A troca de tiros de artilharia, ontem, junto a uma ilha próxima da fronteira marítima entre os dois lados da península, levou a China e os Estados Unidos a falarem a uma só voz: o confronto .Os analistas dizem que foi um dos piores ataques desde o fim da guerra da Coreia (1950-1953, que terminou sem um acordo de paz entre os dois vizinhos) e o Exército do Sul foi colocado em estado de alerta.
TEXTO: “Casas e montanhas estão a arder e as pessoas estão a retirar-se. Não se vê muito bem por causa das colunas de fumo”, relatou uma testemunha à estação de televisão YTN ainda antes de acabar a troca de disparos de obus, que durou uma hora. “Apesar dos nossos avisos repetidos, a Coreia do Sul disparou dezenas de tiros a partir da uma da tarde [menos nove horas em Lisboa]. . . e nós tomámos fortes medidas militares logo a seguir”, dizia um comunicado da agência KCNA da Coreia do Norte. O Governo sul-coreano reconheceu depois que estava a realizar exercícios navais na zona (o traçado da fronteira marítima não foi reconhecido por Pyongyang), garantindo que os tiros foram disparados para ocidente e não para norte, sem ter atingido o país vizinho. Mas retaliou. Foram lançados 80 obuses “em legítima defesa”, de acordo com o porta-voz do estado-maior sul-coreano, coronel Lee Bung-woo. EUA criticam acção bélicaO ataque de ontem surgiu depois de no fim-de-semana o cientista americano Siegfried Hecker ter revelado ao New York Times os pormenores da sua visita a novas instalações nucleares norte-coreanas. Hecker deu a conhecer o seu espanto com a sofisticação das instalações onde o regime pretende desenvolver uma segunda via para obter material nuclear, através do enriquecimento de urânio. Pyongyang quer um regresso às negociações a seis para a suspensão do seu programa atómico. Os disparos de ontem coincidem com a presença em Pequim do enviado dos EUA às conversações, Stephen Bosworth. “Ambos partilhamos a opinião de que um conflito destes é indesejável, e eu expressei-lhes o meu desejo de que haja contenção de ambos os lados e acho que concordámos com isso”, disse Bosworth aos jornalistas depois do encontro com responsáveis do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. A China absteve-se de condenar o regime norte-coreano, dizendo publicamente estar “preocupada” com a situação. A Administração americana reiterou o seu apoio a Seul, depois de um gesto que o Departamento de Estado considerou como uma “acção beligerante” por parte das forças militares da Coreia do Norte. Mas os Estados Unidos dizem ser ainda “demasiado cedo” para preparar os seus 28 mil soldados mobilizados na Coreia do Sul para uma resposta. “Isto aconteceu há umas horas, por isso não estamos a olhar para uma coisa muito concreta nesta altura”, afirmou o coronel Dave Lapan, porta-voz do Pentágono. “Estamos ainda a monitorizar a situação e a falar com os nossos aliados. Mas eu não diria que nada foi iniciado em resultado do incidente”.
REFERÊNCIAS:
Entidades EUA