Descobertas duas espécies de insectos no Algarve e em Montejunto
MINORIA(S): Animais Pontuação: 2 | Sentimento 0.0
DATA: 2010-12-01
SUMÁRIO: Duas novas espécies, um pseudoescorpião e um escaravelho cavernícolas, foram descobertas pela bióloga e espeleóloga portuguesa Sofia Reboleira em grutas do Algarve e do Montejunto.
TEXTO: O pseudoescorpião – apenas semelhante ao escorpião no exterior – só existe nas grutas do Algarve. Pode ser considerado um “gigante”, com os seus cerca de dois centímetros, dado que o tamanho destes animais oscila, normalmente, entre um e cinco milímetros, explica a bióloga. “É uma descoberta absolutamente fascinante” disse Sofia Reboleira, considerando o pseudoescorpião, sem antecessores vivos à superfície, “uma relíquia” por ser um dos exemplares “mais modificados ao longo de milhões de anos em que se adaptaram para viver debaixo de terra”. Este animal evoluiu para características como “não ter olhos, ter patas grandes, e um extremo alargamento das pinças”, acrescentou a investigadora. Publicada há duas semanas em revistas científicas especializadas em zoologia - Zootaxa - a descoberta de Sofia Reboleira (descrita com Juan Zaragoza) sucede a outra publicada na sexta-feira, e que oficializa a descoberta de uma nova espécie de escaravelho cavernícola encontrado nas grutas do Montejunto (Cadaval). Denominado Trechus tatai, o escaravelho descoberto por Sofia Reboleira e descrito por Vicente Ortuño (da Universidade de Alcalá, Madrid) aumenta para quatro o número de espécies de escaravelhos cavernícolas (três dos quais descobertos pela bióloga em 2007). “Vive exclusivamente ali, é despigmentado e tem os olhos muito reduzidos” descreve Sofia Reboleira, sublinhando a raridade do escaravelho cuja sobrevivência depende da matéria orgânica arrastada pelas águas para o subsolo e para o qual “a poluição e destruição de grutas significa perigo de extinção”. As outras espécies de escaravelhos cavernícolas foram encontradas em grutas da Serra d’Aire e Candeeiros e vivem exclusivamente no subsolo. A descoberta das duas espécies ocorreu durante o trabalho de campo no âmbito do doutoramento de Sofia Reboleira, orientado por Fernando Gonçalves (do departamento de biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (faculdade de biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha). O trabalho foi financiado pela Fundação Para a Ciência e Tecnologia da qual Sofia Reboleira é bolseira há dois anos e meio.
REFERÊNCIAS:
Palavras-chave campo espécie extinção animal