ONU reconhece vitória do candidato da oposição na Costa do Marfim
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DATA: 2010-12-03
SUMÁRIO: O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, reconheceu a vitória do oposicionista Alassane Ouattara nas eleições presidenciais da Costa do Marfim, poucas horas de pois de o Conselho Constitucional do país ter atribuído o triunfo ao actual chefe de Estado, Laurent Gbagbo.
TEXTO: Ban pediu a Gbagbo para “fazer o que deve fazer para o bem do seu país”, disse o seu porta-voz, citado pela AFP. Pouco antes, o representante da ONU na Costa do Marfim, Youn-jin Choi, contestara a decisão do Conselho Constitucional que, afirmou, “não corresponde aos factos”. A atribuição pelo Conselho Constitucional da vitória a Gbagbo, Presidente desde 2000, ocorreu depois de, ontem, a comissão eleitoral ter anunciado que o triunfo coubera a Alassane Ouattara, um muçulmano de 68 anos. O Conselho deu 51, 45 por cento dos votos a Gbagbo, contra 48, 55 para o seu opositor, e considerou inválidos os resultados, de sentido contrário, divulgados pela comissão eleitoral: 54, 1 de Ouattara contra 45, 9 do homem que lidera o país desde 2000. O comentário de um assessor de Ouattara faz temer desenvolvimentos violentos. “Estão a cimentar a divisão do país. . . Se Yao N’dré [presidente do Conselho Constitucional, apoiante de Gbagbo] fizer isso, será o culpado da próxima guerra”, disse Jeannot Ahoussou, citado pela Reuters, ainda antes de divulgada a decisão do órgão. A atribuição da vitória ao Presidente, na segunda volta realizada no domingo, resulta da “anulação” dos votos de nove departamentos do Norte, controlados por ex-rebeldes. O Conselho deu razão às alegações de “fraude” e “irregularidades graves” apresentadas pela candidatura de Gbagbo, um evangélico de 65 anos. Na sua decisão, segundo a AFP, invoca o “enchimento de urnas” e votos “forçados [em Ouatarra], sob a ameaça das armas”. Essa não é a opinião das missões de observadores, que consideram as eleições correctas, apesar de alguns incidentes violentos. O escrutínio pretendia pôr fim a uma década de crise político-institucional. Mais do que um confronto entre dois homens, as eleições são a confirmação de que a Costa do Marfim está dividida em dois campos que se opõem: Norte e Sul, muçulmanos e cristãos, estrangeiros e autóctones. O Exército encerrou quinta-feira à noite as fronteiras, “até nova ordem”. Foi também suspensa a difusão de emissões de estações de rádio e televisão estrangeiras, como a televisão France 24 e a Rádio France Internationale, muito seguidas no país.
REFERÊNCIAS:
Entidades ONU